Hospício
Salientaram no hospício
Que ninguém iria comer
Só injeções na testa...
Mais que um sacrifício.
Uma doutrina errada,
Condições terríveis,
Faces amarguradas...
Pessoas mais que sensíveis.
Não tinham valor algum,
Exclusos da sociedade,
Pessoas novas e de idade...
Somavam um mais um.
Indigentes, obscenos
Cenas do dia a dia,
Pretos, brancos, morenos...
Sujeitos à revelia.
Desprezados pela verdadeira família,
Inúteis sem poder reciclar,
Cães expulsos da matilha...
Sem ter mais em quem amamentar.
Aos montes iam se definhando,
Em um frenético vai e vem,
Homens mortos andando...
Passos calmos pro além.
André Anlub
“Despostergado”
Desando por dentro do vulcão de uma saudade antiga
Calço tamancos de madeira que incomodam ouvidos alheios
Não me valho com benditas opiniões
E nos canhões das angustias, sou devaneio.
Quero ver o amor seguir nossas pegadas
Ilusão calada de um sonho sem cor
No alto teor no voo do etílico prumo
Eu bebo, como e fumo...
É a simplória jornada.
Registro o torto por linhas tortas
Quero vivenciar em você o meu degelo
Lhe faço espelho, trancas das portas
Lhe faço as mortas de um pesadelo.
André Anlub
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