19 de julho de 2022

Excelente terça a todos

 


“Pesque e pague” – pesque um Deus e pague seus pecados conforme forem surgindo.
(manhã de 30 de junho de 2015)

Acho engraçado, quase alucinador, quando alguém diz que tem a cabeça feita; o cara está com sua ideologia formada, seus objetivos traçados, seus focos enfocados, e tudo isso – aquilo –, todo o resto é imutável. E se o sujeito se apaixonar, por exemplo? Quando digo paixão não é necessariamente por outra pessoa. Muitas vezes surge algo que o embriaga e torna sua vida com mais sentido. E se sua paixão “engasgar” nas suas projeções pré-estabelecidas para o seu presente e futuro? É... ai complica! Enfim, ele abrirá mão do amor, da felicidade, para se tornar um egoísta mesquinho, um chauvinista anacrônico; ou, na verdade, sempre foi e não quer mudança justamente para não se mostrar contraditório. É, como diriam os amigos mais velhos: é o fim da picada. Onde entram os deuses e demônios nessa jogada é simples: impõe-se um domínio, um princípio religioso qualquer, não pela indução da energia positiva na mente (meu caso), mas sim por uma necessidade social, pelo sistema que o cerca e pela vaidade de se mostrar uma pessoa de bem (muitas vezes nada faz (gratuitamente) para ninguém). Deuses e demônios habitam em nós mesmos; o homem os exterioriza pela necessidade inútil da transferência de culpa e a obrigação de se mostrar modesto usando o próprio mérito.

14 de julho de 2022

NASA 2022

 








"_Você sabe com quem está falando?

_Se eu sei com quem estou falando?

_Você tem tempo? 

_Bem você é um entre 6,4 bilhões de indivíduos, pertencente a uma única espécie, entre outras três milhões de espécies classificadas, que vive num planetinha, que gira em torno de uma estrelinha, que é uma entre 100 bilhões de estrelas que compõem uma galáxia, que é uma entre outras 200 bilhões de galáxias num dos universos possíveis e que vai desaparecer.

É por isso que todas as vezes na vida que alguém me pergunta: ‘Você sabe com quem está falando?’, eu respondo: ‘Você tem tempo?’

Cortella"


Fotos: NASA 2022



16 de junho de 2022

Iluminuras (5/1/10)

 



Iluminuras (5/1/10)


Não há ranhuras na efígie

Talhada em madeira de lei 

Segue no caminho dos povos

Edificam as divindades de agora

Com os idolatrados de outrora.


Na memória da existência

Seu rosto, o mais belo e mais alto

Olhos em sobressaltos

Olham-me com o penar de mãe.


Abro célere uma leitura antiga

Centenas de iluminuras ambíguas

Todas recordam seu corpo

Letras do seu meigo nome.


Epístolas que permutam

No paladar da sabedoria

Tão antiga como a ironia

De amar sem lhe conhecer.


André Anlub

8 de junho de 2022

 




Imaginação mestiça


 









Branca paz, vermelho sangue e azul turquesa

Sobre a mesa fria uma marmita e um finado

Uma carta em uma trincheira e o soldado.


Imaginação mestiça


A imaginação dentro de seu raro aço,

Desembaraço das peças da adivinha,

Das vinhas – o vinho e o ‘barato’ – num corte

Espadas, esporas, gumes de facas

Os escárnios dos abstêmios, todavia...


Faz louca e bem-vinda toda a vida,

Sua moradia em peles ambíguas:

Branco no brando do plácido coelho;

Ao réu e aos ratos é cingido na cor cinza...

E impura e sinistra e baldia.


Bombas ao baixo, mãos ao alto, bom dia

Violência chorando na esquina chuvosa...

O touché na esgrima fez pontada na costela;

Eu e ela, vale a rima do nosso arrimo, nebulosa,

Sutileza e sangria e doce e vinho – melancia.


De aprontado feitiço nascem como hortaliças,

Nas ruas as nuas imagens em paragens insanas;

São fálicas e frígidas, finas piolas nada pulcras.

Tudo ao teor do amor e do terror da fantasia.


Esculpidos e arrazoados vemo-nos em vigília 

Ao renascerem belas múmias e inspirações extintas 

No horizonte o assombro de um alto monte 

Ao montante o tanto não vale a sombra no vale...

A imaginação eclode da sua armadura mestiça. 


