A história por trás desta famosa foto:
Em 1990, a fotógrafa Mary Ellen Mark foi enviada à Carolina do Norte pela revista LIFE para cobrir uma escola para crianças problemáticas. Ellison (foto) foi uma daquelas crianças. "Ela é a minha favorita", disse Mark à revista britânica Vogue em 1993. "Ela era tão ruim que era maravilhosa, tinha uma boca muito vulgar, era brilhante." A menina de 9 anos na foto é Amanda Marie Ellison. Se você está se perguntando, ela ainda fuma e lembra bem da sessão de fotos “Nunca esqueci isso. Nunca na minha vida esqueci. ”Amanda começou a se mudar de casa em casa aos 11 anos de idade e desenvolveu um problema com drogas aos 16 anos. Desde então, ela já esteve na prisão várias vezes e continuou lutando contra seu vício.
Dueto LVIII
Passaram-se décadas de escadas e escaladas, entupiram-se alguns canos, cabelos caíram, ossos furados, castelos ruíram.
No rosto do bibliotecário o vinco dos registros formava rios que desaguavam em oceanos de mágoa.
O que já passou por suas mãos e olhos são incontáveis joias raras, pedras preciosas, escritos, pequenos silêncios e enormes gritos de escritores de todo o globo.
Tudo dele, tudo nele. Sua vida é contar e recontar as pedras, encontrando ou deixando escapar as preciosidades.
Espalhou a semente da leitura: família, vizinhos e toda sua pequena cidade... mas não se sentia completo, não era pleno, era até mesmo infeliz ao extremo.
No extremo da angústia perguntava-se e a resposta era mais uma pergunta: O que é que eu estou fazendo aqui?
Saiu pelas ruas à procura da resposta; olhou pelas praças, bancos e ruelas e viu os amigos (eles e elas) lendo ou carregando livros; olhou pelas janelas baixas e viu mesas postas e ao lado as cristaleiras com livros guardados para o “após ceia”.
Pedras guardadas, livros guardados. Pedras nos olhos, livros nas estantes. Pedras nos sapatos, livros nas gavetas.
A impressão de dever cumprido veio junto com a de não dever nada; então, novamente, deságua em lágrimas, pois o livro que mais quis ler, ele não havia escrito.
No livro que ele não havia escrito, a resposta para sua pergunta não era uma nova pergunta e ele finalmente não dormiria mais embaixo da mesa.
Rogério Camargo e André Anlub
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