25 de maio de 2019

Excelente noite aos amigos


via: martelo_nietzsche

Já perdoei erros quase imperdoáveis,
tentei substituir pessoas insubstituíveis
e esquecer pessoas inesquecíveis.

Já fiz coisas por impulso,
já me decepcionei com pessoas 
que eu nunca pensei que iriam me decepcionar,
mas também já decepcionei alguém.

Já abracei pra proteger,
já dei risada quando não podia,
fiz amigos eternos,
e amigos que eu nunca mais vi.

Amei e fui amado,
mas também já fui rejeitado,
fui amado e não amei.

Já gritei e pulei de tanta felicidade,
já vivi de amor e fiz juras eternas,
e quebrei a cara muitas vezes!

Já chorei ouvindo música e vendo fotos,
já liguei só para escutar uma voz,
me apaixonei por um sorriso,
já pensei que fosse morrer de tanta saudade
e tive medo de perder alguém especial (e acabei perdendo). Mas vivi!
E ainda vivo!
Não passo pela vida.
E você também não deveria passar!

Viva!! Bom mesmo é ir à luta com determinação,
abraçar a vida com paixão,
perder com classe
e vencer com ousadia,
porque o mundo pertence a quem se atreve
e a vida é muito curta para ser insignificante.
- Augusto Branco

Das Loucuras (cogito existencial e a preguiça de pensar sobre isso)


Das Loucuras (cogito existencial e a preguiça de pensar sobre isso)

Ele era pirracento,
E na despedida disse:
Vai com dedo!...
E que nos seus caminhos Deus te elimine. 

E assim vai costurando inimizades,
Na realidade de suas brincadeiras, segue firme.
Nada o inibe, a não ser a própria verdade...
A autenticidade das suas feridas num “autocrime”. 

O frio gela os pés,
É o inverno que chega anabolizado.
É hora do almoço e a rainha saiu de fininho,
Foi ao reino vizinho comprar um guisado.

O rei, que nunca foi coroado,
Ficou sozinho, mas diz: 
Antes só que mal acompanhado...
Não é nada, não é nada,
Sua refeição foi um peito de frango congelado
Com a macarronada da semana passada.

Pensa, logo existe...
Não é crime achar que essa frase não lhe cabe.
“Tenta” é prologo de “não desista”...
Agora sim, essa se encaixa, ele sabe! 

Nas palavras de Kierkegaard, no livro O conceito da angústia:
“Existe calma e descanso; porém existe, ao mesmo tempo, outra coisa que, entretanto, não é perturbação nem luta, porque não existe nada contra o que lutar. O que existe então? Nada.”

Agora pôde seguir com mais calma a estrada,
Observando a mata e os pássaros, aos passos vagarosos.
Sentiu-se realizado, com a mente bem clara,
Enterrando problemas passados, encarando os novos.

André Anlub®
(25/5/19)

Boneco de engonço


Boneco de engonço

Vivia teleguiado pela mídia e suas filiais
Encontrava resposta para tudo nos seus tele jornais
Indignava-se e sozinho resmungava sobre o bem e o mal
Sua opinião mudava conforme ele mudava o canal.

O ibope era o único divisor de águas que havia
As palavras saiam ao vento diante da televisão
Não sabia que era um atrapalhado boneco de engonço...
Nem que estava em cárcere com a corda no pescoço.

O pior cego às vezes é o que quer ver
Regando as mazelas da vida e as vendo crescer
Sem saber que muitas informações são manipuladas
E outros mil escândalos nunca darão em nada.

Temos que esmiuçar sempre o conhecimento
Lendo e relendo o que sabemos ter idoneidade
Saindo dos muros de letras que nos prendem em nossas cidades
Indo voar e se banhar em outras chuvas e ventos.

André Anlub®

24 de maio de 2019

Das Loucuras (de tudo um pouco, veio à morte e acabou morto)




Das Loucuras (de tudo um pouco, veio à morte e acabou morto)

A ambivalência vacila à cena...
Tal cena de tal tamanho descomunal.
Quando há amor na historia, isso se torna normal...
É um quebra-pau de sentimentos, mas valer a pena.

