Meu mar é mais melo que marmelo
Quem não teve um passado negro, provavelmente a vida passou em branco.
Dizem que a inspiração vem pelo ar,
(e é absurdamente bem-vinda, como o amor esvanecido),
E as asas invisíveis já estão batendo, em sintonia...
Distintas criações e influências passeiam pelo ar;
Dizem que surgem e vão-se como uma espécie de epidemia... voejando;
Passam por frestas de janelas, levantam e assentam folhas, poeiras,
Ouvem besteiras da larga e desumana boca da intolerância
Que um dia há de se acabar.
Seguem voando...
Incidem nos cabelos das morenas, das meninas,
Pegando carona em seus luxuosos pensamentos...
Aprofundam-se em sonhos e estacionam (provisoriamente) nas imagens,
Nascem delas ou as inventam; criam pessoas, situações;
Criam o mar e canoas – criam o navegante – esculpem a perfeição.
“Queijo coalho, pamonha, acerola, açaí”.
Gritou o vendedor enquanto eu resolvi rabiscar esse texto;
O açaí lembrou-me o mar.
Quero o som do mar, a visão do mar, o sabor do seu sal,
Tombar na monumental percepção de bem-estar;
(mesmo estando longe, e onde mais eu estiver, e hoje, e sempre)...
Quero seus beijos, seu toque, seu banho.
O açaí e o tudo me lembram o mar,
Lembram que o amor foi mergulhar e não voltou,
Pois se transmutou em mar...
E está bom, está de bom tamanho.
Marcas de quem Vive
Cicatrizes me lembram de que algumas memórias não foram sonhos!
Mas de certa forma foram... Mas se realizaram.
Cicatrizes gritam de que fui uma criança arteira!
Mas de que também fui um adulto... Que ama e amou.
Cicatrizes podem deixar mágoas!
Mas sempre todas foram ensinamentos.
Uma Cicatriz pode não lhe recordar nada!
Mas mostra, de alguma forma, que você sobreviveu a ela.
André Anlub
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Agradecemos pela leitura.