Texto de Sara Reis

Ontem pipocaram pelo face milhares de mensagens pelo dia internacional da mulher. É interessante ser homenageada, se a homenagem for carinhosa e bem intencionada, porém não foi possível não ficar lembrando o tempo todo do tanto que ainda nos falta de respeito alheio e até próprio em muitos casos, no que tange à valorização de nossa condição feminina no sentido mais exato do conceito em si. Atrevo-me a afirmar que tais homenagens farão muito mais sentido no tão sonhado dia em que:
- as mulheres não mais se deixarem serem usadas pela mídia como objeto sexual e de consumo;
- as mães ensinarem suas filhas que, em nenhuma circunstância são seres superiores nem inferiores aos homens, porém iguais;
- as gurias entenderem que seus corpos lhes pertencem, inclusive para amar quem realmente lhes respeitar e não para saírem transando com todos os homens que lhes parecerem remota e potencialmente interessantes, em troca de momentos rápidos e passageiros de nem tanto prazer assim, pq somos bem mais do que meros desejos sexuais;
- as mães protegerem suas filhas e não as transformarem desde criancinhas em barbies ou bailarinas de funk seminuas;
- os homens entenderem que estamos no mesmo patamar que eles em tudo e que, há muito tempo e em todos os lugares do mundo, já deveríamos ter adquirido os mesmos direitos que eles, principalmente quando se trata de trabalho com salário condizente com nossa capacidade, nível intelectual, talento, preparo e estudo;
- que nós próprias nos respeitarmos e lutarmos juntas (não umas contra as outras), para que num futuro bem próximo todas, sem exceção, possamos ter orgulho de sermos mulheres sem que para isso seja necessário instituírem um dia do ano (explorado comercialmente) especialmente voltado para nós.