MOSCA AZUL
“A mosca azul faz referência ao livro do Frei Beto, que tem esse nome. Eis um trechinho: "A picada da mosca azul inocula nas pessoas doses concentradas de ambição pelo poder. As pessoas, então, são mais receptoras ao veneno da mosca quando vivem situações nas quais dispõem, de fato, de possibilidades mais concretas de exercer um poder maior.''
Quase todos nós já fomos picados pela mosca azul. Só que a maioria esmagadora de nós não sofre as tentações, não tem a chance, a "porta aberta", a carta branca. É ter a doença, viver e morrer sem ela se manifestar!
(...) o DNA do homem é viciado em poder. Muito mais que dinheiro... no fundo é poder! O que faz um cara como Cabral - que tem dinheiro para 10 gerações - não ter fugido há anos do Brasil. Pelo contrário, ficou e continuou roubando para ter mais e mais e mais até ser pego! Só quem teve a faca, o queijo e o presunto de parma nas mãos, e recusou, é que pode ser chamado de 100% honesto! É duro entender isso, parece uma demagogia às avessas, mas o homem tem que se conhecer.
Há um antídoto para a picada da mosca! É abdicar de luxo (ou quase luxo) e ostentações, deixar de ser consumista, é ter o n° suficiente de sapatos, relógio, roupa, casa... e ser feliz. Todos que consomem e gastam, gastam, compram, compram, tem o veneno da mosca... nem todos tem a doença... mas é uma questão de tempo e/ou de grau da tentação. Obs: nem sempre a tentação se dá de forma ilícita! Um casamento por interesse, por exemplo, é a manifestação do veneninho...
Texto sobre o Moro:
Texto do escritor, tradutor, jornalista, cronista, radialista e professor universitário, Juremir Machado da Silva (aquele que se demitiu no ar, durante um programa na Rádio Gaúcha, em que não lhe foi permitido entrevistar o coiso):
''Faz tempo que a mosca azul picou Sérgio Moro. Ele sempre se apresentou como um juiz imparcial.
Por simples circunstância, nunca condenou tucanos. Por outra circunstância dessas da vida o seu foco foi o PT. Por necessidade, teve de publicar aquele grampo ilegal que levou ao impeachment de Dilma Rousseff. Por outra reles circunstância, condenou Lula o mais rápido possível com escassez ou falta de provas. Foi só coincidência que o TRF-4 tenha confirmado sua sentença em tempo mais rápido ainda.
Moro sempre foi imparcial e neutro. Por circunstância, teve de cancelar uma ordem de instância superior para impedir a soltura de Lula. Azar da hierarquia e da falta de atribuição legal. Nunca lhe passou pela cabeça influenciar eleitores. Não passou de coincidência a sua liberação da delação de Antonio Palocci bem no meio da campanha eleitoral. É claro que ele não pretendia prejudicar as chances do petista Fernando Haddad.
Sérgio Moro nunca teve lado. Ele sempre foi tão imparcial e apartidário quanto o MBL, Kim Kataguiri, Alexandre Frota e Janaína Paschoal.
Não passa, portanto, de coincidência que Jair Bolsonaro, presidente eleito pela extrema-direita, tenha querido convidá-lo para seu ministério de técnicos imparciais. Sem as decisões circunstanciais e neutras de Moro, Bolsonaro talvez não tivesse chegado à presidência da República.
A imprensa internacional não consegue compreender o Brasil. Algumas manchetes: Financial Times: 'Bolsonaro nomeia juiz que ajudou a prender Lula'. The Times: 'Bolsonaro promete emprego sênior para o juiz que prendeu o seu rival'. Malditos comunistas britânicos. Arre!
O jornal francês de direita, uma espécie de Estadão sem o golpe de 1964, foi descritivo: 'O juiz que derrubou Lula será ministro da Justiça de Bolsonaro'. Nada mais justo? A justiça brasileira está de cara. No popular, Moro saiu do armário, passou recibo, revelou o tamanho da sua vaidade.
Bolsonaro entregou: 'Parecia um jovem universitário recebendo diploma'. Mais feliz do que pinto no lixo. Deslumbrado com o poder recebido. Se faltava um atestado, está dado. Moro, o imparcial, revelou seu lado.
Foi a mosca azul.
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