“Bora nessa”
Vou caminhando com total certeza:
No fundo, no fundo, você está em mim.
Não a vejo, entretanto consigo ver o belo,
Os olhos fracos ainda enxergam.
Ouço tal música (aquela nossa)
Os ouvidos estão indo bem;
Mesmo sem você escrever uma só linha,
Como nunca, sinto sua poesia,
Pois ela também é minha...
(admiração eterna).
No fundo, no meio e no raso,
Meu escuro – meu escudo
Meu jardim – meu cenário;
Nos olhos de janela,
Cada casto colorir de aquarela,
No vácuo, no vasto, no espaço,
Em cada música,
Em cada arte que faço
Em, absolutamente,
Todos os meus passos e traços...
Você está em mim.
André Anlub®
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Esgrimas
Há pontiaguda palavra que em parte perfura e penetra,
Amor não correspondido, angústia crua de outrora.
Florete de fogo, cremação de uma alma antiga no agora.
Peso e preso são pesadelos; sigilo interno é grito que alerta.
Novamente foco sua boca, dessa vez pintada,
Doutrinando-me na rotina e na retina, fazendo-me nada.
Amplifico o amor, assim – de gosto - me ecoarei na salvação.
Toda ação volta, abafa os medos, nada e tudo são em vão.
Explode, explode-me; corro e corroí-me feito uma coriza.
Ácido, assediado e assíduo assim sou seu então.
Você e eu e lume e breu e o sol e a lua nos abriga
Faz-me antiga cantiga, ciranda com fogueira e paixão.
Fujo, finjo desejo, chego... Luz se mostra colorida...
Choro feito criança; rio ouvindo besteiras,
Descendo pelas pedras com limo, entre margens floridas,
Molhando as roupas quase limpas das lavadeiras.
André Anlub
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