Das Loucuras (die versagung)
Nessa terra do sempre fiz meu pomar florido,
Vendo e prevendo seu rosto risonho;
Nesse caso olha-me com carinho e ironia,
Renovo a compaixão a cada novo dia.
Pinto, escrevo e canto o desejo
Em bons e breves sonhos e lampejos...
Jogo mil sementes distintas;
Vario vadio nas músicas, papeis e tintas.
Há de se tornar verdadeiro;
Há de me diferenciar dos fantoches...
É terra do sempre, terra do nunca;
É terra do seu céu e chão, sem pretensão ou deboche.
Amor ambíguo às vezes é sólido, é só, é vivo, é morto;
Um “s.o.s” para essa ardor implacável que impacta ao não;
Estigma na alma, na calma, na aura, no conforto...
Memórias de cartas ainda não escritas, incineradas de antemão.
Vasto projeto de uma união protegida, mas assolada,
Focada em telefonemas que nunca foram desligados na cara.
Tudo é líquido e liquida nossa linguagem quase em linguafone...
A fome de estar junto junta com a falsa fama e a verdadeira tara.
Amor que circula – cicuta –, que se escuta do céu ao chão;
E é minha sombra que me assombra no tudo e no nada...
Alma lavada, corpo quase no esgoto – emboscada.
Meu pensamento em seus olhos... E lá estão.
André Anlub®
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Animal do bem e o tal
São animais indiscretos e contemplativos
na mansidão imaginária e cada vez mais.
No hipotético paraíso na zona de conforto
vai chegando, vai vivendo outros desafios
pés que não cansam de andar fora dos trilhos.
Vê-se os trilhos do bonde
no pé das frutas do conde
no entorno do misto dos milhos
com as doces e tortas espigas
do conde de monte cristo.
Na ré do trépido bonde
tudo trepida e o vinho vai longe
entorna, esguicha e mancha
a roupa de linho da moça
que o pranto fez poça
a olhos vistos.
São animais de cegos charmes
e quase sempre atrapalhados.
Na obsessão que alguém os agarre
salvando-os do fortuito afogamento
dos salgados e amargos mares.
São animais como nós
com nós nas vis ventas
que inventam o ar atroz
logo após se lamentam.
André Anlub®
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