26 de julho de 2015
Beltrano dos Santos
Beltrano dos Santos
(André Anlub - 18/5/14)
I
Ao final da tarde
As flores enfim se mostram
(mais dela) submissas,
Num colorido real e pétalas
Como olhos famintos de belo.
Ela, dama, atravessa os jardins
Os passos tímidos e sutis,
Abrindo os lábios
E deixando brotar as próprias cobiças.
Um artista do amor sorri,
Aponta seus dedos magros,
(outrora gordos e inebriados de nanquim):
- Ai, ai, ai, é o fim, ela não me notou...
Choram eu, ele, você e os jardins.
E o chá, um sopro para esfriar;
Vem aqui – foi lá.
A fumaça do tabaco profana a luz
Que atravessa a janela
Adentrando o quarto,
Trazendo a beleza que há
Aos olhos abertos
No limpar das remelas,
No sonhar – realizar e fazer jus.
II
Beltrano dos Santos é uma figura,
Já foi profeta,
Mas não se mostrou...
Só ele sabia;
Nas alquimias que os anos trouxeram
A derradeira ainda estaria porvir;
Mas ele não tem pressa,
O amor não tem pressa,
E o que só interessa
É o acreditar sem fim.
III
Pouco riso é muito siso,
Muito sexo é pouco nexo.
Sempre visa onde pisa
E nunca deixa o azar de eixo.
Fez o louco de poesia,
Desfez o sóbrio na boemia;
E na mais-valia das prosas
E intentos,
Situou-se na graça
Da rosa dos ventos.
IV
Já me afoguei em versos (3/8/11)
Sempre sorrio com uma boa música,
Um bom poema;
Ou com o sol (mau ou bom)
Nascendo ao longe...
Num céu azul quase turquesa,
No alaranjado ao vermelhidão
Que borra a folha
E desfaz a resma.
Penso em expectativas de renovação;
Posso agora me dar ao luxo
De em nada pensar.
Já me afoguei em versos,
Tirando os pés do chão
Vou redesenhando o que já é novo.
Indo em busca de ocupar anseios
Novas escritas (esquinas)
Novos meios (receios)
Novas criações (pirações)
Confesso que tenho medo das anuências,
Quão o simbolismo de estar vivo:
- Um objetivo,
- Uma obrigação...
Pois não sou assim, nem assado!
Sou deixado como semente ao vento.
(vou vivendo)
Já me afoguei em versos,
Versos duros - que incineram,
Fui fundo...
Ao ponto onde não havia mais luz.
Levei minha fé (memórias)
Levei minhas perdas (histórias)
Levei quem sou e quem fui (caráter)
Quando se volta se inicia,
Existe a certeza da descoberta
- Existe a escrita de companheira
Pois alegria não é viável
Antes de estar disposto a reparti-la.
V
Meu Sangue (4/1/13)
Voo entre a terra e o céu,
O sonho que crio na escrita.
Lua que derrama no papel,
Sol que desbanca na tinta.
Vivo em copiosa adesão:
Fome e vontade de comer.
Tudo na mão e contramão,
Auge do exagerado querer.
Noto o sangue correr ligeiro
Tragando minhas entranhas,
Travestido em mil façanhas.
Noto o vermelho em cores,
Transformando dor em amores;
Poesias são alimento e anseio.
A realidade concorre
Com minhas vertentes,
E elas, céleres e insanas,
Sempre saem na frente.
“Rabiscador” do mundo,
Homem que voa.
