Na primeira e única vez em que tentei
participar da Festa de Natal que a Agência Central promovia para quem
trabalhava lá, não aguentei cinco minutos. Era no restaurante. Entrei, e
estando com sede, fui pegar um refrigerante no bar. Ali estavam os funcionários – serventes,
cozinheiras, etc – convocados para trabalhar no evento. Enquanto sorvia o meu
guaraná, escutava as conversas cheias de despeito, ressentimento, recalque, inveja
que vinha deles. Aquilo me chocou de tal forma que nunca mais aceitei participar
da tal “confraternização”.
Ao ler sobre a quantidade de policiais
convocados para garantir a segurança dos que desfrutavam os festejos de fim de
ano, mundo afora, os desocupados que saíram de casa para assistir a queima de fogos (em
alguns lugares mais exagerada que indumentária de dondocas), senti a mesma
vergonha pela estupidez da raça humana. Estupidez, grosseria, inconsciência, egocentrismo
obtuso. É o que redime: a falta de lucidez. Como diria o nosso amigo aquele:
Perdoa, porque não sabem o que fazem. Uma cabeça incapaz de perceber a degradação
que é passar bem à custa do trabalho quase escravo de quem sustenta a estrutura
que lhe permite passar bem é digna de duas coisas tão somente: de pena e de
tempo/oportunidade para que venha a aprender algo de verdadeiro.
ROGÉRIO CAMARGO
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