14 de setembro de 2019

Das Loucuras (coup de grace)


Das Loucuras  (coup de grace)

Enquanto invade a casa nessa tarde de inverno,
Embelezando todos os cantos e até os pequenos frisos,
Com o canto do tentilhão de fundo
Sinto-me moribundo num amor perdido.

Seu perfume não me dissuade mais
Chega a ser assustador, quase bandido.
Inclino-me e venero, estou entregue...
As coisas são assim: inicio, meio e ‘aqui jaz’.

Nuvens são bem-vindas, tapam o sol e a luz com seu amor...
Passam ou ficam, descansam ou aceleram,
Adornam o cotidiano....
Entra ano e sai ano,
Elas põem a mão em nosso humor.

O tempo mexe com a inspiração,
Dias de sol, mas frios, fazem noites de som, bem quentes.

A alma quente bebendo café quente na beira do rio...
Gente passando a fio;
Passando roupa,
Mostrando pompa...
Aos que ainda tem brios.

Gente passando fofoca adiante,
Diante de um espelho bem limpo,
Vivendo em bolhas e limbos,
Com desculpas hilariantes.

Dentes em sorrisos;
Sem rima ou mimo...
Dentes escondidos,
Em uma grande obediência...

Jazem em uma poça de limo,
Pois vivem em falência,
Mastigando e engolindo o falso rico,
Que sangra pelos poros da tez...

E o tudo, por sua vez,
No infarto do seu coração oprimido,
Farto de ser todo umbigo,
Morre sem saber o que fez.

Andre Anlub®
(25/3/19)

11 de setembro de 2019

Ótima noite



"Os brasileiros estão indo embora. No primeiro semestre deste ano, a Receita Federal registrou mais de 21,8 mil saídas definitivas do Brasil.

Engenheiros, médicos, advogados e professores que deixaram o país permanentemente. Se o ritmo continuar, chegaremos a mais de 40 mil pessoas até o final de 2019, quase o dobro do número registrado em 2018 e cinco vezes o de 2011.

Isso é apenas a ponta do iceberg. Milhares de cidadãos partem sem avisar as autoridades públicas.

Os que tiveram a oportunidade de receber uma boa formação no Brasil e, portanto, têm melhores chances de refazer a vida além-mar, estão saindo por vários motivos.

Alguns porque não veem futuro no país de origem. Outros estão fugindo por medo e insegurança. Há aqueles que ainda estão tristes e revoltados com a política e a polarização do país, querendo proteger seus filhos dos discursos e ações que geram ódio e divisão. Não raro é uma combinação de todas essas razões.

Populistas radicais podem desdenhar e dizer “boa viagem” a essa nova classe de exilados. Podem, também, acusá-los de não serem patriotas ou desejar que partam por falta de “alinhamento” ideológico.

Isso não é apenas míope como é economicamente desastroso. E o resultado é que todos os brasileiros, incluindo os contribuintes, perdem. O prejuízo para o Brasil é lucro para Canadá, EUA, França e Portugal, entre outros.

A “fuga de cérebros” brasileira é perigosa para a democracia e a economia do país. O esvaziamento da classe profissional significa que a qualidade dos serviços —saúde, educação, infraestrutura, apoio jurídico e muito mais— sofrerá tremendamente.

Levará uma geração ou mais para os brasileiros reabastecerem o estoque perdido de capital humano.

Enquanto isso, outros países recebem um enorme impulso com o “ganho cerebral” subsidiado pelos brasileiros.

Treinar um médico ou engenheiro brasileiro é um investimento enorme e varia de acordo com a região. Em média, um curso de cinco anos em uma universidade custa cerca de R$ 200 mil de recursos públicos ou privados, para treinamento geral e especializado.

Boa parte desse valor é financiada pelo Estado, que investe em sua base de habilidades com o objetivo de melhorar o bem público geral.

Esse valor multiplicado por 40 mil profissionais que podem vir a deixar formalmente o país até o final do ano, chega a R$ 8 bilhões. E essas são só as perdas visíveis. O custo de perder cidadãos produtivos e engajados é incalculável. É incerto e, no cenário atual, improvável que muitos deles e suas famílias retornem.

Para os que ficam e desejam dedicar-se a estimular os avanços do país, como os professores e cientistas, as notícias também não são boas.

O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq ) revelou recentemente que sofrerá corte de 87% da verba de fomento à pesquisa em 2020, segundo a proposta orçamentária do governo.

Os brasileiros estão perdendo a esperança no Brasil —os que permanecem e os que saem. Sentem que o ambiente é cada vez mais instável e tóxico. Não querem viver em um país que menospreza e violenta mulheres e meninas, que pune grupos minoritários pelo que são, sacrifica as florestas tropicais e a biodiversidade, corta a educação, ataca a ciência e celebra o assassinato e o encarceramento indiscriminado dos mais pobres, mais fracos e vulneráveis.

Vemos a formação de uma maioria indignada, se questionando sobre o que pode fazer para estancar a degradação humana e cívica do nosso país. Este não é o Brasil que a maioria dos brasileiros sonha em habitar. Todos, não só os que saem, têm o direito de voltar a sonhar.

(Ilona Szabó de Carvalho)



8 de setembro de 2019

Excelente semana a todos!



Admiro da mesma maneira a pessoa imane e a miúda por fora...
Mas pequena no interior - desculpe o trocadilho - sinto pesar! 

Anjo sedento

Sedento cupido chegou
e nas costas carrega
mágicas flechas de ardor.

Arco de osso de brontossauro
corda de tripa de triceraptor
flechas feitas de costelas
de homens que semeavam amor.

São lançadas aos desígnios
voam ultrapassando cometas
seguem as luzes das estrelas
e aos corações as carícias.

