Das Loucuras (nada de viver a vida “pianinho”)
Acorrentou-se ao mastro, engoliu a chave e tocou fogo no circo;
É equilibrista, palhaço, mágico, atirador de facas, homem barbado...
Não se irrita pelo fato de ser leão domado pelo seu pessimismo,
Mas ficou assaz perturbado e brabo sem seu cafuné de domingo.
Pausa momentânea para higiene bucal:
É bom colocar em negrito que se deve escovar bem os dentes...
Assim como se estivesse saindo para ir ao dentista.
Dizem que respeito é bom e conserva os dentes.
Mas meu avô sempre foi respeitoso e hoje é banguela.
De volta à perene insanidade local:
Os motores incomodam os pássaros, a poluição ainda mais;
No tanto faz do bicho-homem, o que apraz é regalo da vida.
Volta sem jamais ter ido; foi-se sem jamais ter sido... Eras tais...
A fantasia de tempos melhores une-se ao otimismo utópico:
Mudanças na alma; entalhamento do corpo; suor com efeito de ópio.
Mais uma vez o sacrifício, de nova cruz imaginária que resta...
Fez corpos amontoados em hospícios da vida do cotidiano;
Ano a ano, sem muros e grades, com acrimônia faz-se o homem,
Dia a dia, com benevolências e males, com delírio faz-se a festa.
André Anlub
-----------------------------
Animal do bem e o tal
São animais indiscretos e contemplativos
na mansidão imaginária e cada vez mais.
No hipotético paraíso na zona de conforto
vai chegando, vai vivendo outros desafios
pés que não cansam de andar fora dos trilhos.
Vê-se os trilhos do bonde
no pé das frutas do conde
no entorno do misto dos milhos
com as doces e tortas espigas
do conde de monte cristo.
Na ré do trépido bonde
tudo trepida e o vinho vai longe
entorna, esguicha e mancha
a roupa de linho da moça
que o pranto fez poça
a olhos vistos.
São animais de cegos charmes
e quase sempre atrapalhados.
Na obsessão que alguém os agarre
salvando-os do fortuito afogamento
dos salgados e amargos mares.
São animais como nós
com nós nas vis ventas
que inventam o ar atroz
logo após se lamentam.
André Anlub®
(28/05/13)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Agradecemos pela leitura.