Houve um tempo
Um homem saiu para procuras utópicas longe de pessoas estigmatizadas
Com tatuagens internas do interesse e da cobiça;
Focou os fulanos que não apontam dedos,
Vivem livres de julgamentos (amores, famílias, conhecidos – pérfidos);
Vivem presos a coisas próprias (autoconhecimento).
Houve um tempo que a vida era quente,
Saborosa, bem passada, ou no ponto, ou “al dente”.
A vida abraçava o fulano, ofertando beijos,
E nesses beijos o vendava;
Ao invés do breu ele assistia a um filme,
Sentia o vento, saboreava vinho,
Vida com ritmo, alegria entorpecente.
Fulano se conhecia muito bem...
Defeitos – qualidades
Força – fraqueza.
Foi um homem como muitos outros,
Apenas não desistiu, não entregou o jogo.
Cresceu, mas continuou criança,
Seguiu na andança além dos delinquentes.
Gostava dos paradoxos da vida,
Das antíteses do ser, do estar, do viver;
Gladiava-se com algumas sombrias sombras
E festejava com algumas brancas brumas.
Houve um tempo e esse tempo se foi.
Há o hoje com pintura, com moldura,
Com belo verniz e cores vivas.
Tela pendurada na muralha,
Com solidez...
Pois no presente há de se aceitar os ausentes,
Mas cada coisa por vez...
Há de haver – dentro e fora do ser – mais estrutura,
E há a arte armada até os dentes.
André Anlub
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