7 de dezembro de 2019

Foste na terra sem fim!



Foste no preto e no branco
E trouxeste na mente
Aquela ideia de mim.
Há dez anos
E os sorrisos benfeitos
Nos olhares, trejeitos
E o coração nada ardil...
Apego de zero a mil
É paixão até o fim
Amar tim-tim por tim-tim.
Foste no branco e no preto
E nesse apreço, nesse adereço, nesse apego
Lembrou-se de mim.

Dentro dos olhos 
(26/03/13)

Nos teus olhos pareço escutar
O amor que ecoa sem fim.
Há de abafar o sombrio
O nublado e o vazio
O banal e chinfrim.

- Teus olhos me dizem a senha
De todos os cofres e portas
Das caixas de aço ou madeira
Que guardam respostas...

Então venha,
Dê-me mais, querida...
Quero respostas da morte e da vida
Que usamos de lenha.

Fogueira pertinente
De insistente clamor
No real e nos sonhos...
De onde viemos
Para onde vamos
E quem somos?

Olhos agora vidrados
Cálidos e seguros
Olhos com extrema audácia...
Oportunos.

- Teus olhos me dizem a senha
De todos os cofres e portas
Das caixas de aço ou madeira
Que guardam respostas...

Olhos de afeição
De infinitos “eu te amo”
De muitos outros planos
Muito além daquela simples galáxia.

Olhos que jamais sucumbem
De finos “douros”
Nunca desbotam
Galgando brilho
Em pleno arco-íris...
Baú de ouro.

- Teus olhos me dizem a senha
De todos os cofres e portas
Das caixas de aço ou madeira
Que guardam respostas...

Olhos que agora se fecham
Entram num breu infinito
Festejam o absurdo vazio
De silencio profundo
Pois sonham comigo.

Teus olhos me dizem a senha
A resenha de todos os livros
Os abrigos de todas as guerras
Que se encerram em ligeiros gemidos
Pois já sabem a resposta correta.

André Anlub®

Excelente noite de sábado aos amigos

Verdadeira falácia

Se o portão for aberto – é certo – não mais se verá a paisagem;
Foi-se essa esfera, o limbo é o que sobra – à vontade!
Libertinagens, concupiscências, castas e cartas marcadas;
Tudo em vão, falsa mão, o blefe era um flerte com as mágoas...
Sobrou a esperança nos olhos castanhos da criança desarmada;
Faltou a empatia, noite e dia, na vida abrupta do adulto de verdade.

André Anlub







6 de dezembro de 2019

Mesmo que anjos tenham umbigo


Mesmo que anjos tenham umbigo

Mudei de século,
Moldei o crédulo
E passei a sonhar com as valquírias.
Vi um mundo sem máscaras,
Sem muita diplomacia.

Eis as tardes que caem
Afogadas em grandes bacias.
Eis as mães com suas filhas
Fazendo de alvo o profícuo.

Delineei o passado
No caso mais que perdido.
Etiquetei os bandidos
Ao som de música clássica.

Para um espanto em vão,
Bandeiras viram fogueiras,
E as duras madeiras de lei
Amarrotam o nosso irmão.

As fidúcias rasteiras,
Já velhas, trapos manchados,
Silenciam os zangados,
Servindo de panos de chão.

No auge da contradição
Os ouvidos não ficam entupidos,
Ecoam os belos grunhidos,
Do cão são da imaginação.

Eis o século moderno
De horizontes pintados,
Em pergaminhos eternos,
E jovens audaciosos e belos:
- nos banquetes,
Nos sovacos, 
As baguetes.

Haverá um menino
E tornar-se-á bem sabido,
Verá tudo se repetindo:
- sem dono o umbigo quer briga.

Sorridente - indiferente,
E a alcunha de sobrevivente,
Sentará feliz lá na praça
Jogando milhos pras garças:
- O umbigo no meio da barriga.

André Anlub®

5 de dezembro de 2019

‘A polícia mata e depois finge prestar socorro’: Entrevista com médico l...

Aquele outro Eu




#tbt 
Como é bom gente simples, leal, aberta, que às vezes acerta e muitas vezes erra; gente que é o que é, e faz o que vier na telha; gente que bebe água ou uísque ou cachaça ou café, no copo velho de geleia.

Aquele outro Eu

Olho de soslaio o tempo perdido,
Abrasado e abraçado ao tempo achado
Que tenta fazê-lo de lacaio... 
Mas é em vão.

Olho o respeito dizendo ao “dito e feito” 
O que deverá ser feito e refeito, 
E futuramente refazê-lo, se preciso for...
Tendo em vista que é de antemão.

Pego o timão do barco e desbanco a maré vazia,
Enquanto no mar vazio esvazio um tonel de rum...
Arruinando o meu remoto céu azul que agora é somente ruim.

Mas sempre faço vista grossa à contramão.

Ganho plena confiança na mudança nebulosa,
Junto o Eu à suntuosa espada forjada em ouro branco
(meio metida à besta, confesso, mas bela e bem desenhada)
Com imagens bárbaras, baldias, poemas e frases sagradas.

