
O 25 de julho foi definido como dia nacional do escritor por decreto governamental, em 1960, após o sucesso do I Festival do Escritor Brasileiro, organizado naquele ano pela União Brasileira de Escritores, por iniciativa de seu presidente, João Peregrino Júnior, e de seu vice-presidente, Jorge Amado.
MINHA ESCRITA (Íntegra)
Peguei a caneta
Minha lança verdadeira
Comecei a rabiscar
Coisas sérias, besteiras
Algo triste, algo alegre
Frases simples, outras não.
Dia a dia me persegue
Sublinhando a solidão
De tanto escrever verdades
De tanto nelas acreditar
O papel é paisagem
A tinta um pássaro a voar
Junto as letras, formam idéias
Junto idéias, meu viver
Os meus passos, centopéia
Me levaram a escrever
Uma paixão inofensiva
Difundida no querer
Muitas vezes explosiva
Jeito alegre de sofrer
Sofrimento prazeroso
Pessoal e corriqueiro
Muitas vezes saboroso
Doce, brigadeiro
Nas vogais, nas consoantes
Nos acentos, nos acertos
Bem melhor do que era antes
Apagou o meu sofrimento
Minha imaginação me ama
Ela me dá as mãos e me acode
E minha melhor amiga e me ajuda
Minha esperança e cura
Não imagino viver sem ela
Não suportaria sua ausência
Minha paisagem do infinito na janela
Cores e letras das criações do conjunto na cadência
De tempo ao tempo
Tá rápido, tá lento
Talento nato, trapo
Tento
Escuro, curo com ar puro
Procuro em um puro ar que cura
Arquitetura
Eternamente clara
Compara ou sem
Eterna e rara
Raramente
Escrevo meu trampo
Saem palavras, sentinelas
Exponho firme as idéias
E na mente semeando os campos
Belas sementes
Feios enganos
Insanos
De repouso entre um suspiro e outro
Acamado entre o amar e ser amado
Coração bate forte sendo fraco
Pensamentos voam soltos, indo alto
Minha escrita está submersa em azul anil
Com sentimentos verdadeiros e inventados
Vagueia entre o real e o senil
Persegue o concreto e o abstrato
Língua solta e comprida
Profere idiomas mal falados
E alados levam poemas declamados
Aos ouvidos que se deixam ser ungidos
Uma dor quase sempre vira escrita
Escrivaninhas, com papiros, suas penas, velhas tintas
O que não se limita, muitas vezes quer ser lido
E o que é lido no respeito não se imita.
Segue assim até nascer do branco pó
O rebento que do chão fica de pé
Que se engasga com as empáfias, o alento
Por um momento ri de todos ao redor.
André Anlub

Anlub...Poeta sei que és! Parabéns pelo blog. Abraço carinho, amigo.
ResponderExcluirOi poeta o blog está divino,saborei em pequenos goles,como quem bebe uma taça de um bom vinho. Bravo!
ResponderExcluir