29 de maio de 2012



Dos persuadidos

Coloca um salto muito alto nos pés
Boca vermelho sangue
Micro vestido e bolsa da moda
Junta com mais duas ou três da sua gangue.

Não há homem que não aprecie
Não há suspiro que se segure
Pode transformar-se em pesadelo ou sonho
Saciando o fetiche mais bisonho.

Há um modo mais evidente de não opinar em nada
Ficar a cargo dos atrozes meios de comunicação
Temperando seu cérebro e deixando à marinara
Almejando o modismo da ocasião.

Persuadir é como uma feia obra de arte
Quase sempre usada para fins escusos
Tão inebriante como a pior cachaça
Um desocupado encéfalo "à la carte".

Mas dizem que nem tudo está perdido
A dita opinião própria ainda existe
E a mesma insiste em estar no seu convívio
Mas isso não seria estar "auto-persuadido"?

André Anlub

29 de Maio - Dia do Geógrafo

28 de maio de 2012



Falando de um tal cara

Andando pela praça da sua rua, encontra com uma antiga amiga
Depois de muito conversar ela o deixou pensativo com a vida...

Ele tem uma fé particular e ela revela a todos sua religião
Ele gosta de rock e jazz, ela curte Chico Buarque
Não tem a mesma marca de carro, ela é fumante e ele não
Ela curte música pop, um bom vinho ou fino conhaque


Ele anda de camisa lisa e tênis e ela está sempre de echarpe.

Mas tinham algumas coisas em comum...

Também optou por não ter filhos, e quando ele era mais novo "fez" dois abortos distintos...
Com as devidas escolhas em conjunto!
Nem por isso acha que vai para o inferno ou céu... Nem tampouco acredita nisso!

Quanto à fé ele entende que pessoas a busquem, às vezes por pressão familiar, outra vezes por alguma doença e também por si só!
Mas ele não procurava sua fé, apenas sentia!

Como é um ótimo apreciador de artes, fica horas em museus...
Também apreciador de músicas, fica com seu fone de ouvido sentindo cada instrumento, analisando a batera, teclados, guitarra, sax, etc.

São sentimentos que nasceram com ele... Sua fé não é forjada em modismos ou pela sua família, ela apenas é!
Não coloca os joelhos no chão... Ele acredita muito mais na caridade, na doação de sangue e medula!
Sua fé baseia-se nisso!

André Anlub
"Na Estrada" - Do diretor Walter Salles e baseado no romance de mesmo nome do escritor Jack Kerouac... Vale a pena conferir rapazeada!




Não me enfastio quando falo de amor

Dizem que de nada vale uma luta se não for por amor
Mesmo que não seja de um modo direto ou/e visível
Por sobre barreiras, andando por cima das águas
Atravessando penhascos e aguentando a dor.

Elogiando e rasgando seda para o verdadeiro amor...

Intrínseco e salutar, precioso e impagável
O verdadeiro é quase sempre eterno
Encontrado em variadas esferas
Quando dividido é insuperável.

Andando na fina camada de gelo do lago congelado...

É frágil, isso é incontestável
Cristal fino, bebida rara em fina taça
É mágico, enfático, abracadabra
Cada respirar, cada passo.

Lutando contra o tempo da saudade e da distância...

Se um segundo é piscar dos olhos
Sozinho é uma eternidade
Aperta o peito e cai uma lágrima
Amor é aquém e além da realidade.

André Anlub


Da Arte

Primeiro marquei meu horizonte
Em um traço negro em declínio
Deixo a inspiração fazer domínio
Depois me embriago na fonte.

Pintores são fantoches e fetiches
Sobem em nuvens ou caem em piches
Respiram a mercê de sua cria
São puros profetas à revelia.

Tudo podem e nada é temível
Nem mesmo perderem o dom
Sabem o quão infinito é o tom.

Seus corações de loucos palpitam
E no cerne que neles habitam...
Saem às cores do anseio invisível.

André Anlub

27 de maio de 2012



Das inspirações

Veio assim de repente como essa brisa gostosa que corta o vale
A lembrança recente que se faz nascente no amor que ainda insiste em você.

Eu, sentada aqui nesse tronco velho de eucalipto...
Os pássaros dando rasantes, bebendo água no lago
Vendo, lá do outro lado, o vento batendo e fazendo no dossel das árvores um balé formoso.

Sinto uma enorme saudade que me aperta o peito feito um torno sem controle
Tento escrever algumas linhas no meu bloco, só saem rabiscos e o seu nome.
Meus pés descalços tocam nas folhas secas, marrons.
O som que elas emitem me remete à uma época em que eu ainda me arriscava com a velha máquina de escrever.

Tempos remotos e maravilhosos
O velho cesto de lixo, lotado de folhas amassadas
Pensamentos que saiam já amarrotados da minha cabeça
As imagens que só vinham à noite, como fadas ou almas aladas.

Inspiração é assim... Um mistério em frente e verso
Quando a verve lhe toca é como um empurrão...
Um mergulho no buraco nada negro do universo
O colorir da emoção.

André Anlub


Do amor natural

Mudando o foco para a beleza que há no natural
Nas ínfimas coisas que muitas vezes passam despercebidas
No costume que se assume no mecânico do automático
Fazendo-nos esquecer das coisas mais simples e não menos importantes.

Da grandiosidade de uma atitude humana espontânea
Do querer o bem e enfrentar o mal no dia a dia
Desligar o motor do carro e ouvir uma ave cantar
E as mãos abertas para deixar cair ao chão às pedras que iria atirar.