André Anlub

6 de junho de 2022

Manhã de 6/4/16

 


Manhã de 6/4/16

Obstinado pelo obscuro, fecho os olhos e tudo fica mais claro; Como a marca de ferro quente no lombo do boi, deixando a cicatriz do ‘V’ de vitória. Ouço um canto, e todo canto causa curiosidade; torna o verde mais verde, os pássaros não tem nem metem medo; fui e voltei, junto a eles, em lugares perdidos, terras de zés achados e zés ninguém. Exercitei as alegrias, aqueci as salvas de palmas, alegrei almas em fantasias... no cinema da vida tudo é replay, mas é sempre novo e mais deleitoso o rever. Há pessoas exibindo sorrisos (talvez sinceros; talvez de ocasião). E vai vento, é vento na venta, o ar mais puro, pulmão limpo, incenso de maça, oxigênio, alegrias, amigos, poesia... tudo para se dizer: vivendo. Voei por cima da angústia, sobre a rua Augusta focando no Caos; voei como nunca havia voado antes; voei em pêndulos retos e traços tortos; voei agora pelo Bairro Peixoto, em Copacabana. Nada mais que eu fale narraria com merecimento a emoção; talvez levantar as mãos ao alto e – num gesto ingênuo e sincero – pedir perdão. 

André Anlub


1 de junho de 2022

Se eu comprar um circo o anão cresce

 










A arte é muito além do coerente,

É avesso e infinito, 

É forma ou desforma; 

A arte não se envolve com opiniões

Sempre existirá de qualquer forma.


A cena da sina em cinco tempos


Parte I


Deixei um abraço pro lago Paranoá,

Fim de tarde dos mais belos,

E o sol batendo o ponto pra descansar.


Parte II


Se não fosse a paixão, simples,

Teria outro nome:

- Fez-se atração ao limite do suportável.

Mais uma vez grito! E o grito sai assim:

- Meio confuso, meio dominado.

É a saudade, é o deslumbre;

É o lume da liberdade...

São pontos, luzes da minha cidade;

Vejo o mar com imponência e atitude.


Olho pela janela do avião e concluo:

- Será uma enorme coincidência de também meu corpo físico estar nas nuvens?


Não há tempestade que me atinja;

Não há cor ou mancha alguma que me tinja.

Hoje - agora - amanhã...

Sou camaleão!


Parte III


Olhos cheios d’água,

É noite e as luzes refletem na minha íris.

Vejo minha terra, minha mãe

Desse filho adotivo, birrento,

Que amamentou em seu seio,

(ama de leite)

Banhou-se no seu mar

E no seu sol aqueceu-se

De um acaloro que vem de dentro

Expressivo – decisivo – poetar.


Parte IV


Agora é êxtase de lisonjeio e satisfação;

Pus a mão na arte, na autoridade de uma academia;

Animo de energia – passo a frente – mira ativa.


Fiquei maravilhado aos pés de Iguaba...

E não me gabo desse flerte;

Como diria Caê:

“Adoro ver-te...”.


Parte V


No retorno, e torno a teclar nessa tecla;

Abraço deuses, mestres e magos.

Ponho-me à mercê da alegria,

E a vida me fecha em afagos.

Novamente sobre outros lagos

E largo sorriso ecoando.

Saudade da casa e entornos,

Contornos de tempos mais calmos.


Saudade dos bons e maus que com o sol fazem a lua;

Saudade da música sua, e a língua dançante dos cães.

Quero a água gelada, as bocas recitando versos,

Novos escritos discretos e poças com estrelas nuas.


A nuvem negra se foi no horizonte,

Tempo que a fez merecer.

Meio termo, temor inteiro,

Do dilúvio que não irá acontecer.


Da sombra se faz um poeta

Da seta de mão/contramão.

Do sonho no rabo do cometa

Se meta, poeta hei de ser.


André Anlub®

29 de maio de 2022

Grande Maya Gabeira

 



Maya Gabeira surfa onda gigante em Portugal

Surfista brasileira é detentora do recorde feminino de maior onda surfada, com uma altura de 22,4 metros

Matéria CNN: CNNBrasil



Biografia quase completa






Escritor, locador, vendedor de livros, protético dentário pela SPDERJ, consultor e marketing na Editora Becalete e entusiasta pelas Artes com uma tela no acervo permanente do Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC/BA)

Autor de sete livros solo em papel, um em e-book e coautor em mais de 130 Antologias poéticas

Livros:
• Poeteideser de 2009 (edição do autor)
• O e-book Imaginação Poética 2010 (Beco dos Poetas)
• A trilogia poética Fulano da Silva, Sicrano Barbosa e Beltrano dos Santos de 2014
• Puro Osso – duzentos escritos de paixão (março de 2015)
• Gaveta de Cima – versos seletos, patrocinado pela Editora Darda (Setembro de 2017)
• Absolvido pela Loucura; Absorvido pela Arte
(Janeiro de 2019)

