Decapitação
à francesa
Por
entre muros altos de pedras de arenito
Esquivando-se
das cruéis flechas em fogo
Vejo-me
invadindo a comarca inimiga
Na
insensatez de um lúgubre rito.
Somente
digo quem sou...
Abrindo
mão de descer por um ralo depravado
Minha
pulcra essência estará à mercê
Sei
que só assim farei parte do seu legado.
Tenho
a alma transbordando nesse doce momento
Um
palpável amor que vai ao alto tormento
A
devoção é promessa que nunca se viu abalável
Amparo
é a certeza de jamais ser recusável.
Derramarei
meu deleite ao máximo desatino
Seguirei
suas pegadas nas areias quentes do destino
Em
meus sonhos um querubim me confidencia...
Por
trás dessa máscara negra há um mortal amável.
Por
fim verá uma decapitação à francesa
Minha
cabeça rolará por sobre o gramado
Na
minha boca um sorriso estampado
Piscarei
os olhos para a nobre condessa.
André
Anlub®
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