26 de setembro de 2019

Das Loucuras Verdades carecas, mentiras cabeludas




Das Loucuras Verdades carecas, mentiras cabeludas

Nas perfeições da natureza,
A minha mente monta o acampamento;
Aprecio cada pássaro, 
Bicho, som, folha, rio, 
Rio, cor, cheiros
E tons dessa beleza.

O futuro não importa,
O passado entorta
E o presente é torta de limão.

Nada não é. 
Até que então surja a razão de apenas ser... 

Inovação. 
Quero colocar mais cores: 
Expor o amor guardado no peito;
É egoísmo deixá-lo trancado
E não compartilhá-lo nessa perfeição.

Mas gargalho em voz alta
Ao perceber que o amor me falta...

Não vejo jeito,
Revolto-me e volto a um tempo de um Eu imperfeito. 

Agora amo quem e quando quero; 
Espero somente o que vier nua...
Saboto-me e ponho-me à mesa;
Sapeco a sobremesa: nua carne sua.

Minha refeição é fria e nessa linha ao vivo eu vivo
E sobrevivo sem pressa.

Pulo e mergulho na gruta:
Sem grilo,
Com grelo,
Com gula.

Pulo de galho em galho,
Sou Tarzan atazanado.

Pessoas são quebra-galhos,
Reencarno o escárnio,
Reaproximo-me do exílio
E encaixo os frangalhos.

Nesse mesmo instante eu desperto,
Foram sonhos que pariram pesadelos,
O amor me circunda como sangue;
A paixão vai dos pés aos cabelos.

André Anlub







25 de setembro de 2019

Balé dos estorninhos



Balé dos estorninhos

Vá falar aos quatro cantos
Desse enorme mundo ocioso...
Fale logo, vá;
Fale aos ouvidos trancafiados,
Preguiçosos,
Cimentados,
Mal acostumados.

Grite com todo o pulmão,
Faça seu furacão
Use todas as suas forças,
Até o ar se esvair.

E aquela velha inocência descabida? 
Deixe-a ir,
Ela já estava sufocada com sua maturidade,
Com seu desenvolvimento e sucesso,
Sua maneira de rir...
Mas não vá sozinho – siga -,
Vá com o balé dos estorninhos.

Os passos largos,
De gigantes dinossauros,
Agora são seus.
As impurezas das palavras impensáveis,
Nunca existiram.
O seu barco naufragado é passado
Ou pode até ter sido um sonho.
Ria, pois com o mar é casada
E vive à vontade com os golfinhos.

E agora rebobinou sua idade ao azul bem vasto,
Fixado no fundo da sua íris.
Poderá agora observar os loucos abutres,
Que voam por cima de um extenso deserto,
Deixando a sombra de rastro,
Com a sede e a fome,
Que os escoltam de perto.

André Anlub®
(29/6/13)


24 de setembro de 2019

Das Loucuras // Perninha de grilo, mas que dá onda



Das Loucuras // Perninha de grilo, mas que dá onda


Ele com os olhos em fogo
Comendo uma caixa de figo;
Ela com a boca seca
Bebendo com sede um litro de suco.
Casal romântico:
Amor nos corações batendo inocentes.
Asfixiados pelo tempo passado;
Absolvidos pelo presente.

Bichos bípedes e verdes
Voam com leves asas;
Dispensam as raivas e mágoas,
Sempre plantam sementes.

No verão saem sorridentes
Pelos ares dos bosques,
Indo às luzes dos postes,
Transformam-se novamente.

Ele varia de inseto a inseto
E às vezes arrisca ser gente;
Ela diz que o pôr-do-sol é atraente
E escuta Beatles adoidado.

Casal de loucos varridos;
Ela usa vassoura e ele a pá de lixo.
Respiram tranquilos
Na lama macia do leito do rio;
Ele coaxa alto em martelo,
Ela gentilmente o aquece do frio.

(Crato – 15/01/18)

22 de setembro de 2019

O Reencontro



O Reencontro (dueto)

clareie o sol no verão
sim um mar inteiro te busca
com andas de tsunami
não me negue mais teu nome
nesta minha imensidão

Uma semente, um rebento
Por mim não foi aceito
Nunca faça o que faço
Esse meu erro crasso
Fechou a porta do firmamento

Movimento de eternidade
idade em contrasenso
poetas, pintores brincam
renomeiam o firmamento

Uma busca ao extremo
Ir além do horizonte
Movendo todos os montes
Por esse amor de momento

Márcia Poesia de Sá e André Anlub



19 de setembro de 2019

Das Loucuras (mapa do seu céu, do meu mel, do nosso ócio)


Das Loucuras (mapa do seu céu, do meu mel, do nosso ócio)

Improvisando: olhos balançando e pensamento evasivo.
Céu com algumas nuvens cor de mel, de fim de tarde.
A morte peçonha é uma panela, mas a vida é quem come nela;
Pipocam ocas as mentiras, mas o fogo é a fera e é a verdade.

Corpo explosivo! “odeio detalhes!” – ela protesta...
Vê um belo diamante na mão direita enrugada
De uma senhora gananciosa e destra.

