21 de março de 2017

Orbe longínquo

Ensaio NIF Magazine




Encontra-se num orbe longínquo
meu ego prófugo e inútil 
degredado pela poesia
encalçado pela humildade
pois sendo maior de idade
bateu em retirada
ferido e cansado da vida.

Encontro-te casualmente em um escrito
na lágrima escorrendo no rosto.
Tu não és desgosto
tampouco amor imposto.
Não és, sequer, tempo perdido;
és perfeita inspiração minha
ao longe ou ao longo de um sonho
fruto do meu imaginário ativo.

André Anlub®

20 de março de 2017

Romero e Julita


Romero e Julita

Romero conheceu Julita em um luau na cidade de Arraial do Sana, distrito de Macaé no Rio de Janeiro. Era semana santa, a fogueira queimava forte, as salsichas assando e o calor espantava quem ficava a menos de dois metros do fogo. Romero chegou cedo, bem antes de Julita, e ao vê-la foi em sua direção com a caneca de vinho em uma mão e na outra seu revolver trinta e oito refrigerado. A princípio todos ficam em silencio e um ar de interrogação invade a noite. Romero, ainda em pé, olha para todos e todos lhe olham; ele agacha e diz: 
– Querem ver um verdadeiro idiota estragar a fogueira e a noite?
Então ele abre o tambor de seu revolver, tira uma bala, dá um sorriso maroto e a joga na fogueira. Chega a levantar umas pequenas brasas e a fazer um ruído rápido; mas não tão rápido como o levantar das pessoas de suas cadeiras, agoniados com o acontecido. 
– Meu deus, quem é você? Parece que comeu estrume! – Com os punhos cerrados, protestou em tom forte Julita. Havia ficado bastante nervosa, com os olhos esbugalhados de pavor e a pele arrepiada. 
– Pode até matar alguém quando ela estourar – diz Mario, que já era um conhecido de longas datas de Romero. Então, ele em um gesto rápido, toma a arma da mão de Romero, a joga no chão, e eles ensaiam uma briga – não chegando a vias de fato. Mario pega a arma de volta e realmente confirma que estava quase inteiramente municiada – faltando justamente um projétil. A galera então se exalta, uns se retiram rapidamente, outros vão encher baldes de água, quando Romero tirando algo do bolso enfim se entregou: 
– Calma gente, eu joguei uma pedrinha. Olhem a bala aqui! – Abrindo a palma da mão e mostrando a maldita que quase estragou aquela noite poética.
Julita pensou que jamais poderia ser amiga de alguém tão insano. Mas o destino iria dizer outra coisa. 
Romero acordou junto com o sol naquela fria manhã de domingo, colocou um bom jazz no seu som, abriu a janela e deu de cara com um colibri que o fitou com olhar de ‘bom dia’. Lavou seu rosto e lembrou de seu estranho sonho com uma amiga antiga, Julita, a qual ele já não a via há cinco anos. Eles eram muito amigos, e a reciprocidade era tão evidente que gerava comentários maldosos de terceiros. Sempre pensou que existia algo mais naquela afeição e doar mútuos; mas até os tempos de hoje nunca se atreveu a perguntar a ela. Lembrou de sua maneira distinta de se vestir: adorava um moletom e chinelo de dedo, camiseta feminina com alguma estampa interessante e a corriqueira ausência do sutiã. Certa vez, pela manhã, ela bateu em sua porta usando uma longa bermuda cinza escuro, uma sandália preta bem fechada, rasteirinha, uma camisa de manga comprida cinza claro, com decote em ‘v’ e a foto da Minie sorrindo estampada. Mas o que arrematou o brilho nos olhos de Romero foi ela estar usando um pequeno boné preto, óculos escuro e seu belo sorriso que afinava seus lábios carnudos. O convidou para passear pela orla, olhar o mar, comer um sorvete e trocar uma ideia... Era tudo que ele queria; aliás, ela sempre sabia o que ele desejava a cada momento (quase mágico), até quando o desejo lhe faltava. Era uma menina simples, porém com os cabelos muito bem tratados, lisos, longos e pretos, um corte com franja reta, olhos vivos e belos, levemente caídos, nenhuma maquiagem e um sorriso cativante e sincero, porém raro. Eles ficaram amigos, pois por ironia do destino, na volta da viagem de Arraial do Sana, em uma festa local descobriram que moravam no mesmo bairro. Romero nunca se perdoou de não conseguir se recordar com perfeição de como essa bela e enigmática amizade começou... pois em Sana, e na festa que se encontraram, eles trocaram pouquíssimas palavras e olhares. Mas como jamais poderiam imaginar, com o tempo ela haveria de se tornar uma espécie de confiável confidente, também uma espécie de escudeira a quem poderia pedir auxílio e também prestar com uma enorme desenvoltura e todo o encanto possível – estavam sempre prontos um para o outro. Mesmo com um “rolo” na época, um quase namoro de Romero com uma menina muito jovem de nome Maria Rita; ele não abriu mão de ver Julita com frequência, pedir seus conselhos, querer sua companhia e demonstrar seu afeto – penso até que aumentaram os encontros – o que gerava conflitos com Maria Rita. Mas uma mudança brusca de cidade de Romero acabou os separando, deixando-os anos distantes. Romero se casou com sua namorada nova, enquanto Julita pulava de namoro em namoro que duravam pouco. Certa vez em uma manhã bucólica, na cidade de Itaipava, onde Romero havia se mudado, ele recebe a visita de Mario, o qual lhe conta em segredo notícias de Julita – antes mesmo de Romero perguntar.
– Sabe, meu amigo Ro, Julita “colocou a viola no saco”, foi morar no exterior; ela se casou com um Francês e viajou assim que a filha nasceu.
– Nossa, por que você não me ligou avisando?! – Disse Romero abaixando a cabeça.
– Antes de pegar o avião, ela me pediu encarecidamente para me despedir de você por ela; também deixou um recado que sempre o teve no coração e em sua alma, e te esperou o quanto pode.
Romero deu um profundo suspiro, seus olhos marejaram e ele segurou a dor para mais tarde, em sua cama que é lugar quente – como diz o ditado popular. Por fim foi ao quarto e pegou o livro de Shakespeare ao qual estava lendo; o mostrou a Mario e sussurrou:
– Vejo, Mario, que minha história com ela tem um pouco a ver com esse livro, só que às avessas. Subestimei meu amor e não abri espaço para receber o dela. Sinto-me fadado a sofrer até meus últimos dias.
Mario vai em direção ao amigo e desfere um longo abraço apertado nele. Vai ao seu ouvido e diz bem baixinho: 
– Sim meu caro amigo, foi uma história triste, mas de final previsível. Sinto por vocês.
Naquele exato momento Romero e Julita cruzaram pensamentos, e os dois – como por milagre – chegam a uma terrível conclusão: é inquestionável que os dois estão vivos; mas não há dúvidas que com seus corações fenecidos. 

