Saudade de você, meu companheiro, e de todos os meus filhos que já partiram.
Ainda em construção
Feições alegres em refeições fartas,
Farpas furando pés, ao pé da letra.
O prego enferrujado na sola do sapato,
O emprego da palavra certa e o incerto do desempregado.
Dois dedos de pinga
E pingam suor e sangue adoidado,
Nesse corre e corre,
Nesse corte sem cura
De revanchismos baratos.
Segura essa:
Assegura alguém que essa história termina bem,
Sem abismos...
Contudo, mesmo com tudo e todos,
Há os pessimismos.
O chefe Apache faz o de praxe:
Incendeia a tribo...
A rima só confirma, é o disfarce.
Ninguém aproveita a sombra
Do coqueiro solitário na ilha...
E nós aqui, vendo os meus lábios tatuados
Na sua virilha.
Na boca do lixo o grito do absurdo,
A prensa que é a pressa que faz a prima...
Mas no nosso caminho há silêncios,
E indícios de areia movediça...
Às vezes o tiro é à queima roupa,
E sempre isso pouco importa...
Está você roubando a maresia
Que antes refrescava o meu mundo.
Saudosismo que nocauteia a memória,
Inventando absolutos de tudo...
Estou eu, doentiamente organizado
Na bagunça de vitórias e derrotas.
A pele arrepia,
E tudo sempre esteve escrito
Para ser assim – sem fim...
Não pode ter fim, pois jamais houve começo.
Na morte não sabemos se a escuridão nos abraçará...
Mesmo assim me olho no espelho com críticas:
O que for que será,
Eu mereço.
André Anlub®
(5/3/19)
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