Santos de madeira
Pés descalços pisam nas britas
Parecem pequenas brasas
Colher de boia fria na marmita
Colher de pedreiro nas mãos
Ensaiando seu karatê.
Cheirando cimento
Colando o pulmão
O sol fulgente e quente
Cortando de um lado ao outro
O céu mais limpo.
Rito habitual
Frito obituário
Às vezes pisca para a esperança
E o sol ri da sua cara
E ele, cá embaixo, suando em bicas
Pensa que há uma missão a ser feita.
Nas horas vagas é escultor
Faz santos de madeira
Com a ponteira acerta os pontos
O cinzel talha o formato
A plaina alisa a vida
E o verniz como o brilho nos olhos
Da lágrima que se mescla ao suor.
André Anlub®
Perfeito, André! Versos gravados na madeira do tempo...
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