5 de julho de 2019
Excelente final de semana aos amigos
Poeta é liberdade, Ícaro que deu certo,
sem normalidade, sem torto e sem reto;
equidistante do mundo mora no cerne da alma
e com doação e calma conquista os sinceros.
Das Loucuras (entrar em ação pode ser entrar pelo cano)
Ele é tatu e está tudo errado nessa dedução.
Pé no chão, pata no chão, barriga no chão.
Ele é rato ou pode ser cobra,
Vamos cobrar essa resposta.
E agora se faz o que?
Mostrar o crachá,
Pegar o acarajé e caprichar no dendê.
A temperatura caiu...
Um mar Báltico,
Mas o corpo nunca esteve tão quente
E cáustico
Como nesse instante.
E amanhã como vai ser?
A lâmina da faca entre os dentes
Estará ainda mais gélida, afiada e lancinante.
Ele quer guarida,
Se reencarnasse iria querer novamente guarida...
Sonhos, projetos, orações são tudo em vão.
Tem a noção de que precisa de segurança externa,
Não anda com as próprias pernas,
Mas bebe e comete seus pecados
Com cuidado e as próprias mãos.
Quer disfarce para usufruir da distração;
Não consegue,
Então chegam suas nuvens pesadas.
Guarda-chuvas na mão
E a estrada de barro inundada...
Se proteger da chuva não é nada,
E novamente ele se deixa na mão.
Foi montado o funeral,
Ele já pode aparecer.
Cava seus buracos, busca suas saídas,
Trabalha seus ensaios e divulga suas rotinas...
Se expondo, se impondo, se cobrando
De uma forma que ninguém imagina.
A vida de dia lhe sorri – timidamente,
A noite ela se vinga, o faz de vítima.
Mas enfim:
Dizem que nem tudo acaba em pizza,
Talvez não seja somente lá e aqui...
Nem tudo é água ou daiquiri.
André Anlub®
Samba do crioulo doido na casa da mãe Joana
Tudo naquela bolha de sabão,
O mundo, o universo, as aves, o mar...
Tudo coloridamente alucinatório na majestosa bolha de sabão.
Chegam os louros de toda a vitória:
O pódio, as coroas de flores, a beijoca aqui e outra acolá;
Chega o conforto num colchão de molas,
Vão-se os odores de podre do peixe dourado morto
Vão-se as duradouras dores no ponto morto das costas.
Cada pétala dessa certa rosa coloriu-se com as cores preferidas de todos,
Foi um bafafá, foi uma correria – para aqui, para lá.
O canto esfarela e professa dançando com cada caravana sem freio,
Ri dos ventos úmidos que não deixam as fardagens secarem nos céus,
Mas chora com seu som abafado pelo sol escaldante pendurado na ponta da lança de um Deus.
Seriam sonhos?
Ergueram os mais belos castelos,
Barro por barro, pedra por pedra,
Para depois deixarem vazios, sem libertinagens, sem histórias...
Só com o eco do silêncio, com o vazio e o tempo,
Com a fantasia de um achismo simplório.
Não, não se vê mais um tesouro que nos atrai,
Tampouco a arca vazia.
Alguém o roubou e levou para muito longe (além da estrada)
E esse alguém morre de sede ou de fome (e fica a arca)...
Um anjo a viu em lugar deserto aonde ninguém ia,
Ninguém fala, canta, late ou mia,
Ninguém vai.
E ficou a arca...
Ficou a arca com a morte,
Ficou a arca com a morte e a foice
Ficou a arca, a morte, a foice e a lança...
Ficaram os quatro para a próxima ganância...
André Anlub®
26 de junho de 2019
Uma memoria esquecida
Uma memoria esquecida
Adormeceu por engano
Focado no sigilo da mente
Sangue escorrendo no cano
Memórias de um indigente
Sorriso falso nos lábios
Na boca a falta de dentes
Uma cicatriz na sua face
Corta um de seus olhos azuis
O cabelo caindo em maços
Por dentro estava em prantos
De repente se aprofundou tanto
Passou a falar esperanto
Já no limite do querer
Não reconhecia ninguém
Sua boca vazia que pronunciava ao vento
Do inferno ao firmamento
Do rodízio de almas, contento
Um universo sombrio
Achou bem escondido
O calor ao invés do frio
Casas antigas de pedras
Calhas entupidas de folhas
Árvores cortadas a esmo
Ruas com um toque de medo
Mulheres nuas sendo violentadas
Sempre acontecendo ao relento
Donas do tudo e do nada.
