Branca paz, vermelho sangue e azul turquesa
Sobre a mesa fria uma marmita e um finado
Uma carta em uma trincheira e o soldado.
Imaginação mestiça
A imaginação dentro de seu raro aço,
Desembaraço das peças da adivinha,
Das vinhas – o vinho e o ‘barato’ – num corte
Espadas, esporas, gumes de facas
Os escárnios dos abstêmios, todavia...
Faz louca e bem-vinda toda a vida,
Sua moradia em peles ambíguas:
Branco no brando do plácido coelho;
Ao réu e aos ratos é cingido na cor cinza...
E impura e sinistra e baldia.
Bombas ao baixo, mãos ao alto, bom dia
Violência chorando na esquina chuvosa...
O touché na esgrima fez pontada na costela;
Eu e ela, vale a rima do nosso arrimo, nebulosa,
Sutileza e sangria e doce e vinho – melancia.
De aprontado feitiço nascem como hortaliças,
Nas ruas as nuas imagens em paragens insanas;
São fálicas e frígidas, finas piolas nada pulcras.
Tudo ao teor do amor e do terror da fantasia.
Esculpidos e arrazoados vemo-nos em vigília
Ao renascerem belas múmias e inspirações extintas
No horizonte o assombro de um alto monte
Ao montante o tanto não vale a sombra no vale...
A imaginação eclode da sua armadura mestiça.
André Anlub
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