26 de junho de 2021

Insanidades

 














Insanidades


Teria que ter sido pelo menos companheira

Mesmo não cobrando o amor que ela devia

Não importa cargas d’água tenha denegado

Diz que viu duendes, vacas voando, unicórnio alado.


Teria que ter sido pelo menos afeição

Mesmo se nada cobrassem, nem um beijo perspicaz

Nem se o desejo vem ao acaso ter sido esnobado

Meu corpo era seu leito, do seu jeito ao seu agrado.


Teria que ter sido pelo menos sincera

Calada no nosso leito, fechando-se e indo ao sono

Trancada a sete chaves, deixando-me em abandono

Parte da realidade pintada como quimera.


Teria que ter sido pelo menos uma verdade

Sendo personagem da imaginação mais fértil

Viva no papel, nas idéias, um lindo sonho

Que me deixa cancro exposto, frágil e medonho.


André Anlub


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Hospício


Salientaram no hospício

Ninguém iria comer

Injeções na testa...

Mais que um sacrifício.


Uma doutrina errada,

Condições terríveis,

Faces amarguradas...

Pessoas mais que sensíveis.


Não tinham valor algum,

Exclusos da sociedade,

Pessoas novas e de idade...

Somavam um mais um.


Indigentes, obscenos

Cenas do dia a dia,

Pretos, brancos, morenos...

Sujeitos à revelia.


Desprezados pela verdadeira família,

Inúteis sem poder reciclar,

Cães expulsos da matilha...

Sem ter mais em quem amamentar.


Aos montes iam se definhando,

Em um frenético vai e vem,

Homens mortos andando...

Passos calmos pro além.


André Anlub

23 de junho de 2021

Insone e insano no seno e cosseno do ser

 



Insone e insano no seno e cosseno do ser


Eu vejo, vejo!

Nas paredes do corredor que leva à cozinha,

Algumas sombras que balançam,

Com as leves e tontas brisas,

Expondo seus desenhos simplórios,

Notórias alucinações, visão dela...

Vou abocanhar meu pão de centeio,

Com queijo coalho e margarina,

E uma fatia generosa de mortadela.


Por enquanto, só por enquanto,

Primeira noite de inverno,

Sem arrepio, sem espanto,

Por enquanto,

Encontra-se calma e silenciosa.


Quebrou-se o silêncio,

No barulho do meu copo de vodca

O gelo frenético batendo,

No fino e fanho vidro,

Ao ser mexido pelo meu dedo.


Olhos mirando o bloquinho,

Sou zanho, sou zen, sozinho.

O álcool companheiro, agora me deixa,

Foi estacionar no cérebro,

Criou até raiz, e espera ser regado.


Convite à escrita,

Sorriso no canto do lábio,

Nos dedos da mão direita,

Uma imaginária tatuagem escrita;

O que há, não diz!

Mais uma letra se esconde,

Por debaixo do anel.


A verdade deve ser sempre colocada à prova,

As horas são escassas,

E procura-se o término de um romance real.


Depois de linhas traçadas,

Dois comprimidos de anfetamina,

A garrafa já no final,

Boca seca, pupila dilatada.

Tento dormir.


André Anlub®




Biografia quase completa






Escritor, locador, vendedor de livros, protético dentário pela SPDERJ, consultor e marketing na Editora Becalete e entusiasta pelas Artes com uma tela no acervo permanente do Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC/BA)

Autor de sete livros solo em papel, um em e-book e coautor em mais de 130 Antologias poéticas

Livros:
• Poeteideser de 2009 (edição do autor)
• O e-book Imaginação Poética 2010 (Beco dos Poetas)
• A trilogia poética Fulano da Silva, Sicrano Barbosa e Beltrano dos Santos de 2014
• Puro Osso – duzentos escritos de paixão (março de 2015)
• Gaveta de Cima – versos seletos, patrocinado pela Editora Darda (Setembro de 2017)
• Absolvido pela Loucura; Absorvido pela Arte
(Janeiro de 2019)

• O livro de duetos: A Luz e o Diamante (Junho 2015)
• O livro em trio: ABC Tríade Poética (Novembro de 2015)