• O livro de duetos: A Luz e o Diamante (Junho 2015)
• O livro em trio: ABC Tríade Poética (Novembro de 2015)

Amigos das Letras:
• Membro vitalício da Academia de Artes, Ciências e Letras de Iguaba (RJ) cadeira N° 95
• Membro vitalício da Academia Virtual de Letras, Artes e Cultura da Embaixada da Poesia (RJ)
• Membro vitalício e cofundador da Academia Internacional da União Cultural (RJ) cadeira N° 63
• Membro correspondente da ALB seccionais Bahia, São Paulo (Araraquara), da Academia de Letras de Goiás (ALG) e do Núcleo de Letras e Artes de Lisboa (PT)
• Membro da Academia Internacional De Artes, Letras e Ciências – ALPAS 21 - Patrono: Condorcet Aranha

Trupe Poética:
• Academia Virtual de Escritores Clandestinos
• Elo Escritor da Elos Literários
• Movimento Nacional Elos Literários
• Poste Poesia
• Bar do Escritor
• Pé de Poesia
• Rio Capital da Poesia
• Beco dos Poetas
• Poemas à Flor da Pele
• Tribuna Escrita
• Jornal Delfos/CE
• Colaborador no Portal Cronópios 2015
• Projeto Meu Poemas do Beco dos Poetas

Antologias Virtuais Permanentes:
• Portal CEN (Cá Estamos Nós - Brasil/Portugal)
• Logos do Portal Fénix (Brasil/Portugal)
• Revista eisFluências (Brasil/Portugal)
• Jornal Correio da Palavra (ALPAS 21)

Concursos, Projetos e Afins:
• Menção Honrosa do 2° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Brava Gente Brasileira”.
• Menção Honrosa do 4° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Amor do Tamanho do Brasil”.
• Menção Honrosa do 5° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Quem acredita cresce”.
• Menção Honrosa no I Prêmio Literário Mar de Letras, com poetas de Moçambique, Portugal e Brasil, ficou entre os 46 primeiros e está no livro “Controversos” - E. Sapere
• classificado no Concurso Novos Poetas com poema selecionado para o livro Poetize 2014 (Concurso Nacional Novos Poetas)
• 3° Lugar no Concurso Literário “Confrades do Verso”.
• indicado e outorgado com o título de "Participação Especial" na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas/Salvador (BA).
• indicado e outorgado com o título de "Talento Poético 2015" com duas obras selecionadas para a Antologia As Melhores Poesias em Língua Portuguesa (SP).
• indicado e outorgado com o título de Talento Poético 2016 e 2017 pela Editora Becalete
• indicado e outorgado com o título de "Destaque Especial 2015” na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas VIII
• Revisor, jurado e coautor dos tomos IX e X do projeto Poesias Encantadas
• Teve poemas selecionados e participou da Coletânea de Poesias "Confissões".
• Dois poemas selecionados e participou da Antologia Pablo Neruda e convidados (Lançada em ago./14 no Chile, na 23a Bienal (SP) e em out/14 no Museu do Oriente em Lisboa) - pela Literarte

André Anlub por Ele mesmo: Eu moro em mim, mas costumo fugir de casa; totalmente anárquico nas minhas lucidezes e pragmático nas loucuras, tento quebrar o gelo e gaseificar o fogo; não me vendo ao Sistema, não aceito ser trem e voo; tenho a parcimônia de quem cultiva passiflora e a doce monotonia de quem transpira melatonina; minha candura cascuda e otimista persistiu e venceu uma possível misantropia metediça e movediça; otimista sem utopia, pessimista sem depressão. Me considero um entusiasta pela vida, um quase “poète maudit” e um quase “bon vivant”.

Influências – atual: Neruda, Manoel de Barros, Sylvia Plath, Dostoiévski, China Miéville, Emily Dickinson, Žižek, Ana Cruz Cesar, Drummond
Hobbies: artes plásticas, gastronomia, fotografia, cavalos, escrita, leitura, música e boxe.
Influências – raiz: Secos e Molhados, Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Mutantes, Jorge Amado, Neil Gaiman, gibis, Luiz Melodia entre outros.
Tem paixão pelo Rock, MPB e Samba, Blues e Jazz, café e a escrita. Acredita e carrega algumas verdades corriqueiras como amor, caráter, filosofia, poesia, música e fé.