Das Loucuras (transparente como a telha da varanda)
Vendo no espelho o cocuruto reluzente,
Iluminado pelo sol que vem agora,
Através da telha larga e transparente
Vejo que ausente é a telha em minha cachola.
Sinto-me uma hiena sorridente,
Num mundo louco que só quer que você adoeça...
Não salgue o meu ser – antes que me lembre;
Não adoce meu café – antes que me esqueça.
Pela absolvição dos meus pecados
Sairei em busca do que desconheço por agora.
Deixarei sinal de fumaça e bilhete como recados;
Levarei sal de frutas, kiwi e torta de amora.
Queria algo mais ilustrado na minha alma,
Tipo um misto de Kandinsky e Jackson Pollock.
Por enquanto sou um desbotado preto e branco,
Como a fumaça do cigarro numa aurora.
Sou livro aberto nesse poço cheio d’água
Onde o mundo afogou-se em suas guerras.
Tentei salvá-lo, mas lembrei de não ter guelras...
Chorei mil rios dentro de uma mesma mágoa.
André Anlub®
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