Amigos das Letras:
• Membro vitalício da Academia de Artes, Ciências e Letras de Iguaba (RJ) cadeira N° 95
• Membro vitalício da Academia Virtual de Letras, Artes e Cultura da Embaixada da Poesia (RJ)
• Membro vitalício e cofundador da Academia Internacional da União Cultural (RJ) cadeira N° 63
• Membro correspondente da ALB seccionais Bahia, São Paulo (Araraquara), da Academia de Letras de Goiás (ALG) e do Núcleo de Letras e Artes de Lisboa (PT)
• Membro da Academia Internacional De Artes, Letras e Ciências – ALPAS 21 - Patrono: Condorcet Aranha

Trupe Poética:
• Academia Virtual de Escritores Clandestinos
• Elo Escritor da Elos Literários
• Movimento Nacional Elos Literários
• Poste Poesia
• Bar do Escritor
• Pé de Poesia
• Rio Capital da Poesia
• Beco dos Poetas
• Poemas à Flor da Pele
• Tribuna Escrita
• Jornal Delfos/CE
• Colaborador no Portal Cronópios 2015
• Projeto Meu Poemas do Beco dos Poetas

Antologias Virtuais Permanentes:
• Portal CEN (Cá Estamos Nós - Brasil/Portugal)
• Logos do Portal Fénix (Brasil/Portugal)
• Revista eisFluências (Brasil/Portugal)
• Jornal Correio da Palavra (ALPAS 21)

Concursos, Projetos e Afins:
• Menção Honrosa do 2° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Brava Gente Brasileira”.
• Menção Honrosa do 4° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Amor do Tamanho do Brasil”.
• Menção Honrosa do 5° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Quem acredita cresce”.
• Menção Honrosa no I Prêmio Literário Mar de Letras, com poetas de Moçambique, Portugal e Brasil, ficou entre os 46 primeiros e está no livro “Controversos” - E. Sapere
• classificado no Concurso Novos Poetas com poema selecionado para o livro Poetize 2014 (Concurso Nacional Novos Poetas)
• 3° Lugar no Concurso Literário “Confrades do Verso”.
• indicado e outorgado com o título de "Participação Especial" na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas/Salvador (BA).
• indicado e outorgado com o título de "Talento Poético 2015" com duas obras selecionadas para a Antologia As Melhores Poesias em Língua Portuguesa (SP).
• indicado e outorgado com o título de Talento Poético 2016 e 2017 pela Editora Becalete
• indicado e outorgado com o título de "Destaque Especial 2015” na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas VIII
• Revisor, jurado e coautor dos tomos IX e X do projeto Poesias Encantadas
• Teve poemas selecionados e participou da Coletânea de Poesias "Confissões".
• Dois poemas selecionados e participou da Antologia Pablo Neruda e convidados (Lançada em ago./14 no Chile, na 23a Bienal (SP) e em out/14 no Museu do Oriente em Lisboa) - pela Literarte

André Anlub por Ele mesmo: Eu moro em mim, mas costumo fugir de casa; totalmente anárquico nas minhas lucidezes e pragmático nas loucuras, tento quebrar o gelo e gaseificar o fogo; não me vendo ao Sistema, não aceito ser trem e voo; tenho a parcimônia de quem cultiva passiflora e a doce monotonia de quem transpira melatonina; minha candura cascuda e otimista persistiu e venceu uma possível misantropia metediça e movediça; otimista sem utopia, pessimista sem depressão. Me considero um entusiasta pela vida, um quase “poète maudit” e um quase “bon vivant”.

Influências – atual: Neruda, Manoel de Barros, Sylvia Plath, Dostoiévski, China Miéville, Emily Dickinson, Žižek, Ana Cruz Cesar, Drummond
Hobbies: artes plásticas, gastronomia, fotografia, cavalos, escrita, leitura, música e boxe.
Influências – raiz: Secos e Molhados, Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Mutantes, Jorge Amado, Neil Gaiman, gibis, Luiz Melodia entre outros.
Tem paixão pelo Rock, MPB e Samba, Blues e Jazz, café e a escrita. Acredita e carrega algumas verdades corriqueiras como amor, caráter, filosofia, poesia, música e fé.