Das Loucuras (1994, Copa, 1 da matina – arrebatamento)
A quietação da sagrada inspiração
E o surreal e o real do imaginário
São sombras no caminhar solitário...
Mas que também pode ser que não.
Olho de soslaio um ser estranho vindo na outra calçada
A visão é alçada às ideias de sair da situação.
Franzo a testa e o que resta é descontração...
Pois ali fui criado, conheço as flores e os buracos
E esse saber está longe de ser nada.
A solução do problema pode estar
Ao deixar de tentar pegar
Uma das visíveis e infinitas estrelas no céu,
E se contentar em pegar
Uma rara estrela do mar.
Pronto, o pensamento se perdeu na musa...
E no seu olhar há luz além dos calvários,
Vê-se onde o sossego descansa,
Vê no preconceito a repulsa.
Lido, ledo engano – felicidade...
É madrugada na minha cidade;
Alma drogada, não quer saber de nada – nunca quis...
Contorno de álcool, coturno, casaco e algo...
Tudo misturado com parafernálias vis.
Há algo que se possa fazer,
Mas é dar continuidade ao nada.
Quiçá exista a paz no que apraz – sacou a sacada?
Mas nunca ficou em pé – de guarda em seu posto,
Vigiando para os outros não saírem dos armários;
A ganância por detrás da máscara em seu rosto,
É problematizar problemas – inventar inventários.
Vem musa, me salvar desse “ouroboros”
Vem sorrir, expor o profícuo do que pra mim é finito,
Pois sou herói em meu sonho – e na real um tolo.
Nem leite nem bolo – só veneno – senão eu vomito.
E ela realmente veio...
Permanecendo ainda uma herança – sua sina...
De ter na alma o solidário – fazer bonito,
Estendendo as mãos aos que estão na latrina.
No coração há o transbordo do amor...
E as correntes ela abandona à dor.
Não há confisco, tampouco atrito,
Enfim, amores aprumando-se nas esquinas,
Do ser livre, do livre arbítrio.
André Anlub®
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