Tudo no absoluto segredo.
A MÁGICA DO VERSEJAR
De tudo que já vi
Uma coisa me comove
Esse diz que não diz
Esse prende e absolve
Paro e fico pensando
Pego a caneta e "zás"
Encéfalo trabalhando
Um navio deixando o cais
Entro em alto mar
Letras aparecem do além
Velas vou içar
Meu momento zen
Saem algumas escritas
Entram novas lembranças
Desabafos vomitam
Um novo versejar se alcança
Deixo a maré me levar
Não tenho mais remos nem velas
Já sei aonde ancorar
Porto seguro quimera
Andre Anlub
25 de junho de 2019
24 de junho de 2019
Sem febre
Sem febre
Sem febre, em frente, mas em chamas;
Ontem era frio e duro como uma pedra de gelo,
Hoje estou quente e flexivelmente recorrente...
É a tal inexplicável cautela absurda ao zelo.
Havia visões tumultuadas e desfocadas
De bocas pedindo ajuda em ruas em combustão;
Havia águas de mágoas imaculadas em nada
Escapavam em assombrações pelas mãos...
Inexistentes mãos.
Mas hoje é, acima de tudo, um dia bom – com nexo;
Se ocorreu um terremoto, não fez qualquer ser vivo perder o foco.
Mas se o que foi ontem foi suspiro de começo de sexo?
Talvez troca de olhares, carícias repetidas e as bem-vindas inéditas;
E névoas e neves e nuvens que meramente vão e vem;
Agora, no momento, tudo se foi no vácuo de um vício eterno...
Esse meu e seu de rir do hoje que amanhã será ontem
E no futuro, eu ou você talvez sejamos: outrem.
André Anlub
(16/1/16)
23 de junho de 2019
Imaginação mestiça
Imaginação mestiça
A imaginação dentro de seu raro aço,
Desembaraço das peças da adivinha,
Das vinhas – o vinho e o ‘barato’ – num corte
Espadas, esporas, gumes de facas
Os escárnios dos abstêmios, todavia...
Faz louca e bem-vinda toda a vida,
Sua moradia em peles ambíguas:
Branco no brando do plácido coelho;
Ao réu e aos ratos é cingido na cor cinza...
E impura e sinistra e baldia.
Bombas ao baixo, mãos ao alto, bom dia
Violência chorando na esquina chuvosa...
O touché na esgrima fez pontada na costela;
Eu e ela, vale a rima do nosso arrimo, nebulosa,
Sutileza e sangria e doce e vinho – melancia.
De aprontado feitiço nascem como hortaliças,
Nas ruas as nuas imagens em paragens insanas;
São fálicas e frígidas, finas piolas nada pulcras.
Tudo ao teor do amor e do terror da fantasia.
Esculpidos e arrazoados vemo-nos em vigília
Ao renascerem belas múmias e inspirações extintas
No horizonte o assombro de um alto monte
Ao montante o tanto não vale a sombra no vale...
A imaginação eclode da sua armadura mestiça.
André Anlub
22 de junho de 2019
Fulano da Silva, Sicrano Barbosa e Beltrano dos Santos
Verdadeira falácia
Se o portão for aberto – é certo – não mais se verá a paisagem;
Foi-se essa esfera, o limbo é o que sobra – à vontade!
Libertinagens, concupiscências, castas e cartas marcadas;
Tudo em vão, falsa mão, o blefe era um flerte com as mágoas...
Sobrou a esperança nos olhos castanhos da criança desarmada;
Faltou a empatia, noite e dia, na vida abrupta do adulto de verdade.
Estruturar, tropeçar,
Cair, sentir a ressaca guerra,
Reestruturar, bagunçar novamente a quebrada,
Ir de encontro à pedra... viver!
Fulano da Silva, Sicrano Barbosa e Beltrano dos Santos
Deu um gole no chá verde gelado e ao descansar a xícara, sorriu; viu-se num lago novamente o guri que um dia brincou com seus sonhos alados.
