Insone e insano no seno e cosseno do ser
Eu vejo, vejo!
Nas paredes do corredor que leva à cozinha,
Algumas sombras que balançam,
Com as leves e tontas brisas,
Expondo seus desenhos simplórios,
Notórias alucinações, visão dela...
Vou abocanhar meu pão de centeio,
Com queijo coalho e margarina,
E uma fatia generosa de mortadela.
Por enquanto, só por enquanto,
Primeira noite de inverno,
Sem arrepio, sem espanto,
Por enquanto,
Encontra-se calma e silenciosa.
Quebrou-se o silêncio,
No barulho do meu copo de vodca
O gelo frenético batendo,
No fino e fanho vidro,
Ao ser mexido pelo meu dedo.
Olhos mirando o bloquinho,
Sou zanho, sou zen, sozinho.
O álcool companheiro, agora me deixa,
Foi estacionar no cérebro,
Criou até raiz, e espera ser regado.
Convite à escrita,
Sorriso no canto do lábio,
Nos dedos da mão direita,
Uma imaginária tatuagem escrita;
O que há, não diz!
Mais uma letra se esconde,
Por debaixo do anel.
A verdade deve ser sempre colocada à prova,
As horas são escassas,
E procura-se o término de um romance real.
Depois de linhas traçadas,
Dois comprimidos de anfetamina,
A garrafa já no final,
Boca seca, pupila dilatada.
Tento dormir.
André Anlub®
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