A jornada é cenário – visual – a sentinela – visual –, nada anormal;
O verde ligeiramente me sorri com seus divinos dentes brancos, 
Solta seus cabelos crespos e sua abastada voz rouca;
Solta seu jeito afetuoso que faz pouca qualquer incoerência... 

Sorrateiramente encontro nesse ermo
O Eu mais bem escondido e verdadeiro.

E o verde...
Dá-me “bom dia”...
E agora posso quieto e atinado voltar ao ermo breu. (1/4/15)

André Anlub




3 de dezembro de 2019

Das fagulhas


Conheça-se, permita-se, tolere-se, quebre o gelo, gaseifique o fogo, tenha a parcimônia de quem cultiva passiflora e a doce monotonia de quem transpira melatonina. 

Das fagulhas

As fagulhas da vida
Acendem as fogueiras mais esquecidas
Aquelas que pareciam extintas
Renascem reabrindo feridas.
Com o andar certeiro e sereno
Atravessa-se a estreita ponte;
Olhos firmes através do nevoeiro
E nas mãos um livro de poesias.

Dentes que querem morder;
Pesadelos que querem morrer;
Os músculos não são minúsculos;
Ainda resta muita coisa a fazer:
Sinto e conto os segundos...

Estabelecido os limites,
Os lamentos derramam-se aos litros;
Criando inícios,
Possíveis meios e novos fins.
Há enfim o vulcão que explode por dentro e queima por fora...
Foi-se a aurora:
Põem-se ao por do sol as sublimes asas... 
E que asas.

Tempos de açúcar e sal,
Mel e alguns temperos destemperados...
Mas a solução na contramão do tempo,
Sem lamento ou consentimento.
Atrelado no meu sonho de ter um barco
Há um poder colossal;
Ponho no papel – em primeira pessoa –,
A brincadeira que faço com as palavras.

André Anlub

Das Loucuras (mecanismo de anticitera)


Das Loucuras (mecanismo de anticitera)

Busco na essência os amores em qualquer molde
O que pode ser feito e deixar o tempo esculpir.
Resgatando do acaso a aura da vida no tudo pode,
E afrouxando, enfim, o melhor o melhor que há em mim.

Entenda-se que meu “circo dos horrores” é mera distração,
Alucinação sóbria que crio para dar graça ao percurso,
Pois é um pós-louco, intenso intruso
Que disfarço naquilo que me desfaço e refaço na ocasião:
Chutado na mobilete, comer salmão com o urso,
Linhas escritas, sons de trompete, mão e contramão.

Contudo, no fundo – e nem tão fundo assim –, me intensifico...
Plagio o “dia do fico” e também “digo alô ao inimigo, encontro um abrigo”,
Mas faço tudo com respeito e louvor.

É justo que se viva nessa saia justa, não é mesmo?
E a esmo, tampouco me escondo de mim mesmo
Quando o maior dos objetivos é decifrar-me sem rancor.

Por completo e aos poucos, de um modo e de outro, realizo-me.
E se por acaso faltar aparar as arestas afiadas e caricatas,
Deixo feliz que elas mesmas, numa vida próxima, infernizem-se.

Por fim, na colina, avisto o profeta que tem como meta trazer boa nova...
A mesma de sempre, porém é novidade aos que agora pensam diferente.
A vida segue num ki-suco de uva; a morte uiva, e aos que secam – uma ova! 
Todo esse absurdo na mais perfeita ordem à mente ilimitada e abrangente.

André Anlub®
(3/12/19)

2 de dezembro de 2019

Das Loucuras (os Sumérios, os sumidos)


Das Loucuras (os Sumérios, os sumidos)

Vivendo no ostracismo,
O seu trabalho é dar a si trabalho
E sempre foi muito bom nisso.
Espera por soluções com otimismo,
Mas também corre atrás do prejuízo.

A vida lhe dá coices
Mas permite que se monte nela.
Mesmo com chuva, sol, balas perdidas,
Deve-se sempre arriscar abrir as janelas.

O excesso ou a falta de dinheiro,
Costuma enlouquecer as pessoas...
E ele já viu essa cena centenas de vezes.
Seu coração pode ser de pedra, de pó ou amigo,
É só ter compaixão, empatia, zelo.

Mudando de pau para cavaco:
A vida a todo o momento se repete
E as coisas vão bem para seu cavalo...
Nesse instante está curtindo Andrea Motis no trompete
E anda com motivos de querer ficar apaixonado.

Amores vão; amores vêm; amores ficam...
São como sonhos bons
Que acabam e te fazem querer bis.

A vida dói e afaga,
A faca amolada corta, fere,
Mas também prepara delirantes pratos – é o que se diz.