Congelando o momento foi trajando o futuro, luz no fim do túnel do incerto predestinado; no amanhã um apogeu deveras absurdo é a essência madura que utopicamente nasceu. Viu-se feliz com o viver protegido, viu-se ungido com o suor de mil anjos.
Na boca pequena um grandioso sorriso e os ouvidos docemente arranhando violinos de Vivaldi em arranjos; faz-se adulto, pecante e andarilho, com rugas no rosto e prantos arquivados.
É trem de carga que não carece de trilhos; abandonou seu abrigo, sem culpas e mágoas.
Chegou o tempo das convicções positivas, de amores desatados por mãos limpas e lavadas com o suor da procura. Eis mais um desafio no meio do povo “de andar semelhante”: - barba bem feita, o sapato novo e alma nada desnuda.
Eis o semblante guerreiro, os filhos na escola e hora na labuta: - comida na mesa e nove talheres para apenas duas mãos.
Chegou o tempo de desprender-se do básico
E não se sentir um traste por nada ter de praxe.
Fugindo da história:
Foi convicto à feira no domingo e comprou seu peixe... subiu no velho caixote e disse a todos os ouvintes: - é bendito e bem-vindo o tal de Benvindo Nogueira... deputado do povo (eleito por ser um homem oprimido).
Voltando à história:
No arraste das horas a barba crescendo e o sapato mais velho; vê-se esotérico ao som erudito de um novo critério; agora homem simples, Sicrano da vida em um mundo baldio.
A vida estava por um fio, mas as nuvens se foram e tempestades sumiram. (o chão é o limite)
O tempo chegou, o clarão é mais vivo das asas no apoio e o voo continuo. (o céu é o limite).
Há estradas fáceis que levam ao pecado, mas há também caminhos íngremes que estendem o tapete vermelho pro nada.
Ao final da tarde as flores enfim se mostram (mais dela) submissas, num colorido real e pétalas como olhos famintos de belo.
Ela, dama, atravessa os jardins, os passos tímidos e sutis, abrindo os lábios e deixando brotar as próprias cobiças; um artista do amor sorri, aponta seus dedos magros, (outrora gordos e inebriados de nanquim): - Ai, ai, ai, é o fim, ela não me notou... choram eu, ele, você e os jardins. E o chá, um sopro para esfriar; vem aqui – foi lá.
A fumaça do tabaco profana a luz
Que atravessa a janela adentrando o quarto, trazendo a beleza que há, aos olhos abertos, no limpar das remelas, no sonhar – realizar e fazer jus.
Beltrano dos Santos é uma figura, já foi profeta, mas não se mostrou... só ele sabia; nas alquimias que os anos trouxeram, a derradeira ainda estaria porvir; mas ele não tem pressa, o amor não tem pressa e o que só interessa é o acreditar sem fim.
André Anlub
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Biografia quase completa

Escritor, locador, vendedor de livros, protético dentário pela SPDERJ, consultor e marketing na Editora Becalete e entusiasta pelas Artes com uma tela no acervo permanente do Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC/BA)
Autor de sete livros solo em papel, um em e-book e coautor em mais de 130 Antologias poéticas
Livros:
• Poeteideser de 2009 (edição do autor)
• O e-book Imaginação Poética 2010 (Beco dos Poetas)
• A trilogia poética Fulano da Silva, Sicrano Barbosa e Beltrano dos Santos de 2014
• Puro Osso – duzentos escritos de paixão (março de 2015)
• Gaveta de Cima – versos seletos, patrocinado pela Editora Darda (Setembro de 2017)
• Absolvido pela Loucura; Absorvido pela Arte
(Janeiro de 2019)
• O livro de duetos: A Luz e o Diamante (Junho 2015)
• O livro em trio: ABC Tríade Poética (Novembro de 2015)
Amigos das Letras:
• Membro vitalício da Academia de Artes, Ciências e Letras de Iguaba (RJ) cadeira N° 95
• Membro vitalício da Academia Virtual de Letras, Artes e Cultura da Embaixada da Poesia (RJ)
• Membro vitalício e cofundador da Academia Internacional da União Cultural (RJ) cadeira N° 63
• Membro correspondente da ALB seccionais Bahia, São Paulo (Araraquara), da Academia de Letras de Goiás (ALG) e do Núcleo de Letras e Artes de Lisboa (PT)
• Membro da Academia Internacional De Artes, Letras e Ciências – ALPAS 21 - Patrono: Condorcet Aranha
Trupe Poética:
• Academia Virtual de Escritores Clandestinos
• Elo Escritor da Elos Literários
• Movimento Nacional Elos Literários
• Poste Poesia
• Bar do Escritor
• Pé de Poesia
• Rio Capital da Poesia
• Beco dos Poetas
• Poemas à Flor da Pele
• Tribuna Escrita
• Jornal Delfos/CE
• Colaborador no Portal Cronópios 2015
• Projeto Meu Poemas do Beco dos Poetas
Antologias Virtuais Permanentes:
• Portal CEN (Cá Estamos Nós - Brasil/Portugal)
• Logos do Portal Fénix (Brasil/Portugal)
• Revista eisFluências (Brasil/Portugal)
• Jornal Correio da Palavra (ALPAS 21)
Concursos, Projetos e Afins:
• Menção Honrosa do 2° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Brava Gente Brasileira”.