Seguindo a trilha entre as altas arvores
E uma densa vegetação – natureza que faz contestação –;
Sentindo a umidade mais úmida
E o silencio que engole o papo furado da civilização.

Acharam a pessoa certa, que quase sempre está errada;
Encontraram a mais amada – grande descoberta.
Gente torta em linhas certas; alma alada...
São centenas de pensamentos úteis – grátis – em oferta.

Em bocas esquecidas – por beijos e pela falta de compreensão,
Vê-se a solução prematura, emoldurada no espelho.
De joelho no milho, pronto à comunhão,
Abraça a si mesmo, se autoproclama “irmão”.

As palavras agora lembradas,
Embaralhadas em princípios e pecados,
Moldadas em poesias,
Pelas vivencias nas esquinas
E no frio das noites mal dormidas...
Ficam mais pomposas – dão os recados;
Abençoados aqueles que escutam essas rimas.

O ponto fraco tornou-se um paragrafo,
Ninguém sabe se amanhã se tornará um livro.
Em verdades se apoia, e (entra, fica e sai) safo,
O verdadeiro, fiel e persuasivo está bem vivo.

André Anlub®
(24/5/19)


23 de maio de 2019

Excelente noite


Aurora (12/12/08)

Chegou agora
Chegou a tempo
Fagulhas do amor.

Do chão que pisa
Do chão que beija
Aurora da vida.

Sentimentos
Desencantos
Sofrimentos.

Uma promessa 
Um tudo que é bom
Doce mentira.

A Mágica Do Versejar (12/2/09)

De tudo que já vi
Uma coisa me comove
Esse diz que não diz
Esse prende e absolve

Paro e fico pensando
Pego a caneta e "zás"
Encéfalo trabalhando
Navio deixando o cais

Entro em alto mar
Letras aparecem do além
Velas vou içar
Meu momento zen

Saem algumas escritas
Entram novas lembranças
Desabafos vomitam
Novo versejar se alcança

Deixo a maré me levar
Não tenho mais remos nem velas
Já sei aonde ancorar
Porto seguro quimera

André Anlub®

Das Loucuras (achados e perdidos, como se importassem)




Das Loucuras (achados e perdidos, como se importassem)

Ao sair à rua vai pegar o bonde,
Reza para que Deus guarde o mundo
Mas que perca a chave
E esqueça aonde.

Os olhos focam singelos,
A mente sempre alerta,
Van Gogh na fase do amarelo,
Cansado da treta em sua meta.

Um coração apático,
Mas o código genético ajuda...
Mas ai já é papo didático,
E esse blá, blá, blá nada muda.

A luta por sob o Sol e sob a Lua,
Guerreiro carrega o santo no centro do peito.
De trejeito sorri a quem nunca foi na sua,
Leva o descaso pra descansar no seu leito.

Desconsidera o início, não quer saber do fim,
Tá mais afim do meio...
Tem caráter em cárcere, mas inabalável...
Para superar os problemas e vencer entraves
Jamais pisou num pescoço alheio.

E se não houve batalha alguma;
E se não houve desafio, barreira,
Há fogo, gelo, água,
Luto, luta, ideologia... 
Ou não há nada?

Imagine os caminhos iluminados,
Com grama aparada, coberto de flores,
Aguas puras em fontes – amores,
Muitos pés de manga, amora;
Tem também abacateiro, caquizeiro, jabuticabeira...

Mas que houve – na verdade –, houve...
E não foi alguma besteira.
Agora recebe o abraço da tal glória...
De um modo sutil, porém acertado,
Ao pé do ouvido o toque é dado...
Enfim seus dedos fazem sinal de vitória.

Andre Anlub®
(23/5/19)

Excelente quinta aos queridos amigos

Via: vitrolanews (Instagram)

36 horas. Esse foi o tempo que Jimmy Page, Robert Plant, John Bonham e John Paul Jones precisaram para gravar e mixar um discos mais importantes discos do rock mundial. O álbum de estreia do Led Zeppelin completou 50 anos em 12 de janeiro deste ano. Produzido pelos quatro integrantes, o registro mudou a forma como passamos a perceber e fazer música e até hoje é uma referência para diferentes gerações.