André Anlub

Lendas verdadeiras

Lendas verdadeiras

Indo esperto, sendo longe, médio ou perto;
Frio tipo espeto, noite longa de outono.
O cheiro é evidente, o barulho estrondoso,
Faca nos dentes e o corpo solto e impetuoso.

Quem foi e voltou feliz, não se esquece...
O melhor dos melhores é somente reflexo;
Quem é saudoso às vezes se aborrece,
Pois imerge fundo no indiscreto sem nexo.

De certo modo torto anda-se reto (sempre esperto)
Com a mente dormindo, e o ideológico ereto.
A vida é louca varrida, empurrando com a barriga,
Os pés num céu encoberto de uma tempestade vadia.

Tudo firme e fato; tudo filme e teatro;
Nada falso e forca; nada Fausto e diabo;
Nas lendárias escrituras – imaginárias rebeldias,
Perde-se o talento de Goethe, se ganha de jeito à poesia. 

André Anlub
(20/3/17)

Dos Outonos

Relembrando uns antigos:


Dos Outonos

Já é outono...
Já é beleza.

Natureza com realeza e seus adereços
O endereço com a maior certeza...
É não esquentar cabeça com nenhum transtorno.

Há uma cidade com um parque no centro...
Não é o Central Park!

O amarelo e o carmim abrem o caminho
E mesmo sozinho nunca me perco.

Há uma casa com uma árvore muito cheia
No outono ela emagrece, fica mais bela
Pela janela, estupefatos, todos emudecem...

