É, é missão, é;
É improviso, concepção, papel e caneta na mão...
Deixem estar,
Deixem “star” – noite escura e quente de verão.
Vejo as nuvens brancas e cinzas,
Em degrade – jazem no céu...
Aqui jazo eu,
Caso continue o branco desse funesto papel.
Há um estalo!
Sobe pelo ralo o cheiro de uma fragrância estrangeira;
Há frequência, talvez de rádio,
Talvez aquela vizinha louca indo ao bordel...
Ela vive sozinha,
Aparando seu Bonsai – (vejo pela janela),
Vez ou outra ela acende uma vela e reza nua em pelo
– (vejo pelo basculante do banheiro).
Ensaio todos os dias uma conversa (estilo Sartre),
Pode até ser perversa, se for para me tirar do ostracismo.
Quero passar a conhecer mais a mim,
Dar-me bem mais importância;
Quero escalar a parede desse abismo
Que mergulhei e não tem arremate.
É, foi missão;
É, foi de supetão;
Preenchi o papel em branco,
Enterrei o ranço,
Sendo franco e fui de encontro à vida.
Lembra?
Vale ressaltar: até se derramam as tintas;
Até se misturam as cores;
Até não se pintam amores,
Mas a tinta não pode acabar.
André Anlub
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