O ser notívago
Avenidas vazias,
Mãos e contramãos de molambos.
Pelos mausoléus de fantasmas
Passam colecionadores de isqueiros inúteis...
Catando lixos, latas e vidas ocas.
Sem pressa, arrastando correntes
Levando seu corpo moribundo
Andam se esquivando de nada
Balançando ao vento.
Ao som de motores noturnos,
À luz dos postes e faróis...
Muitas vezes os remetem à vida de festas,
Uma existência regada a drogas
Que foram trocadas por comida e sexo.
Expectativas são contratempos de eras
E momentos que não passam.
Das bocas as mais puras conjecturas,
Dos olhos as bulas de remédios de leituras
Desenfeitam qualquer paisagem,
Enfeiam o que de pior que há.
Na fantasia de um deles
Surge um pássaro de bela penugem
O canto: variação de tenor e gênero lírico
Sublime delírio
Com o toque de um panorama,
O inverno senta na primeira fila.
Não existem sapatos,
Pisa descalço em uma linda grama verde
Entre seus farrapos e uma velha esteira
Acabou o artefato, passou a loucura...
Chega enfim o “canto” de uma britadeira.
André Anlub
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Agradecemos pela leitura.