Das Loucuras (vivendo ainda em construção)
Feições alegres em refeições fartas,
Farpas furando pés, ao pé da letra.
O prego enferrujado na sola do sapato,
O emprego da palavra certa
É o incerto do desempregado.
Dois dedos de pinga
E pingam suor e sangue adoidado,
Nesse corre e corre,
Nesse corte sem cura
De revanchismos baratos.
Segura essa:
Assegura alguém que essa história termina bem,
Sem abismos...
Contudo, mesmo com tudo e todos,
Há os pessimismos.
O chefe Apache faz o de praxe:
Incendeia a rima...
A tribo só confirma, é o disfarce.
Ninguém aproveita a sombra
Do coqueiro solitário na ilha...
E nós aqui, vendo os meus lábios tatuados
Na sua virilha.
Na boca do lixo o grito do absurdo,
A prensa que é a pressa que faz a prima...
Mas no nosso caminho há silêncios,
E indícios de areia movediça...
Às vezes o tiro é à queima roupa,
E sempre isso pouco importa...
Agora está você roubando a maresia
Que antes refrescava as minhas hortas.
Saudosismo que nocauteia as memórias,
Inventando absolutos do submundo...
Estou eu, doentiamente organizado
Na bagunça de vitórias e derrotas.
A jiripoca pia; a pele arrepia,
E tudo sempre esteve escrito...
Foi para ser assim – foi para ser infinito...
Mas é tão obvio, pois não pode ter fim
Onde jamais houve começo.
Na morte não sabemos
Se a escuridão nos abraçará...
Mesmo assim me olho no espelho
E com esmero
Penso em mim, em Roma, em Nero
E o que for que seja, será...
Eu mereço.
André Anlub®
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