Um Moinho*
A travessia é dura,
Dias de chuva - noites de frio
Dias bem quentes - noites sombrias.
Nesse caminho confuso,
Nessa estrada sem placas;
Entre o reto e o obtuso
Todos afogam suas mágoas.
Com a bota furada,
Pisando em barro ou em pedra,
Pronto em pé ou na queda,
Tiro o melhor na caminhada.
Se encontro uma rocha grande:
Serve para descansar.
Se encontro um mar:
Sou filho de navegante.
Se a fome quiser ser minha sombra:
Como um pedaço de pão...
E se não saciá-la:
Posso matar um leão.
Tudo posso e tenho
Se a força não me faltar.
Como um moinho de água,
Que mesmo se o poço secar,
Usa o vento pra roda...
Nunca parar de girar.
*Menção Honrosa no I Prêmio Literário Mar de Letras - com poetas de Moçambique, Portugal e Brasil -, ficando entre os 46 primeiros e assim participando do livro Controversos; Menção Honrosa do 5° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e assim participando do livro “Quem acredita cresce”.
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