Copo impulsivo! “rodeio os retalhos!” – ela atesta...
Vê um elo dominante no não discreto dado
Em uma penhora do pouco tempo que resta.

Com a vida se briga, mas não se brinca não...
Se limpa, adorna e suja o próprio umbigo,
Mas não há como fazê-lo com o de Adão.

Escada pronta para descerem e revogarem os ódios;
Escada sempre pronta para subirem e abraçarem a bondade,
Mas os homens na volta da descida estão enfastiados...
Festejam num novo limbo com seus orgulhos renovados.

A cólera foi vencida, apanhou – merecida...
Mas em breve renascerá nos pódios criados.

Os ninhos estão seguros e as navegações recomeçam;
Jovens terras para conquistar; novos desafiantes que prestam.
Colocam a mão na cabeça do mundo
E esticam seu véu...

Dão bênçãos e fazem cafunés;
Cremam o mal na fornalha de túmulo,
E o mal voa, solto, na fumaça das chaminés...
Enquanto o povo ri, festeja e sonha
Com a chegada do Papai Noel.

André Anlub
(03/12/17)

18 de setembro de 2019

Excelente noite


"Primeiro fique sozinho.
Primeiro comece a se divertir sozinho.
Primeiro amar a si mesmo.
Primeiro ser tão autenticamente feliz, que se ninguém vem, não importa; você está cheio, transbordando.
Se ninguém bate à sua porta, está tudo bem -
Você não está em falta.
Você não está esperando por alguém para vir e bater à porta.
Você está em casa.
Se alguém vier, bom, belo.
Se ninguém vier, também é bom e belo
Em seguida, você pode passar para um relacionamento.
Agora você se move como um mestre, não como um mendigo.
Agora você se move como um imperador, não como um mendigo.
E a pessoa que viveu em sua solidão será sempre atraída para outra pessoa que também está vivendo sua solidão lindamente, porque o mesmo atrai o mesmo.
Quando dois mestres se encontram - mestres do seu ser, de sua solidão - felicidade não é apenas acrescentada: é multiplicada.
Torna-se uma tremendo fenômeno de celebração.
E eles não exploram um ao outro... eles compartilham.
Eles não utilizam o outro.
Em vez disso, pelo contrário, ambos tornam-se UM e desfrutam da existência que os rodeia."

Osho

17 de setembro de 2019

Das loucuras (Jogo que virou o jogo)


Das loucuras (Jogo que virou o jogo)

Vida em jogo antes mesmo do bem ser destapado ao mal...
Mal criada, indispensável e louca: vida que vive ao nosso encalço.

Cadafalso de corda sisal; cada passo em doçuras e melados com sal;
O caráter, a poesia, a alma, o amor são espelhos em cada passo.

Vão-se o tempo, corredores escuros, as doações em comunhão;
Há de se galgar o tempo para criar um escape, um escopo, para a propulsão.

Força que sai da pedra, visão para além do horizonte,
O levantar da cabeça, o alongamento, café bem fresco e seguir adiante. 

Tece-se o andar sereno – quando tem de ser;
Traça-se o cantar ameno – sempre de solução.

O jogo não existe: tela branca com indagações que não cessam;
É assim que é, estando vivo, altivo, ouvinte e falante.
À noite desenhada com caneta ótica de baixa resolução;
O dia impregnado na sua rua, casa, cama;
O dia ardia endeusado no seu só, sol, lua, casta, lama...

Como seu mais sincero – ao mesmo tempo, mero – amante.

André Anlub 
(Crato – 16/08/17)



14 de setembro de 2019

Das Loucuras (coup de grace)


Das Loucuras  (coup de grace)

Enquanto invade a casa nessa tarde de inverno,
Embelezando todos os cantos e até os pequenos frisos,
Com o canto do tentilhão de fundo
Sinto-me moribundo num amor perdido.

Seu perfume não me dissuade mais
Chega a ser assustador, quase bandido.
Inclino-me e venero, estou entregue...
As coisas são assim: inicio, meio e ‘aqui jaz’.

Nuvens são bem-vindas, tapam o sol e a luz com seu amor...
Passam ou ficam, descansam ou aceleram,
Adornam o cotidiano....
Entra ano e sai ano,
Elas põem a mão em nosso humor.

O tempo mexe com a inspiração,
Dias de sol, mas frios, fazem noites de som, bem quentes.

A alma quente bebendo café quente na beira do rio...
Gente passando a fio;
Passando roupa,
Mostrando pompa...
Aos que ainda tem brios.

Gente passando fofoca adiante,
Diante de um espelho bem limpo,
Vivendo em bolhas e limbos,
Com desculpas hilariantes.

Dentes em sorrisos;
Sem rima ou mimo...
Dentes escondidos,
Em uma grande obediência...

Jazem em uma poça de limo,
Pois vivem em falência,
Mastigando e engolindo o falso rico,
Que sangra pelos poros da tez...

E o tudo, por sua vez,
No infarto do seu coração oprimido,
Farto de ser todo umbigo,
Morre sem saber o que fez.

