Uma memoria esquecida
Adormeceu por engano
Focado no sigilo da mente
Sangue escorrendo no cano
Memórias de um indigente
Sorriso falso nos lábios
Na boca a falta de dentes
Uma cicatriz na sua face
Corta um de seus olhos azuis
O cabelo caindo em maços
Por dentro estava em prantos
De repente se aprofundou tanto
Passou a falar esperanto
Já no limite do querer
Não reconhecia ninguém
Sua boca vazia que pronunciava ao vento
Do inferno ao firmamento
Do rodízio de almas, contento
Um universo sombrio
Achou bem escondido
O calor ao invés do frio
Casas antigas de pedras
Calhas entupidas de folhas
Árvores cortadas a esmo
Ruas com um toque de medo
Mulheres nuas sendo violentadas
Sempre acontecendo ao relento
Donas do tudo e do nada.
Tudo no absoluto segredo.
A MÁGICA DO VERSEJAR
De tudo que já vi
Uma coisa me comove
Esse diz que não diz
Esse prende e absolve
Paro e fico pensando
Pego a caneta e "zás"
Encéfalo trabalhando
Um navio deixando o cais
Entro em alto mar
Letras aparecem do além
Velas vou içar
Meu momento zen
Saem algumas escritas
Entram novas lembranças
Desabafos vomitam
Um novo versejar se alcança
Deixo a maré me levar
Não tenho mais remos nem velas
Já sei aonde ancorar
Porto seguro quimera
Andre Anlub
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