O passado que passou e foi tarde
Fita uma rota, faz uma bola
amassa, arremete, amarrota.
Na lixeira dos olhos no mundo
vendo tudo e uma untuosa esmola
que pelos dedos escorre.
Conformismo e coração rejeitado
condomínio de um domínio absoluto.
Há coisas especiais que se ama e preza.
Há verdades, há reles coitados.
Já foi, é ou será cedo
assumindo tal culpa, nesse sol nascendo.
Admito: estou envergonhado
e avermelhado com tamanha beleza.
As pegadas são honestas
prolixas, mas reais.
Nas folias que me aceitei de palhaço
no meu coração ficaram dois traços
um xis de açúcar e sal.
Enfim, já foi o passado
ficou a lembrança
das derrotas e talhas
distintas batalhas
lapidando o brilhante
da paixão como herança.
André Anlub®
(28/05/13)
Animal do bem e o tal
São animais indiscretos e contemplativos
na mansidão imaginária e cada vez mais.
No hipotético paraíso na zona de conforto
vai chegando, vai vivendo outros desafios
pés que não cansam de andar fora dos trilhos.
Vê-se os trilhos do bonde
no pé das frutas do conde
no entorno do misto dos milhos
com as doces e tortas espigas
do conde de monte cristo.
Na ré do trépido bonde
tudo trepida e o vinho vai longe
entorna, esguicha e mancha
a roupa de linho da moça
que o pranto fez poça
a olhos vistos.
São animais de cegos charmes
e quase sempre atrapalhados.
Na obsessão que alguém os agarre
salvando-os do fortuito afogamento
dos salgados e amargos mares.
São animais como nós
com nós nas vis ventas
que inventam o ar atroz
logo após se lamentam.
André Anlub®
(28/05/13)
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