Não é deixar de solucionar teoremas
Nem tampouco esquecer os problemas
Somente dar um tempo e ir ao tempo de paz.

Se deixarmos o nosso viver vir e ver o enternecido
Quem sabe consigamos acordar o amor entorpecido
Pois o ódio intransigente está inenarrável nos dias atuais.

André Anlub

Biografia quase completa






Escritor, locador, vendedor de livros, protético dentário pela SPDERJ, consultor e marketing na Editora Becalete e entusiasta pelas Artes com uma tela no acervo permanente do Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC/BA)

Autor de sete livros solo em papel, um em e-book e coautor em mais de 130 Antologias poéticas

Livros:
• Poeteideser de 2009 (edição do autor)
• O e-book Imaginação Poética 2010 (Beco dos Poetas)
• A trilogia poética Fulano da Silva, Sicrano Barbosa e Beltrano dos Santos de 2014
• Puro Osso – duzentos escritos de paixão (março de 2015)
• Gaveta de Cima – versos seletos, patrocinado pela Editora Darda (Setembro de 2017)
• Absolvido pela Loucura; Absorvido pela Arte
(Janeiro de 2019)

• O livro de duetos: A Luz e o Diamante (Junho 2015)
• O livro em trio: ABC Tríade Poética (Novembro de 2015)

Amigos das Letras:
• Membro vitalício da Academia de Artes, Ciências e Letras de Iguaba (RJ) cadeira N° 95
• Membro vitalício da Academia Virtual de Letras, Artes e Cultura da Embaixada da Poesia (RJ)
• Membro vitalício e cofundador da Academia Internacional da União Cultural (RJ) cadeira N° 63
• Membro correspondente da ALB seccionais Bahia, São Paulo (Araraquara), da Academia de Letras de Goiás (ALG) e do Núcleo de Letras e Artes de Lisboa (PT)
• Membro da Academia Internacional De Artes, Letras e Ciências – ALPAS 21 - Patrono: Condorcet Aranha

Trupe Poética:
• Academia Virtual de Escritores Clandestinos
• Elo Escritor da Elos Literários
• Movimento Nacional Elos Literários
• Poste Poesia
• Bar do Escritor
• Pé de Poesia
• Rio Capital da Poesia
• Beco dos Poetas
• Poemas à Flor da Pele
• Tribuna Escrita
• Jornal Delfos/CE
• Colaborador no Portal Cronópios 2015
• Projeto Meu Poemas do Beco dos Poetas

Antologias Virtuais Permanentes:
• Portal CEN (Cá Estamos Nós - Brasil/Portugal)
• Logos do Portal Fénix (Brasil/Portugal)
• Revista eisFluências (Brasil/Portugal)
• Jornal Correio da Palavra (ALPAS 21)

Concursos, Projetos e Afins:
• Menção Honrosa do 2° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Brava Gente Brasileira”.
• Menção Honrosa do 4° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Amor do Tamanho do Brasil”.
• Menção Honrosa do 5° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Quem acredita cresce”.
• Menção Honrosa no I Prêmio Literário Mar de Letras, com poetas de Moçambique, Portugal e Brasil, ficou entre os 46 primeiros e está no livro “Controversos” - E. Sapere
• classificado no Concurso Novos Poetas com poema selecionado para o livro Poetize 2014 (Concurso Nacional Novos Poetas)
• 3° Lugar no Concurso Literário “Confrades do Verso”.
• indicado e outorgado com o título de "Participação Especial" na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas/Salvador (BA).
• indicado e outorgado com o título de "Talento Poético 2015" com duas obras selecionadas para a Antologia As Melhores Poesias em Língua Portuguesa (SP).
• indicado e outorgado com o título de Talento Poético 2016 e 2017 pela Editora Becalete
• indicado e outorgado com o título de "Destaque Especial 2015” na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas VIII
• Revisor, jurado e coautor dos tomos IX e X do projeto Poesias Encantadas
• Teve poemas selecionados e participou da Coletânea de Poesias "Confissões".
• Dois poemas selecionados e participou da Antologia Pablo Neruda e convidados (Lançada em ago./14 no Chile, na 23a Bienal (SP) e em out/14 no Museu do Oriente em Lisboa) - pela Literarte

André Anlub por Ele mesmo: Eu moro em mim, mas costumo fugir de casa; totalmente anárquico nas minhas lucidezes e pragmático nas loucuras, tento quebrar o gelo e gaseificar o fogo; não me vendo ao Sistema, não aceito ser trem e voo; tenho a parcimônia de quem cultiva passiflora e a doce monotonia de quem transpira melatonina; minha candura cascuda e otimista persistiu e venceu uma possível misantropia metediça e movediça; otimista sem utopia, pessimista sem depressão. Me considero um entusiasta pela vida, um quase “poète maudit” e um quase “bon vivant”.

Influências – atual: Neruda, Manoel de Barros, Sylvia Plath, Dostoiévski, China Miéville, Emily Dickinson, Žižek, Ana Cruz Cesar, Drummond
Hobbies: artes plásticas, gastronomia, fotografia, cavalos, escrita, leitura, música e boxe.
Influências – raiz: Secos e Molhados, Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Mutantes, Jorge Amado, Neil Gaiman, gibis, Luiz Melodia entre outros.
Tem paixão pelo Rock, MPB e Samba, Blues e Jazz, café e a escrita. Acredita e carrega algumas verdades corriqueiras como amor, caráter, filosofia, poesia, música e fé.