Lucine FyelonLucine Fyelon
Publicado por KemaN em Segunda, 18 de janeiro de 2016
Coração partido
Foi-se, que agora a foice veio com destreza,
Separando o belo da realeza; talhando a beleza em duas partes.
Viu-se derramar um sangue azul, quase turquesa;
Ouviu-se o doce cantar da ave, quase em alarde.
Nacos, fragmentos, lamentos, nada parcos...
Espalhados ao chão como colcha de retalhos.
A luz adentrava acanhada, cabisbaixa e em silêncio,
E por um momento o girar do mundo estacionava.
Perdido, em derradeiro suspiro, o coração fez-se em eco,
Voltado à saudade, abraçando imagens de contentamento.
Foi-se tal tempo, mas há de vir/ver o novo e leal tempo...
Rescindindo o vil silêncio; reacendendo o vão cego.
Memórias que abrem uma janela e colam seus bocados,
Estancando o sangue na esperança do vindouro;
A prata tornando-se ouro, diante disso torna-se nada...
Achado, em novo encargo, vê-se reconstituído, fortificado.
André Anlub
(31/1/16)
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