Pássaros que vem e que passam também são pássaros que ficam
Indo bem mais profundo no nosso universo,
Habita o ponto cego da felicidade.
Ela vive numa espécie de vilarejo antigo,
De casebres de pedra,
E dias tranquilos de sol dócil,
Ar sempre puro e vida que se vive.
Às vezes cai leve garoa,
Pois há a tal da nostalgia.
Nada combina mais com melancolia,
Do que uma garoa,
Acompanhada de um pouco de vinho e frio.
Para explicar melhor...
Fica na triangulação da apatia, a razão e o amor.
Alguns poetas sabem exatamente onde fica,
E alguns filósofos escondem.
Mas existe,
E algo me diz que é por lá, numa casa,
Que terminarei os meus dias.
Tem inúmeros pássaros que passam os dias rondando a região,
Mesmo sabendo que há comida suficiente por lá.
Já me vejo numa velha poltrona de couro,
Alguns tragos e um bom queijo,
Mas me contentaria com castanhas.
Vejo alguns vasos caros, com belas flores.
Mas poderiam ser de argila - comuns.
Ao surgir da lua cheia,
A expectativa da inspiração.
Sentaria na pequena varanda,
Na velha cadeira de balanço,
Com meu novo cão companheiro.
Pegaria minhas folhas e lápis,
E debaixo da mesma lua de anos,
Escreveria algo realmente interessante,
Depois, num gesto de saudação...
Soltaria ao vento.
André Anlub®
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