22 de maio de 2019

Uma ótima noite a todos



"PERGUNTA: Leio o Buda porque esta leitura me ajuda a pensar claramente a respeito dos meus problemas; e também vos leio e a uns poucos mais, para o mesmo efeito. Pareceis dar a entender que toda ajuda desta natureza é superficial e não produz transformação radical. Isto é apenas uma sugestão casual da vossa parte, ou quereis indicar que existe algo muito mais profundo, que não pode ser descoberto pela leitura?

KRISHNAMURTI: Ledes para obter ajuda? Ledes com o fim de confirmar vossa própria experiência? Ledes para entreter-vos, para dar a vossa mente, esta mente sempre ativa, um pouco de descanso? Diz o interrogante que lê, porque isso o ajuda a resolver os seus problemas. Recebeis realmente ajuda pela leitura, seja quem for o vosso autor? Quando saio em busca de ajuda, sou ajudado? Talvez encontre um alívio temporário, uma fenda momentânea, por onde possa vislumbrar o caminho; mas, por certo, para encontrar ajuda, tenho de entrar em mim mesmo, não achais? Os livros podem dar-vos instruções sobre como deveis proceder para chegar à porta que leva à solução dos vossos problemas; mas vós tendes de andar, não é verdade?"



"Não acha o senhor que uma alta sensibilidade torna a pessoa emotiva?

Krishnamurti: Que mal há na emotividade? Quando vejo essa gente infeliz vivendo na miséria, eu sinto muito. Será isto errado? Não há nenhum mal em nos comovermos com a esqualidez, a pobreza à nossa volta. Você também se sente fortemente atingido quando alguém fala mal de você. Como reage quando lhe acontece isto? Sua emoção o fará bater no outro? Ou esta sensibilidade, esta emoção o tornará atento ao que vai fazer? Se houver um intervalo antes de sua reação, e você observar as coisas, se for sensível ao que ocorre, então, nesse intervalo, surge a compreensão.

Propicie esse intervalo e, durante ele, comece a observar. Se estiver integralmente cônscio do problema, haverá ação instantânea e esta será a ação correta da inteligência."

2019 Dança da solidão ANDREA MOTIS QUINTET

Julie Byrne performs "Sleepwalker" for The Line of Best Fit

Ótima noite aos amigos


José
Carlos Drummond de Andrade

E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, você?
você que é sem nome,
que zomba dos outros,
você que faz versos,
que ama, protesta?
e agora, José?

Está sem mulher,
está sem discurso,
está sem carinho,
já não pode beber,
já não pode fumar,
cuspir já não pode,
a noite esfriou,
o dia não veio,
o bonde não veio,
o riso não veio,
não veio a utopia
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,
e agora, José?

E agora, José?
Sua doce palavra,
seu instante de febre,
sua gula e jejum,
sua biblioteca,
sua lavra de ouro,
seu terno de vidro,
sua incoerência,
seu ódio — e agora?

Com a chave na mão
quer abrir a porta,
não existe porta;
quer morrer no mar,
mas o mar secou;
quer ir para Minas,
Minas não há mais.
José, e agora?

Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse
a valsa vienense,
se você dormisse,
se você cansasse,
se você morresse...
Mas você não morre,
você é duro, José!

Sozinho no escuro
qual bicho-do-mato,
sem teogonia,
sem parede nua
para se encostar,
sem cavalo preto
que fuja a galope,
você marcha, José!
José, para onde?

Cria da realidade


Cria da realidade

Sonhei com calçadas vazias e as ruas pelos carros lotadas,
Estranhos corpos ocos vagando em terras sem fim.
Havia um ar carregado e viscoso, tóxico de tão ruim...
Que entrava como pimenta pelas narinas pré-fabricadas. 

O vazio corria ligeiro pelas artérias e veias
Enquanto aranhas trabalhavam multiplicando suas teias.
Aos ratos, museus, escolas, teatros abandonados...
O mundo ressecado ao aguardo do fogo imaculado.