Fartas águas brotam límpidas
em nascentes de rios.

Abriga, na paixão periga
amparo, advindo da alquimia
já para, alvejado o amor.

Saciado, o cupido se engasga nas gargalhadas.
Deleita-se na verdade da entrega alheia
em seguida lamenta, aos prantos, devora-se
grita, ajuíza e tonteia.

Inflama seu próximo armamento
derrama seu secreto tormento
de punho bem cerrado
o arco e a flecha tomados na mão
aponta para o próprio peito.


André Anlub®



Biografia quase completa






Escritor, locador, vendedor de livros, protético dentário pela SPDERJ, consultor e marketing na Editora Becalete e entusiasta pelas Artes com uma tela no acervo permanente do Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC/BA)

Autor de sete livros solo em papel, um em e-book e coautor em mais de 130 Antologias poéticas

Livros:
• Poeteideser de 2009 (edição do autor)
• O e-book Imaginação Poética 2010 (Beco dos Poetas)
• A trilogia poética Fulano da Silva, Sicrano Barbosa e Beltrano dos Santos de 2014
• Puro Osso – duzentos escritos de paixão (março de 2015)
• Gaveta de Cima – versos seletos, patrocinado pela Editora Darda (Setembro de 2017)
• Absolvido pela Loucura; Absorvido pela Arte
(Janeiro de 2019)

• O livro de duetos: A Luz e o Diamante (Junho 2015)
• O livro em trio: ABC Tríade Poética (Novembro de 2015)

Amigos das Letras:
• Membro vitalício da Academia de Artes, Ciências e Letras de Iguaba (RJ) cadeira N° 95
• Membro vitalício da Academia Virtual de Letras, Artes e Cultura da Embaixada da Poesia (RJ)
• Membro vitalício e cofundador da Academia Internacional da União Cultural (RJ) cadeira N° 63
• Membro correspondente da ALB seccionais Bahia, São Paulo (Araraquara), da Academia de Letras de Goiás (ALG) e do Núcleo de Letras e Artes de Lisboa (PT)
• Membro da Academia Internacional De Artes, Letras e Ciências – ALPAS 21 - Patrono: Condorcet Aranha

Trupe Poética:
• Academia Virtual de Escritores Clandestinos
• Elo Escritor da Elos Literários
• Movimento Nacional Elos Literários
• Poste Poesia
• Bar do Escritor
• Pé de Poesia
• Rio Capital da Poesia
• Beco dos Poetas
• Poemas à Flor da Pele
• Tribuna Escrita
• Jornal Delfos/CE
• Colaborador no Portal Cronópios 2015
• Projeto Meu Poemas do Beco dos Poetas

Antologias Virtuais Permanentes:
• Portal CEN (Cá Estamos Nós - Brasil/Portugal)
• Logos do Portal Fénix (Brasil/Portugal)
• Revista eisFluências (Brasil/Portugal)
• Jornal Correio da Palavra (ALPAS 21)

Concursos, Projetos e Afins:
• Menção Honrosa do 2° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Brava Gente Brasileira”.
• Menção Honrosa do 4° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Amor do Tamanho do Brasil”.
• Menção Honrosa do 5° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Quem acredita cresce”.
• Menção Honrosa no I Prêmio Literário Mar de Letras, com poetas de Moçambique, Portugal e Brasil, ficou entre os 46 primeiros e está no livro “Controversos” - E. Sapere
• classificado no Concurso Novos Poetas com poema selecionado para o livro Poetize 2014 (Concurso Nacional Novos Poetas)
• 3° Lugar no Concurso Literário “Confrades do Verso”.
• indicado e outorgado com o título de "Participação Especial" na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas/Salvador (BA).
• indicado e outorgado com o título de "Talento Poético 2015" com duas obras selecionadas para a Antologia As Melhores Poesias em Língua Portuguesa (SP).
• indicado e outorgado com o título de Talento Poético 2016 e 2017 pela Editora Becalete
• indicado e outorgado com o título de "Destaque Especial 2015” na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas VIII
• Revisor, jurado e coautor dos tomos IX e X do projeto Poesias Encantadas
• Teve poemas selecionados e participou da Coletânea de Poesias "Confissões".
• Dois poemas selecionados e participou da Antologia Pablo Neruda e convidados (Lançada em ago./14 no Chile, na 23a Bienal (SP) e em out/14 no Museu do Oriente em Lisboa) - pela Literarte

André Anlub por Ele mesmo: Eu moro em mim, mas costumo fugir de casa; totalmente anárquico nas minhas lucidezes e pragmático nas loucuras, tento quebrar o gelo e gaseificar o fogo; não me vendo ao Sistema, não aceito ser trem e voo; tenho a parcimônia de quem cultiva passiflora e a doce monotonia de quem transpira melatonina; minha candura cascuda e otimista persistiu e venceu uma possível misantropia metediça e movediça; otimista sem utopia, pessimista sem depressão. Me considero um entusiasta pela vida, um quase “poète maudit” e um quase “bon vivant”.

Influências – atual: Neruda, Manoel de Barros, Sylvia Plath, Dostoiévski, China Miéville, Emily Dickinson, Žižek, Ana Cruz Cesar, Drummond
Hobbies: artes plásticas, gastronomia, fotografia, cavalos, escrita, leitura, música e boxe.
Influências – raiz: Secos e Molhados, Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Mutantes, Jorge Amado, Neil Gaiman, gibis, Luiz Melodia entre outros.
Tem paixão pelo Rock, MPB e Samba, Blues e Jazz, café e a escrita. Acredita e carrega algumas verdades corriqueiras como amor, caráter, filosofia, poesia, música e fé.