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Biografia quase completa
Escritor, locador, vendedor de livros, protético dentário pela SPDERJ, consultor e marketing na Editora Becalete e entusiasta pelas Artes com uma tela no acervo permanente do Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC/BA)
Autor de sete livros solo em papel, um em e-book e coautor em mais de 130 Antologias poéticas
Livros:
• Poeteideser de 2009 (edição do autor)
• O e-book Imaginação Poética 2010 (Beco dos Poetas)
• A trilogia poética Fulano da Silva, Sicrano Barbosa e Beltrano dos Santos de 2014
• Puro Osso – duzentos escritos de paixão (março de 2015)
• Gaveta de Cima – versos seletos, patrocinado pela Editora Darda (Setembro de 2017)
• Absolvido pela Loucura; Absorvido pela Arte
(Janeiro de 2019)
• O livro de duetos: A Luz e o Diamante (Junho 2015)
• O livro em trio: ABC Tríade Poética (Novembro de 2015)
Amigos das Letras:
• Membro vitalício da Academia de Artes, Ciências e Letras de Iguaba (RJ) cadeira N° 95
• Membro vitalício da Academia Virtual de Letras, Artes e Cultura da Embaixada da Poesia (RJ)
• Membro vitalício e cofundador da Academia Internacional da União Cultural (RJ) cadeira N° 63
• Membro correspondente da ALB seccionais Bahia, São Paulo (Araraquara), da Academia de Letras de Goiás (ALG) e do Núcleo de Letras e Artes de Lisboa (PT)
• Membro da Academia Internacional De Artes, Letras e Ciências – ALPAS 21 - Patrono: Condorcet Aranha
Trupe Poética:
• Academia Virtual de Escritores Clandestinos
• Elo Escritor da Elos Literários
• Movimento Nacional Elos Literários
• Poste Poesia
• Bar do Escritor
• Pé de Poesia
• Rio Capital da Poesia
• Beco dos Poetas
• Poemas à Flor da Pele
• Tribuna Escrita
• Jornal Delfos/CE
• Colaborador no Portal Cronópios 2015
• Projeto Meu Poemas do Beco dos Poetas
Antologias Virtuais Permanentes:
• Portal CEN (Cá Estamos Nós - Brasil/Portugal)
• Logos do Portal Fénix (Brasil/Portugal)
• Revista eisFluências (Brasil/Portugal)
• Jornal Correio da Palavra (ALPAS 21)
Concursos, Projetos e Afins:
• Menção Honrosa do 2° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Brava Gente Brasileira”.
• Menção Honrosa do 4° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Amor do Tamanho do Brasil”.
• Menção Honrosa do 5° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Quem acredita cresce”.
• Menção Honrosa no I Prêmio Literário Mar de Letras, com poetas de Moçambique, Portugal e Brasil, ficou entre os 46 primeiros e está no livro “Controversos” - E. Sapere
• classificado no Concurso Novos Poetas com poema selecionado para o livro Poetize 2014 (Concurso Nacional Novos Poetas)
• 3° Lugar no Concurso Literário “Confrades do Verso”.
• indicado e outorgado com o título de "Participação Especial" na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas/Salvador (BA).
• indicado e outorgado com o título de "Talento Poético 2015" com duas obras selecionadas para a Antologia As Melhores Poesias em Língua Portuguesa (SP).
• indicado e outorgado com o título de Talento Poético 2016 e 2017 pela Editora Becalete
• indicado e outorgado com o título de "Destaque Especial 2015” na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas VIII
• Revisor, jurado e coautor dos tomos IX e X do projeto Poesias Encantadas
• Teve poemas selecionados e participou da Coletânea de Poesias "Confissões".
• Dois poemas selecionados e participou da Antologia Pablo Neruda e convidados (Lançada em ago./14 no Chile, na 23a Bienal (SP) e em out/14 no Museu do Oriente em Lisboa) - pela Literarte
André Anlub por Ele mesmo: Eu moro em mim, mas costumo fugir de casa; totalmente anárquico nas minhas lucidezes e pragmático nas loucuras, tento quebrar o gelo e gaseificar o fogo; não me vendo ao Sistema, não aceito ser trem e voo; tenho a parcimônia de quem cultiva passiflora e a doce monotonia de quem transpira melatonina; minha candura cascuda e otimista persistiu e venceu uma possível misantropia metediça e movediça; otimista sem utopia, pessimista sem depressão. Me considero um entusiasta pela vida, um quase “poète maudit” e um quase “bon vivant”.
Influências – atual: Neruda, Manoel de Barros, Sylvia Plath, Dostoiévski, China Miéville, Emily Dickinson, Žižek, Ana Cruz Cesar, Drummond
Hobbies: artes plásticas, gastronomia, fotografia, cavalos, escrita, leitura, música e boxe.
Influências – raiz: Secos e Molhados, Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Mutantes, Jorge Amado, Neil Gaiman, gibis, Luiz Melodia entre outros.
Tem paixão pelo Rock, MPB e Samba, Blues e Jazz, café e a escrita. Acredita e carrega algumas verdades corriqueiras como amor, caráter, filosofia, poesia, música e fé.
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