Sonhei com um horizonte invisível,
O sol apenas à serventia da vaidade.
Do homem, a alma nem sequer “a ver navios”...
A lua vive na insônia da inutilidade.

Podres parede e pele descascando
Clamando por uma demão de tinta,
Rios limpos de sorrisos nunca foram descobertos,
Estão cobertos por mágoas em esgotos ao céu aberto.

Sonhei que havia sonhado que tudo não seria sonho
Só ponho minha mão no fogo pelas chuvas de amores
Encaro meus pavores em sopros como uma toda verdade...
Esbarro no trágico fato de tudo ser cria da realidade.

André Anlub
(15/6/18)


Nas danças religiosas


Nas danças religiosas
Com charutos, tambores
Concentração, louvores
Ou nada disso
Com balés de fé
Pés ligeiros
Na Praça da Sé
Ou onde quiser
Sem compromisso
Em fevereiro
Ou o ano inteiro
Saudade se arrasta
Sincronia de beleza
Casta cumplicidade
Adorando a mãe-natureza
Seja como for e vier
Paro e ensaio o sorriso
Sem competitividade
Sem ser submisso
Visto a vasta felicidade
E sigo e sigo e sigo
Pois meu pescoço e pulsos
São fartos
Para seus beijos, abraços
E dez escapulários
Ou quaisquer outros artefatos. 
E sigo e sigo e sigo
Pé a pé
Com você e minha fé.

André Anlub®

Para o surrealismo brasileiro, o único Salvador que eu confio é o Dalí.




Rabisco sem nome

Para o surrealismo brasileiro,
O único Salvador que eu confio é o Dalí.

Conforme a idade avança,
A trama da peneira vai ficando menor. 
Saímos do irracional e do voo de Ícaro
E adotamos o uso de mais lógica e pés no chão. 

Amar é lindo, sem dúvida,
E colore os dias ter amor para viver...
Mas há de se ser mais zeloso com si próprio
Pois não há mais tempo a perder.

Dança a medusa, por dentro dos oceanos,
Com sua beleza insinuante e perigosa.
Num viver obtuso, segue solitária e misteriosa.

Vai meu conforto no contorno de uma folia,
Que abraço com meus escritos, dia após dia.
É tudo, senão a realidade que não aceita mais sobejos.

Descobri-me, podei-me, me conheci e me desejo...
E em todos os sentidos perdi peso.

Um conselho é um conselho,
Mas às vezes soa como um berro...
Que lustra fatos passados e que nos distrai de atos recentes – vácuo.

Enfim, cai-se na armadilha de passar verniz na parte de baixo do taco...
Então se cria uma alva bola de neve,
De nuvem,
De névoa, 
De nervos e de erro.

Não há razão,
Mas há sonho perambulando a memória recente.
É bom,
Pois o ritmo da vida quer e requer distração.

Olho-me com gosto no espelho
E vejo que a cicatriz da testa ficou mais evidente...
Sinto que poderia até sentir-me um demente,
Mas como me conheço e é de lince minha visão,
Permito-me criticar-me,
Dar-me, ou não, razão.

Colocaram mudas já crescidas de Léia rubra,
Na varanda da imensa casa verde à frente.
O cão, o Tony, um labrador caramelo,
Passeia de um lado ao outro contente.

A vida segue, e eu sigo nela,
Sou sentinela dos meus feitos.
Costuro a mão meus farrapos,
Coloco tinta na aquarela. 

André Anlub




“Bora nessa”


“Bora nessa”

Vou caminhando com total certeza:
No fundo, no fundo, você está em mim.

Não a vejo, entretanto consigo ver o belo,
Os olhos fracos ainda enxergam.

Ouço tal música (aquela nossa)
Os ouvidos estão indo bem;
Mesmo sem você escrever uma só linha,
Como nunca, sinto sua poesia,
Pois ela também é minha...
(admiração eterna).

No fundo, no meio e no raso,
Meu escuro – meu escudo
Meu jardim – meu cenário;

Nos olhos de janela,
Cada casto colorir de aquarela,
No vácuo, no vasto, no espaço,
Em cada música,
Em cada arte que faço
Em, absolutamente,
Todos os meus passos e traços...