Andre Anlub®
(25/3/19)

Biografia quase completa






Escritor, locador, vendedor de livros, protético dentário pela SPDERJ, consultor e marketing na Editora Becalete e entusiasta pelas Artes com uma tela no acervo permanente do Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC/BA)

Autor de sete livros solo em papel, um em e-book e coautor em mais de 130 Antologias poéticas

Livros:
• Poeteideser de 2009 (edição do autor)
• O e-book Imaginação Poética 2010 (Beco dos Poetas)
• A trilogia poética Fulano da Silva, Sicrano Barbosa e Beltrano dos Santos de 2014
• Puro Osso – duzentos escritos de paixão (março de 2015)
• Gaveta de Cima – versos seletos, patrocinado pela Editora Darda (Setembro de 2017)
• Absolvido pela Loucura; Absorvido pela Arte
(Janeiro de 2019)

• O livro de duetos: A Luz e o Diamante (Junho 2015)
• O livro em trio: ABC Tríade Poética (Novembro de 2015)

Amigos das Letras:
• Membro vitalício da Academia de Artes, Ciências e Letras de Iguaba (RJ) cadeira N° 95
• Membro vitalício da Academia Virtual de Letras, Artes e Cultura da Embaixada da Poesia (RJ)
• Membro vitalício e cofundador da Academia Internacional da União Cultural (RJ) cadeira N° 63
• Membro correspondente da ALB seccionais Bahia, São Paulo (Araraquara), da Academia de Letras de Goiás (ALG) e do Núcleo de Letras e Artes de Lisboa (PT)
• Membro da Academia Internacional De Artes, Letras e Ciências – ALPAS 21 - Patrono: Condorcet Aranha

Trupe Poética:
• Academia Virtual de Escritores Clandestinos
• Elo Escritor da Elos Literários
• Movimento Nacional Elos Literários
• Poste Poesia
• Bar do Escritor
• Pé de Poesia
• Rio Capital da Poesia
• Beco dos Poetas
• Poemas à Flor da Pele
• Tribuna Escrita
• Jornal Delfos/CE
• Colaborador no Portal Cronópios 2015
• Projeto Meu Poemas do Beco dos Poetas

Antologias Virtuais Permanentes:
• Portal CEN (Cá Estamos Nós - Brasil/Portugal)
• Logos do Portal Fénix (Brasil/Portugal)
• Revista eisFluências (Brasil/Portugal)
• Jornal Correio da Palavra (ALPAS 21)

Concursos, Projetos e Afins:
• Menção Honrosa do 2° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Brava Gente Brasileira”.
• Menção Honrosa do 4° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Amor do Tamanho do Brasil”.
• Menção Honrosa do 5° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Quem acredita cresce”.
• Menção Honrosa no I Prêmio Literário Mar de Letras, com poetas de Moçambique, Portugal e Brasil, ficou entre os 46 primeiros e está no livro “Controversos” - E. Sapere
• classificado no Concurso Novos Poetas com poema selecionado para o livro Poetize 2014 (Concurso Nacional Novos Poetas)
• 3° Lugar no Concurso Literário “Confrades do Verso”.
• indicado e outorgado com o título de "Participação Especial" na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas/Salvador (BA).
• indicado e outorgado com o título de "Talento Poético 2015" com duas obras selecionadas para a Antologia As Melhores Poesias em Língua Portuguesa (SP).
• indicado e outorgado com o título de Talento Poético 2016 e 2017 pela Editora Becalete
• indicado e outorgado com o título de "Destaque Especial 2015” na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas VIII
• Revisor, jurado e coautor dos tomos IX e X do projeto Poesias Encantadas
• Teve poemas selecionados e participou da Coletânea de Poesias "Confissões".
• Dois poemas selecionados e participou da Antologia Pablo Neruda e convidados (Lançada em ago./14 no Chile, na 23a Bienal (SP) e em out/14 no Museu do Oriente em Lisboa) - pela Literarte

André Anlub por Ele mesmo: Eu moro em mim, mas costumo fugir de casa; totalmente anárquico nas minhas lucidezes e pragmático nas loucuras, tento quebrar o gelo e gaseificar o fogo; não me vendo ao Sistema, não aceito ser trem e voo; tenho a parcimônia de quem cultiva passiflora e a doce monotonia de quem transpira melatonina; minha candura cascuda e otimista persistiu e venceu uma possível misantropia metediça e movediça; otimista sem utopia, pessimista sem depressão. Me considero um entusiasta pela vida, um quase “poète maudit” e um quase “bon vivant”.

Influências – atual: Neruda, Manoel de Barros, Sylvia Plath, Dostoiévski, China Miéville, Emily Dickinson, Žižek, Ana Cruz Cesar, Drummond
Hobbies: artes plásticas, gastronomia, fotografia, cavalos, escrita, leitura, música e boxe.
Influências – raiz: Secos e Molhados, Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Mutantes, Jorge Amado, Neil Gaiman, gibis, Luiz Melodia entre outros.
Tem paixão pelo Rock, MPB e Samba, Blues e Jazz, café e a escrita. Acredita e carrega algumas verdades corriqueiras como amor, caráter, filosofia, poesia, música e fé.