Fizeram a
experiência num shopping center europeu. Ela poderia acontecer em qualquer lugar
do mundo, com resultados idênticos. Deixou-se uma garrafa de pet vazia no meio
do caminho, a dois passos de uma lixeira, e esperou-se para ver o que os
passantes fariam. Quase meia hora depois de uma multidão evitá-lo
acintosamente, uma garota juntou o objeto do chão e o pôs no lixo. Aí o “mall”
inteiro levantou-se para aplaudi-la. Sua expressão de surpresa parece genuína
no vídeo: Não fiz nada de especial para merecer isso! Pois olha que fez, em
contraste com a indiferença baseada no não vou limpar a sujeira dos outros,
firmemente fundamentada no não tenho nada a ver com isso. E o fato é: será que
não temos mesmo nada com isso? Será que a sujeira é tão dos outros assim, apenas
porque não fomos nós que derrubamos isso ou aquilo no chão? O chão é de todo
mundo e todo mundo será prejudicado se ele vier a se atravancar de lixo. Mas o
complexo de aristocrata que a infantilidade carrega, inoculado mesmo no mais
insignificante plebeu, acha que é “exploração demais”, é bancar o trouxa, o
jeca, o bocaberta limpar a sujeira dos outros. Para isso existem os faxineiros...
Rogério Camargo
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