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Armageddon I e II
Nunca um céu se fez de feio
Nunca houve uma cor de fogo
Muitos galopes se ouviam à distância
Eram quatro homens ao todo.
Ventos fortes surgiram num estalo
Tsunamis do além
O mundo esvaindo-se para o ralo
Uns orando para outrem.
Os pecados vindo à tona
Abandono dos vinténs
Correria, fogo e ferro
Almas perdidas vagueiam
Feridas se abrem
O belo se faz feio.
É a tristeza que invade
O fim não está próximo
Já chegou e fez moradia
O dia não mais existe
Faces de melancolia.
Cães sem dono vagando nos destroços
Idosos tentando se equilibrar
Pessoas fazendo menções aos mortos
Cogumelos de podridão a brotar.
Uns saqueavam o comércio
Outros deixavam para lá
Olhos ficando cegos
Elos a se quebrar.
Todos no mundo são réus
A bola se partindo em duas
Os cavaleiros sorrindo no céu
Sempre acha quem procura.
Caçadores de cobiças e amores perdidos
Senhores dos seus projetos de ações duvidosas
Jardineiro na ufania das flores de cera de ouvido
Decifram a nostalgia de ocorrências rigorosas.
Lenhadores brutamontes com os seus machados cegos
Filhos de escravas negras com índios
São brancos com seus olhos claros de guerra
Sem ego mas com a ganância de buscar o infinito.
Se a chuva de meteoros chegar em má hora
E quatro cavaleiros lhe derem guarida
Com parcimônia de quem cultiva uma passiflora
Empunha a espada, dá meia volta e procura saída.
Vivendo em um singelo passado do agora
Azul que faz fronteira com um feio absurdo
Os vieses que ecoam aos ouvidos de muitos
Aquecem como o nome de Nossa Senhora.
André Anlub
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