André Anlub®

Biografia quase completa






Escritor, locador, vendedor de livros, protético dentário pela SPDERJ, consultor e marketing na Editora Becalete e entusiasta pelas Artes com uma tela no acervo permanente do Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC/BA)

Autor de sete livros solo em papel, um em e-book e coautor em mais de 130 Antologias poéticas

Livros:
• Poeteideser de 2009 (edição do autor)
• O e-book Imaginação Poética 2010 (Beco dos Poetas)
• A trilogia poética Fulano da Silva, Sicrano Barbosa e Beltrano dos Santos de 2014
• Puro Osso – duzentos escritos de paixão (março de 2015)
• Gaveta de Cima – versos seletos, patrocinado pela Editora Darda (Setembro de 2017)
• Absolvido pela Loucura; Absorvido pela Arte
(Janeiro de 2019)

• O livro de duetos: A Luz e o Diamante (Junho 2015)
• O livro em trio: ABC Tríade Poética (Novembro de 2015)

Amigos das Letras:
• Membro vitalício da Academia de Artes, Ciências e Letras de Iguaba (RJ) cadeira N° 95
• Membro vitalício da Academia Virtual de Letras, Artes e Cultura da Embaixada da Poesia (RJ)
• Membro vitalício e cofundador da Academia Internacional da União Cultural (RJ) cadeira N° 63
• Membro correspondente da ALB seccionais Bahia, São Paulo (Araraquara), da Academia de Letras de Goiás (ALG) e do Núcleo de Letras e Artes de Lisboa (PT)
• Membro da Academia Internacional De Artes, Letras e Ciências – ALPAS 21 - Patrono: Condorcet Aranha

Trupe Poética:
• Academia Virtual de Escritores Clandestinos
• Elo Escritor da Elos Literários
• Movimento Nacional Elos Literários
• Poste Poesia
• Bar do Escritor
• Pé de Poesia
• Rio Capital da Poesia
• Beco dos Poetas
• Poemas à Flor da Pele
• Tribuna Escrita
• Jornal Delfos/CE
• Colaborador no Portal Cronópios 2015
• Projeto Meu Poemas do Beco dos Poetas

Antologias Virtuais Permanentes:
• Portal CEN (Cá Estamos Nós - Brasil/Portugal)
• Logos do Portal Fénix (Brasil/Portugal)
• Revista eisFluências (Brasil/Portugal)
• Jornal Correio da Palavra (ALPAS 21)

Concursos, Projetos e Afins:
• Menção Honrosa do 2° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Brava Gente Brasileira”.
• Menção Honrosa do 4° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Amor do Tamanho do Brasil”.
• Menção Honrosa do 5° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Quem acredita cresce”.
• Menção Honrosa no I Prêmio Literário Mar de Letras, com poetas de Moçambique, Portugal e Brasil, ficou entre os 46 primeiros e está no livro “Controversos” - E. Sapere
• classificado no Concurso Novos Poetas com poema selecionado para o livro Poetize 2014 (Concurso Nacional Novos Poetas)
• 3° Lugar no Concurso Literário “Confrades do Verso”.
• indicado e outorgado com o título de "Participação Especial" na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas/Salvador (BA).
• indicado e outorgado com o título de "Talento Poético 2015" com duas obras selecionadas para a Antologia As Melhores Poesias em Língua Portuguesa (SP).
• indicado e outorgado com o título de Talento Poético 2016 e 2017 pela Editora Becalete
• indicado e outorgado com o título de "Destaque Especial 2015” na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas VIII
• Revisor, jurado e coautor dos tomos IX e X do projeto Poesias Encantadas
• Teve poemas selecionados e participou da Coletânea de Poesias "Confissões".
• Dois poemas selecionados e participou da Antologia Pablo Neruda e convidados (Lançada em ago./14 no Chile, na 23a Bienal (SP) e em out/14 no Museu do Oriente em Lisboa) - pela Literarte

André Anlub por Ele mesmo: Eu moro em mim, mas costumo fugir de casa; totalmente anárquico nas minhas lucidezes e pragmático nas loucuras, tento quebrar o gelo e gaseificar o fogo; não me vendo ao Sistema, não aceito ser trem e voo; tenho a parcimônia de quem cultiva passiflora e a doce monotonia de quem transpira melatonina; minha candura cascuda e otimista persistiu e venceu uma possível misantropia metediça e movediça; otimista sem utopia, pessimista sem depressão. Me considero um entusiasta pela vida, um quase “poète maudit” e um quase “bon vivant”.

Influências – atual: Neruda, Manoel de Barros, Sylvia Plath, Dostoiévski, China Miéville, Emily Dickinson, Žižek, Ana Cruz Cesar, Drummond
Hobbies: artes plásticas, gastronomia, fotografia, cavalos, escrita, leitura, música e boxe.
Influências – raiz: Secos e Molhados, Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Mutantes, Jorge Amado, Neil Gaiman, gibis, Luiz Melodia entre outros.
Tem paixão pelo Rock, MPB e Samba, Blues e Jazz, café e a escrita. Acredita e carrega algumas verdades corriqueiras como amor, caráter, filosofia, poesia, música e fé.