Você está em mim.

André Anlub®
(10/8/14)


"O seu tempo é seu, você é ÚNICO, não se cobre igualar á ninguém, a vida não é uma corrida, as coisas acontecem no seu próprio tempo para cada um. "
-- Lucas Mahat


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Fato Consumado

Hoje acordei com a paleta cinza
Algo que mexia me fez de enigma
Um vibrar de cor em alto-relevo
Um afago imenso em minha autoestima

Deixo a sensação me dominar
Sinto o sangue fervendo
Tremo, não dá para segurar
É minha inspiração ao extremo

Minha mente se expande
Coração aquece e inflama
As mãos te tateiam, insanas
E a alma se desprende...

Um ritmo frenético aflora
O antes, o depois, o agora
Tudo unido nesse objetivo armado
Pode considerar um fato consumado 

As mãos agora seguras
Agarram-se ao verbo criar!
E a tela que se fazia de nua
Abraça-me em um eterno amar

André Anlub e Márcia de Sá




Excelente quarta aos amigos


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Para Sylvia

Abra a porta e deixe a felicidade entrar
Conte a ela toda sua vida e suas histórias
Fale de suas amarguras e vitórias
Convide-a para um chá;
Temos pão integral e frutas.

Que tal a deixarmos recitar um poema seu?
Fazer desse momento aquele que nunca se esqueça
Vamos Sylvia, então escolha...
Assim, de repente,
Sumimos para além dessa redoma de vidro
Para longe de uma coação em sua cabeça.

Diga em voz alta, diga à vida,
Exponha o que lhe faz falta;
Abram todos, todas as janelas,
Se for repressão ou depressão...
Ainda não está fenecida...
Invente que escrever é uma mazela.

Coloque mais um prato na mesa
Mais lenha na lareira e ajeite a cama...
A alegria quer ficar.
Sylvia, não se vá...
As letras já estão em prantos,
O sol fez crescer a grama.

Todas as pessoas que lhe abraçaram
Agora estão deitadas em posição fetal,
Com os olhos encharcados...
Olhando o além, com suas poesias em mãos,
Vivenciando o quão viver intensamente é fatal
Descobrindo que nem a morte é em vão.

Presente muitas vezes nos sonhos
Com a alcunha de Victória
Sempre longa fábula de final feliz
Quimera de uma escritora que também é atriz.

Passeando em pensamento 
Sendo lida ao relento
Denotando em aforismos
O seu mundo em fartas folhas
Na cabeceira do surrealismo.

Segue mãe, imponente e linda,
Colosso na exposição dos sentimentos...
Por dentro adorável menina,
De estrutura abalável
Sensibilidade inimaginável.

Os rebentos amparados, mas longe das asas da mãe,
O fim já anunciado pelos martírios de viver.
Sua escolha pro futuro foi perene branca folha
Jamais entenderão o que seria seu bel-prazer.

Trinta anos são tão parcos
Para uma rainha da imortalidade...
Temos que carregar os fracassos
Com a incumbência de pisá-los.

O dito “Efeito Sylvia Plath”...
Que muitos poetas carregam no cerne,
Não está pertinente a perder
É somar o muito além do que há.

André Anlub





















Das Loucuras (“telefone ao menos uma vez... quatro, três, três”)


" Deus, ou sei lá quem, continua criando mulheres e cuspindo-as nas ruas, e o rabo dessa é muito grande, e os peitos daquela são pequenos demais, e aquela outra é louca, e outra totalmente pirada, tem uma ainda que é religiosa e outra que adivinha o futuro em folhas de chá, há a que não consegue segurar seus peidos, e mais aquela que tem um nariz imenso, sem esquecer daquela de pernas esquálidas...
Mas de vez em quando, uma mulher entra em cena, em plena floração,
uma mulher extrapolando os limites do vestido... uma criatura feita de sexo, uma maldição, o fim de tudo. Ergui os olhos e lá estava, bem no fundo do bar."