• Menção Honrosa do 4° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Amor do Tamanho do Brasil”.
• Menção Honrosa do 5° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Quem acredita cresce”.
• Menção Honrosa no I Prêmio Literário Mar de Letras, com poetas de Moçambique, Portugal e Brasil, ficou entre os 46 primeiros e está no livro “Controversos” - E. Sapere
• classificado no Concurso Novos Poetas com poema selecionado para o livro Poetize 2014 (Concurso Nacional Novos Poetas)
• 3° Lugar no Concurso Literário “Confrades do Verso”.
• indicado e outorgado com o título de "Participação Especial" na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas/Salvador (BA).
• indicado e outorgado com o título de "Talento Poético 2015" com duas obras selecionadas para a Antologia As Melhores Poesias em Língua Portuguesa (SP).
• indicado e outorgado com o título de Talento Poético 2016 e 2017 pela Editora Becalete
• indicado e outorgado com o título de "Destaque Especial 2015” na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas VIII
• Revisor, jurado e coautor dos tomos IX e X do projeto Poesias Encantadas
• Teve poemas selecionados e participou da Coletânea de Poesias "Confissões".
• Dois poemas selecionados e participou da Antologia Pablo Neruda e convidados (Lançada em ago./14 no Chile, na 23a Bienal (SP) e em out/14 no Museu do Oriente em Lisboa) - pela Literarte
André Anlub por Ele mesmo: Eu moro em mim, mas costumo fugir de casa; totalmente anárquico nas minhas lucidezes e pragmático nas loucuras, tento quebrar o gelo e gaseificar o fogo; não me vendo ao Sistema, não aceito ser trem e voo; tenho a parcimônia de quem cultiva passiflora e a doce monotonia de quem transpira melatonina; minha candura cascuda e otimista persistiu e venceu uma possível misantropia metediça e movediça; otimista sem utopia, pessimista sem depressão. Me considero um entusiasta pela vida, um quase “poète maudit” e um quase “bon vivant”.
Influências – atual: Neruda, Manoel de Barros, Sylvia Plath, Dostoiévski, China Miéville, Emily Dickinson, Žižek, Ana Cruz Cesar, Drummond
Hobbies: artes plásticas, gastronomia, fotografia, cavalos, escrita, leitura, música e boxe.
Influências – raiz: Secos e Molhados, Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Mutantes, Jorge Amado, Neil Gaiman, gibis, Luiz Melodia entre outros.
Tem paixão pelo Rock, MPB e Samba, Blues e Jazz, café e a escrita. Acredita e carrega algumas verdades corriqueiras como amor, caráter, filosofia, poesia, música e fé.
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Ontem tarde esqueci seu nome... Mas hoje cedo me lembrei de que isso não faz/fazia/fará a menor diferença. As melhores opções nem sempre s...
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https://www.facebook.com/photo/?fbid=8464289903657210&set=a.831681423584801 50 milhões de dólares pelos vídeos do Justin Bieber fazend...
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A propósito das declarações do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), sobre a descriminalização do aborto no Brasil. ...