Das Loucuras (Prosciutto di Parma)
A narrativa é essa, tal qual o grito passado
E ao lado, na frente e atrás vê-se a sombra
Assombrando o seu espírito despreparado...
Nu – pelado –, de cima a baixo.
Chamaram os espíritos para o banquete farto,
No prato, presunto de Parma;
No palato, o paladar de amargo...
O requinte requentado e uma cueca de guardanapo.
A alma foi revistada,
À procura de um autorretrato...
Lhufas – além de trufas –,
Absolutamente nada acharam.
Já era tempo de correr o seu sangue nas veias,
Fugir do labirinto que foi criado e que você semeia
Pernas pra que te quero? Diga em voz alta...
A pressa é inimiga da perfeição, mas ninguém é perfeito.
Vive aprisionado em armadilhas de sabores e dessabores,
Dentro de um pretérito mais-que-perfeito
Decoraras e adornaras a casa dos horrores,
Bela, porém solitária, mas é do seu jeito.
E a chave do seu sorriso decalcado
Se encontra perdida na cidade perdida
Longe de pessoas pérfidas, pedintes pedantes
Dos pós e do antes, e que os Andes abrigam
O ódio de Édipo, o rádio de lítio, a rédea de Hades
Que agora arde – do fim ao princípio
Na identidade da Atlântida – cidade.
Mas, saindo da loucura, de volta ao texto...
Deu com a testa em si mesmo,
Enfim, caiu na real.
Abre parágrafos, aspas, etc. e tal...
É normal – mas mesmo assim nada disso é a esmo,
Vivendo um dia de cada vez,
Registrando fins e começos.
André Anlub®
(25/2/20)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Agradecemos pela leitura.