Parte II
Tarde de sábado
O estreito furo do observador
A galinha ciscando no quintal
Tal de etc. de afago e dor
Enquanto a enfermeira prepara o mingau.
O que há dentro de nós?
Uma guerra sem fim;
Uma festa uníssona...
Aquele algo além do passível, enfim:
Tudo que se faz combustível.
É como se os verões quisessem sair,
Alavancando novos rumos,
Flertando com o ir e o vir,
Um futuro além de seus túmulos.
Então, enquanto o incenso invade a casa
Falsificando o cheiro puro do jasmim.
Para recomeços sempre será tarde criar asas
Se a cicatriz não se torna tatuagem assim.
Inícios, recomeços, medos, a rocha frágil, veeiros...
A roupa rasgada lavada; o pássaro preso ao viveiro.
De dia aquele clarão que põe à prova a coragem,
De noite a engrenagem que se quebra na cegueira do covarde.
Pés pisando em pequenos cascalhos,
A maresia, a adrenalina, a música e a sacanagem.
O pensar vago enquanto vagueia nas imagens
Numa bela praia do acaso;
Numa pintura de tarde de sábado.
André Anlub®
(27/3/19)
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