Das Loucuras (as moscas sabem quando as mãos estão ocupadas)
É uma ordem: baixem agora as armas de fogo;
Peguem as facas e através da fumaça procurem os pescoços.
Antes: vejam se é de ouro e tirem o cordão;
Antes: vejam se é um totem e retoquem a tatuagem.
Nessa engrenagem do Sistema em abrolhos,
O mundo tira bastante sarro com a nossa cara...
E sai caro, pois é claro, como o branco dos olhos,
Que ele está meramente numa sacanagem rara.
As moscas procuram o sumido saco de pão,
Pois um quilo de queijo coalho deu mofo.
Estamos além da fenda do fundo do poço...
No ponto de vista vasto de alguém no Japão.
É uma ordem: sem dó, nem ré, tasquem fogo...
Hasteiem essa imundice de bandeira sem emblema;
Trapo sem ideologia, sem noite nem dia, sem cor, sem rumo...
A cada novo engano, a cada novo problema, uma anátema!
Entramos pelo cano – entupidos nos esgotos de Ipanema.
As moscas procuram o suor!
Pois a cada dia que passa a pele está mais ressecada...
Desidratada... vai de mal a pior.
As mãos procuram as moscas!
Em sopapos estrepitosos; em só papo furado...
Os ditosos as esmagam sem dó.
É uma ordem: vamos todos assistir uma ópera...
Quem sabe assim uma divindade médica opera,
E novamente nos tornamos pó.
André Anlub
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Agradecemos pela leitura.