Contemplando perguntam aos quatro ventos...
“Merecemos viver essa formosura?”

Já é outono...
Já é loucura.

André Anlub®

Mesmo que anjos tenham umbigo

Esvazie-me – preencha-me
conheça o verso e o avesso,
rima após rima,
sabe que'u deixo!
E depois,
ao acordar sozinha,
vá viver se estou na esquina.

Mesmo que anjos tenham umbigo (2013)

Mudei de século,
Moldei o crédulo,
e passei a sonhar com as Valquírias.
Vi um mundo sem máscaras,
sem muita diplomacia.

Eis as tardes que caem
afogadas em grandes bacias.
Eis as mães com suas filhas
fazendo de alvo o profícuo.

Delineei o passado
no caso mais que perdido.
Etiquetei os bandidos
ao som de música clássica.

Para um espanto em vão,
bandeiras viram fogueiras,
e as duras madeiras de lei
amarrotam o nosso irmão.

As fidúcias rasteiras,
já velhas, trapos manchados,
silenciam os zangados,
servindo de panos de chão.

No auge da contradição
os ouvidos não ficam entupidos,
ecoam os belos grunhidos,
do cão são da imaginação.

Eis o século moderno
de horizontes pintados,
em pergaminhos eternos,
e jovens audaciosos e belos:
- nos banquetes,
nos sovacos,
as baguetes.

Haverá um menino
e tornar-se-á bem sabido,
verá tudo se repetindo:
- sem dono o umbigo quer briga.

Sorridente - indiferente,
e a alcunha de sobrevivente,
sentará feliz lá na praça
jogando milhos pras garças:
- o umbigo no meio da barriga.

André Anlub®
(4/10/13)

19 de março de 2017

Ótimo dia aos amigos!

Focamos a vida em construir. É o que nos norteia e nos faz levantar e lutar a cada dia. Temos uma conotação ruim à palavra “desconstruir”, pois vemos um cenário negativo, desqualificativo e nocivo nela. A questão é que crescemos nos moldando com o tempo, ganhando corpo/conhecimento como um castelo que nunca ficará pronto. Vamos sendo construídos tábua por tábua – pedra por pedra – cimento – areia, e influências externas. Nesse processo de construção, nessa massa, nessa essência, coloca-se também estigmas sociais, preconceitos, teimosias e arrogâncias. É salutar aceitar, reconhecer e aprender a desconstruir tais sentimentos, a fim de sermos mais tolerantes e justos.

O RUIM

Vivendo a vida como se disputasse corrida
Lavando a alma e enxugando o corpo
Entrando no ringue e comprando briga
Largando obrigações e segurando o copo

De marcha ré ele vai para frente
Reclamando de tudo que possui
Fazendo tudo que está na mente
Sendo pior que o próprio ruim

Muito chifre e pouca fé
Deixando sua marca em todo lugar
Muito longe ele vai a pé
Todo esgoto é o seu lar

Ri do circo pegando fogo
Quer ver o padre virar pedófilo
Aposta e ganha em qualquer jogo
Dá tapa na cara de tudo que é óbvio.

André Anlub

12 de março de 2017

Uma semana fantástica a todos

A epopeia de Denise e do Dono (caixa de Pandora - 5/5/10)

