Castelo violeta
Irmão do céu,
De pé em cima de uma alta nuvem;
Seus olhos aguçados, acuados,
Discretos em suas ferrugens,
Visualizam tudo de errado
E quase tudo de certo...
Mais nesses próximos parágrafos:
A tentação é ar puro,
É astuta e presente em todo o ambiente;
As pernas fortes das corridas
Invejadas pela alma fraca pelo tempo.
Um castelo é erguido
Com o seu aguerrido espírito;
Pulcro, imponente,
Mas cheio de tormentos e de inventivas mentes.
No porão há um covil escondido
Cheio de lobos dentro;
Famintos, sedentos,
Sonâmbulos e carentes de apreço.
Árvores nada raras
Se agitam e se ajeitam com os vendavais;
Nos varais as roupas
Se ensopam com a chuva fina que cai.
Barrancos descem pelas montanhas
Como a manta dos deuses...
Há poder; há alianças;
Há independência e – a ser pago – preço.
Por dentro do corpo lacunas se abrem
Implorando explicações convincentes;
Ações voluntárias,
Inadequações insolúveis – multiplique tudo mil vezes.
No mais, não é aceitável ter um modo de vida que nos têm,
Por muito menos e por muito mais – ao menos –,
Descarrilhamos mil trens.
Cavalos livres descem a montanha
Em uma bela manhã de dezembro...
É o caminho livre, cheiroso e extenso,
é o livre arbítrio para o castelo violeta.
André Anlub
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