Charles Bukowski - Cartas na Rua

Das Loucuras (“telefone ao menos uma vez... quatro, três, três”)

Bate um fio, bate um “zap”,
Estou com saudades...
Mentira! 
É apenas carência de realidade.

Novamente o saudosismo puro, 
Purê, Pinóquio, pavimentos da cidade.
O frango assado no forno com as horas assando a saudade.

A idade vai avançando com o tempo que aponta a chegada...
Instantes que se prevê o terremoto com a raiz firme da árvore.
Forte como um trem, o trilho que dita à passagem ao nunca,
É à força em inspiração de ferro, elo do dito: “força na peruca”.

A lembrança da casa que a mente tenta, abafa, expurga.
Notória sensação de tudo estranho: a orelha atrás da pulga.

Gigante, colosso, chumbo-grosso, esgrima...
Tudo que não cabe num sonho;
Fragilidade, afoitamento, afogamento, compridos...
Tudo que cabe na gaveta de cima.

Hora do mingau minguado,
Peixe linguado e farinha de maracujá;
Noites dormindo acordado;
Dias sem a corda no pescoço: sarava.

A saudade da facilidade dos tempos que já jazem,
Eis que surgirá mais uma vez
Aquela sensação de tormenta.
A armadura é posta,
O escudo e a espada nos braços,
Dois passos à frente...
E o sorriso e o abraço se fazem.

André Anlub
(23/11/17)


21 de maio de 2019

Das Loucuras (entrar em ação pode ser entrar pelo cano)



Das Loucuras (entrar em ação pode ser entrar pelo cano)

Ele é tatu e está tudo errado nessa dedução.
Pé no chão, pata no chão, barriga no chão.
Ele é rato ou pode ser cobra,
Vamos cobrar essa resposta.

E agora se faz o que? 
Mostrar o crachá, pegar o acarajé e caprichar no dendê.
A temperatura caiu,
Um mar Báltico,
Mas o corpo nunca esteve tão quente
E cáustico
Como nesse instante.

E amanhã como vai ser?
A lâmina da faca entre os dentes
Estará ainda mais gélida, afiada e lancinante.

Ele quer guarida,
Se reencarnasse iria querer novamente guarida...
Sonhos, projetos, orações são tudo em vão.

Tem a noção de que precisa de segurança externa,
Não anda com as próprias pernas,
Mas bebe e comete seus pecados com as próprias mãos.

Quer disfarce para usufruir da distração;
Não consegue, então chegam suas nuvens pesadas.
Guarda-chuvas na mão e a estrada de barro inundada...
Se proteger da chuva não é nada,
E novamente ele se deixa na mão.

Foi montado o funeral,
Ele já pode aparecer.
Cava seus buracos, busca suas saídas,
Trabalha seus ensaios e divulga suas rotinas...
Se expondo, se impondo, se cobrando
De uma forma que ninguém imagina.

A vida de dia lhe sorri – timidamente,
A noite ela se vinga, o faz de vítima.

Dizem que nem tudo acaba em pizza,
Talvez não seja somente lá e aqui...
Nem tudo é água ou daiquiri.

André Anlub®
(17/10/18)


Biografia quase completa






Escritor, locador, vendedor de livros, protético dentário pela SPDERJ, consultor e marketing na Editora Becalete e entusiasta pelas Artes com uma tela no acervo permanente do Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC/BA)

Autor de sete livros solo em papel, um em e-book e coautor em mais de 130 Antologias poéticas

Livros:
• Poeteideser de 2009 (edição do autor)
• O e-book Imaginação Poética 2010 (Beco dos Poetas)
• A trilogia poética Fulano da Silva, Sicrano Barbosa e Beltrano dos Santos de 2014
• Puro Osso – duzentos escritos de paixão (março de 2015)
• Gaveta de Cima – versos seletos, patrocinado pela Editora Darda (Setembro de 2017)
• Absolvido pela Loucura; Absorvido pela Arte
(Janeiro de 2019)

• O livro de duetos: A Luz e o Diamante (Junho 2015)
• O livro em trio: ABC Tríade Poética (Novembro de 2015)