Denise caminha em uma praia e mesmo que o sol não raia sua alegria insiste e num instante depara-se com uma caixa, um baú velho e pequeno. O abre, deixando escapar um vento, em vulto, um veneno.
A caixa: dentro havia um sonho que a remeteu a outros lugares; voava por entre vales, sentia na face leve brisa gélida; despiu-se de todos os seus disfarces, reviu todos que já se foram e todos que por ela eram amados e ela por eles. Viu a morte que passou tão rápida e inexpressiva que na verdade poderia se tratar de uma nuvem negra: nuvem pequena – inútil –, essa nuvem que não faz chuva, mas, dependendo do ponto de vista, pode tirar o reinado do sol. Voou sobre a ilha de Páscoa e sorriu para seus mistérios; atravessou deltas de rios, do Parnaíba ao Nilo. Ao anoitecer viu Paris, sentiu seus perfumes e por um momento os odores a levaram a campos, como se estivesse presa numa redoma de vidro; foi testemunha do nascimento de uma pequena aldeia: África. Os lugares voltavam no tempo, homens surgiam em grupos, perseguiam mamutes e comiam famintos... descobriam o fogo – violência – pretensão. Ninguém podia vê-la ou ouvi-la, e tantas coisas para ensinar e aprender. De repente, tudo foi simplificado a um só casal de humanos, uma árvore, uma fruta, uma cobra – voltando em segundos ao atual e normal. Pode ver tanta coisa e estar em tantos lugares, mas ao retornar desse sonho tão real a realidade maior a esperava: ela não pode encontrar quem seria prioritário, quem responderia suas recentes e antigas perguntas, quem a acolheria e daria afagos e força, quem a conhecia como ninguém... ninguém mais que, talvez... talvez, ela mesma.
O Dono: pulando de nuvem em nuvem, jogando bola com o sol, pintou o arco Iris de preto e mostrou a língua para o furacão; usou um vulcão de privada e o canal do Panamá de piscina, pode estar em qualquer estrada ao dobrar uma esquina. Usa a Itália de bota, bebe a Via Láctea no café; é Deus que troca Vênus pela Lua e se esconde onde quiser. Tudo pode e faz com sua criação; é poeta da tinta do espaço e dono da imaginação. Chora sem motivo e pode até chorar por você! Estende a mão a qualquer inimigo por não aguentar vê-lo sofrer. A lua e o sol se completam mesmo sem se tocarem, faz inimagináveis incógnitas pois é vulto por todos os lugares. Quebra a barreira do som, pode fazê-lo ou não, mas mostra o poder maior que é grande nesse seu dom. Fala línguas estranhas, olha por todos os ângulos, Dono de todos os tesouros e mestre das façanhas. O som das ondas é seu grito, refugio das manhãs tristes; um vulcão que sangra com seu sangue em dias felizes. Deita-se devagar vendo a terra tremer; sempre ao levantar, seu suor – orvalho; pisa na neve fazendo planícies e com poesia chora chuvas sem querer. Na escuridão de um fechar de olhos, pensamentos voam como falcão, vagueiam em um amor que nunca existiu – falhas de canyons – rachaduras do coração. Acordou um pouco cansado, pensou em apagar o sol; deu um sorriso mal humorado e foi caminhar dormindo acordado; bebeu toda água do rio Negro, usou uma nuvem como espuma de barbear; subiu no cume do Everest buscando sossego, mas já havia gente por lá; com uma pirâmide palitou seu dente, usou o lago Ness como espelho d’água; foi ao Aconcágua, mas também havia gente... e lá rio Tâmisa afogou suas mágoas. Pode ser o Dono, mesmo assim é gente; criou o universo, mas também se enfastia; vai já para Marte como um indigente gritar feito louco como uma gata no cio.

