Buraco da agulha
(3/2/14)
Passou pelo pequeno buraco da agulha,
Como um raro e sensato camelo franzino.
Deixou ao relento seu ego sozinho
E jogou num bom vento os versos nas ruas.
É no amor, e não há impossível,
No verossímil da batalha à vitória.
Fez de fulgentes momentos, o invisível,
E na equação da paixão, a auréola simplória.
Sim, eu conheço, sei bem dessas fábulas;
Sei qual o seu curso, bons e maus imprevistos.
Falam de alguns vícios, falam de absurdos,
Não provaram na língua o que dizem amargas.
Qual o passo difuso em logradouros de deuses?
O que fez um sol confuso no louro da Nêmesis?
E agora um velho e sábio seguia adiante,
E passou novamente pelo buraco da agulha.
Ficou na agrura, pois não era um camelo...
Ao se olhar no espelho viu somente um gigante.
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