Amigos das Letras:
• Membro vitalício da Academia de Artes, Ciências e Letras de Iguaba (RJ) cadeira N° 95
• Membro vitalício da Academia Virtual de Letras, Artes e Cultura da Embaixada da Poesia (RJ)
• Membro vitalício e cofundador da Academia Internacional da União Cultural (RJ) cadeira N° 63
• Membro correspondente da ALB seccionais Bahia, São Paulo (Araraquara), da Academia de Letras de Goiás (ALG) e do Núcleo de Letras e Artes de Lisboa (PT)
• Membro da Academia Internacional De Artes, Letras e Ciências – ALPAS 21 - Patrono: Condorcet Aranha

Trupe Poética:
• Academia Virtual de Escritores Clandestinos
• Elo Escritor da Elos Literários
• Movimento Nacional Elos Literários
• Poste Poesia
• Bar do Escritor
• Pé de Poesia
• Rio Capital da Poesia
• Beco dos Poetas
• Poemas à Flor da Pele
• Tribuna Escrita
• Jornal Delfos/CE
• Colaborador no Portal Cronópios 2015
• Projeto Meu Poemas do Beco dos Poetas

Antologias Virtuais Permanentes:
• Portal CEN (Cá Estamos Nós - Brasil/Portugal)
• Logos do Portal Fénix (Brasil/Portugal)
• Revista eisFluências (Brasil/Portugal)
• Jornal Correio da Palavra (ALPAS 21)

Concursos, Projetos e Afins:
• Menção Honrosa do 2° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Brava Gente Brasileira”.
• Menção Honrosa do 4° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Amor do Tamanho do Brasil”.
• Menção Honrosa do 5° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Quem acredita cresce”.
• Menção Honrosa no I Prêmio Literário Mar de Letras, com poetas de Moçambique, Portugal e Brasil, ficou entre os 46 primeiros e está no livro “Controversos” - E. Sapere
• classificado no Concurso Novos Poetas com poema selecionado para o livro Poetize 2014 (Concurso Nacional Novos Poetas)
• 3° Lugar no Concurso Literário “Confrades do Verso”.
• indicado e outorgado com o título de "Participação Especial" na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas/Salvador (BA).
• indicado e outorgado com o título de "Talento Poético 2015" com duas obras selecionadas para a Antologia As Melhores Poesias em Língua Portuguesa (SP).
• indicado e outorgado com o título de Talento Poético 2016 e 2017 pela Editora Becalete
• indicado e outorgado com o título de "Destaque Especial 2015” na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas VIII
• Revisor, jurado e coautor dos tomos IX e X do projeto Poesias Encantadas
• Teve poemas selecionados e participou da Coletânea de Poesias "Confissões".
• Dois poemas selecionados e participou da Antologia Pablo Neruda e convidados (Lançada em ago./14 no Chile, na 23a Bienal (SP) e em out/14 no Museu do Oriente em Lisboa) - pela Literarte

André Anlub por Ele mesmo: Eu moro em mim, mas costumo fugir de casa; totalmente anárquico nas minhas lucidezes e pragmático nas loucuras, tento quebrar o gelo e gaseificar o fogo; não me vendo ao Sistema, não aceito ser trem e voo; tenho a parcimônia de quem cultiva passiflora e a doce monotonia de quem transpira melatonina; minha candura cascuda e otimista persistiu e venceu uma possível misantropia metediça e movediça; otimista sem utopia, pessimista sem depressão. Me considero um entusiasta pela vida, um quase “poète maudit” e um quase “bon vivant”.

Influências – atual: Neruda, Manoel de Barros, Sylvia Plath, Dostoiévski, China Miéville, Emily Dickinson, Žižek, Ana Cruz Cesar, Drummond
Hobbies: artes plásticas, gastronomia, fotografia, cavalos, escrita, leitura, música e boxe.
Influências – raiz: Secos e Molhados, Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Mutantes, Jorge Amado, Neil Gaiman, gibis, Luiz Melodia entre outros.
Tem paixão pelo Rock, MPB e Samba, Blues e Jazz, café e a escrita. Acredita e carrega algumas verdades corriqueiras como amor, caráter, filosofia, poesia, música e fé.