Folhas Amassadas 

Alguém, nesse exato momento, sentiu uma dor profunda no outro extremo da galáxia; eu garanto! E nesse planeta, onde tudo renasce, se crê e se inventa, trombetas soaram, corpos suaram, mentes sonharam e num sono inimaginável – num sopro – foi achada a cura, o soro que sara e que supre; o Eu clérigo, o Eu cor, o Eu nada, culpado, escalpelado e novamente esculpido, meu ‘mea culpa’, minha cópula, meu copo derramado de truculência, demência e desvio. É, já estava na hora, ou até passou da hora, vou esquentar a caneta; por que será que o tempo corre mais do que tudo e todos, até mais do si próprio? Vontade de mar. Bárbaros farejam, festejam e sorriem com as sangrias; com o vinho derramando do copo, pelo canto da boca – manchando a roupa, e os carneiros sendo preparados para o almoço, dando água na boca – manchando a roupa. O barbado fez sua barba, cortou seu cabelo e se disse brasileiro – bem feito (é um homem bonito). Pernas para quem te quero, pernas para o ar, o ar rarefeito, o defeito e o efeito borboleta que me trouxe, dos pés à cabeça, duas coisas: a sensação de isolamento e esse texto. É real, acho que talvez seja somente quase real; as legendas da vida passam lentamente, é final de temporada – já começando uma nova –, uma ova que ficarei parado, é a luz da lua nova que antecipa as jogadas; legendas passam, pisam e pesam, pisando em ovos, no meu pelo eriçado..., mas não há previsões. Ouço aquela música lenta que me marcou de jeito, feito gado, e eu languido, largado, alienado num tempo remoto, causando terremoto no espaço quadrado – agora quebrado – do meu plácido peito... A música deixa traços, como o rabo de um cometa ou aquela corneta desafinada. Isso é um sonho... linha reta com setas que insistem no óbvio e obscuro sentido. Estou bolado, estou abalado, sinto-me embalado em um grande e preto saco... E desço... e deixo... e desço rolando esse caminho, essa linha reta, que não periga dar em outro caminho, pois essa estrada é reta e também errada. Estradas erradas costumam ter um ótimo asfalto. Nada disso, tudo dito, mudo o disco: quero ser mais eu, mas sem a carne exposta, sem facada nas costas, encosto que encosta e fica... Zé mané! Abram as portas, janelas e chaminés, distribuam cafunés e massagens, coloquem uma música clássica, abram a caixinha e relaxem... hoje vai dar – ou já deu – pé. Toquei sua face, enxuguei o pranto, limpei seus lábios que mordeu e sangrou. Desfiz suas longas tranças – aquelas para nos salvar, descendo do nosso fantasioso castelo em chamas, pois esse farto fogo foi você quem ateou. Tudo muito claro, pintura e poesia em jogo, mais uma vez do jeito que almejou. As rimas muito falhas, telas e folhas amassadas parecem toalhas sujas que por fim deixou. O vento bate à porta, a torta de amora ficou pronta, a chave cai ao chão e o nosso fogo se apagou. Demonstro minha fraqueza, alguém logo me aponta, procuro em todo canto aquilo que você já achou. Seus dedos bulem minha ruborizada face de coitado mor, esnoba-me bem baixinho – rasteiro – ao pé do ouvido; trata-me como infeliz, como um qualquer, vil indivíduo... duvido que na sua vida não sou de ruim a pior. Enfim... os poemas saem sujos, magníficos detalhes, bandeiras perfuradas pelas flechas dos cupidos; carrancas dos navios, nada vazios, belos entalhes; os guerreiros Nórdicos nunca nos darão ouvidos. E nessas folhas, não tenho vergonha de dizer: muito antes de ser mania, moda, e para muitos, bonito... a nossa turma de rua fazia suas sobrancelhas! Eu, por exemplo, tenho cinco pontos na da esquerda e seis na da direita.

André Anlub

Ótimo domingo aos amigos

Teus Cantos

Quero agora tocar-te
Teu corpo de seda
Teus lábios de veludo
Quero voar em teus olhos castanhos
Trocarmos de línguas
Fazer-te um filho
Ou só ficar no tentar.

Quero meditar contigo
Ser o primeiro e o último
O maior e o melhor
O mais amado
O menos temido
Quero chamar-te de meu amor
Por entre carícias, pernas e braços
Relevos e aperitivos
Amar-te sem fim.

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Ah, esses namorados
são apaixonados interessantes
seus corações, seus romances
amor compromissado.
Fazem loucuras sem limites
paixões ardentes sem juízo
só aceitam improviso
não aceitam palpites.
Ah, esses amantes
é sem vergonha essa entrega
dizem que dá náuseas
dizem que dá raiva
e quase sempre...
causa inveja.

André Anlub 

Biografia quase completa






Escritor, locador, vendedor de livros, protético dentário pela SPDERJ, consultor e marketing na Editora Becalete e entusiasta pelas Artes com uma tela no acervo permanente do Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC/BA)

Autor de sete livros solo em papel, um em e-book e coautor em mais de 130 Antologias poéticas

Livros:
• Poeteideser de 2009 (edição do autor)
• O e-book Imaginação Poética 2010 (Beco dos Poetas)
• A trilogia poética Fulano da Silva, Sicrano Barbosa e Beltrano dos Santos de 2014
• Puro Osso – duzentos escritos de paixão (março de 2015)
• Gaveta de Cima – versos seletos, patrocinado pela Editora Darda (Setembro de 2017)
• Absolvido pela Loucura; Absorvido pela Arte
(Janeiro de 2019)

• O livro de duetos: A Luz e o Diamante (Junho 2015)
• O livro em trio: ABC Tríade Poética (Novembro de 2015)

