Vivemos em um faz de contas
Onde contas se empilham em mesas
Muito igual é a desigualdade
Estômagos gritam na escuridão das cidades
E as incertezas são nossos irmãos siameses
Engolindo os meses
Vomitando afrontas.
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Voltamos a Pasárgada
Vou-me para pasárgada
recado pro Manuel?
Levarei vinho e uma resma
para grafarmos na mesma
poesias inebriadas.
Mas sozinhas, tão somente sozinhas
palavras não dizem nada.
Com emoção e verdade
tornam-se mais que letras juntadas.
O tempo é perdido
pois não somos meninos
fraco e frio fogo
que o vento apaga.
Refaz-se na escrita, sonho
depura-se nos versos, banho
desfaz-se o assanho
esquecimento é adaga.
Caminhamos como poetas novos
largando a soberba, o estorvo
no fluxo de um novo povo
nosso suor que não amarga.
O alvo é claramente certo
de peito escancaradamente aberto
coração de um bardo.
Firmamento no teto
voa-se no adereço que aguarda
unidos, poetas
voltamos a Pasárgada.
André Anlub®
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