Amigos das Letras:
• Membro vitalício da Academia de Artes, Ciências e Letras de Iguaba (RJ) cadeira N° 95
• Membro vitalício da Academia Virtual de Letras, Artes e Cultura da Embaixada da Poesia (RJ)
• Membro vitalício e cofundador da Academia Internacional da União Cultural (RJ) cadeira N° 63
• Membro correspondente da ALB seccionais Bahia, São Paulo (Araraquara), da Academia de Letras de Goiás (ALG) e do Núcleo de Letras e Artes de Lisboa (PT)
• Membro da Academia Internacional De Artes, Letras e Ciências – ALPAS 21 - Patrono: Condorcet Aranha

Trupe Poética:
• Academia Virtual de Escritores Clandestinos
• Elo Escritor da Elos Literários
• Movimento Nacional Elos Literários
• Poste Poesia
• Bar do Escritor
• Pé de Poesia
• Rio Capital da Poesia
• Beco dos Poetas
• Poemas à Flor da Pele
• Tribuna Escrita
• Jornal Delfos/CE
• Colaborador no Portal Cronópios 2015
• Projeto Meu Poemas do Beco dos Poetas

Antologias Virtuais Permanentes:
• Portal CEN (Cá Estamos Nós - Brasil/Portugal)
• Logos do Portal Fénix (Brasil/Portugal)
• Revista eisFluências (Brasil/Portugal)
• Jornal Correio da Palavra (ALPAS 21)

Concursos, Projetos e Afins:
• Menção Honrosa do 2° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Brava Gente Brasileira”.
• Menção Honrosa do 4° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Amor do Tamanho do Brasil”.
• Menção Honrosa do 5° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Quem acredita cresce”.
• Menção Honrosa no I Prêmio Literário Mar de Letras, com poetas de Moçambique, Portugal e Brasil, ficou entre os 46 primeiros e está no livro “Controversos” - E. Sapere
• classificado no Concurso Novos Poetas com poema selecionado para o livro Poetize 2014 (Concurso Nacional Novos Poetas)
• 3° Lugar no Concurso Literário “Confrades do Verso”.
• indicado e outorgado com o título de "Participação Especial" na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas/Salvador (BA).
• indicado e outorgado com o título de "Talento Poético 2015" com duas obras selecionadas para a Antologia As Melhores Poesias em Língua Portuguesa (SP).
• indicado e outorgado com o título de Talento Poético 2016 e 2017 pela Editora Becalete
• indicado e outorgado com o título de "Destaque Especial 2015” na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas VIII
• Revisor, jurado e coautor dos tomos IX e X do projeto Poesias Encantadas
• Teve poemas selecionados e participou da Coletânea de Poesias "Confissões".
• Dois poemas selecionados e participou da Antologia Pablo Neruda e convidados (Lançada em ago./14 no Chile, na 23a Bienal (SP) e em out/14 no Museu do Oriente em Lisboa) - pela Literarte

André Anlub por Ele mesmo: Eu moro em mim, mas costumo fugir de casa; totalmente anárquico nas minhas lucidezes e pragmático nas loucuras, tento quebrar o gelo e gaseificar o fogo; não me vendo ao Sistema, não aceito ser trem e voo; tenho a parcimônia de quem cultiva passiflora e a doce monotonia de quem transpira melatonina; minha candura cascuda e otimista persistiu e venceu uma possível misantropia metediça e movediça; otimista sem utopia, pessimista sem depressão. Me considero um entusiasta pela vida, um quase “poète maudit” e um quase “bon vivant”.

Influências – atual: Neruda, Manoel de Barros, Sylvia Plath, Dostoiévski, China Miéville, Emily Dickinson, Žižek, Ana Cruz Cesar, Drummond
Hobbies: artes plásticas, gastronomia, fotografia, cavalos, escrita, leitura, música e boxe.
Influências – raiz: Secos e Molhados, Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Mutantes, Jorge Amado, Neil Gaiman, gibis, Luiz Melodia entre outros.
Tem paixão pelo Rock, MPB e Samba, Blues e Jazz, café e a escrita. Acredita e carrega algumas verdades corriqueiras como amor, caráter, filosofia, poesia, música e fé.