Os vivos corais do mar morto
A ideia vai e vem à paisana, é assim:
olá, escreva-me, como vai?
Ouço certo do outro lado da muralha
e a imaginação não se esvai
como um surto atípico.
Não me corta feito navalha
nem me beija
como o fim.
Reaparecer requer confiança
é aceitar o dom que foi dado de herança
sem nem mesmo querer receber.
Tudo fica mais intenso e brilhante
quando as barreiras caem.
Pode-se ver, ouvir e sentir o além
e quando vem a implacável esperança
ponho-me a escrever cada vez mais.
O azar eu
nocauteio
certeiro soco
no queixo.
A solução está
no fundo do mar
prendo o
fôlego e mergulho até lá
mesmo em plena
maré cheia.
Pude ver belos
corais
que fazem
desenhos que completam
os traços nos
corpos dos peixes.
O feixe da luz
do sol incidente
faz contentes
as arraias
que se
entregam.
Enfim, vou
repetindo as dicas
que venho
recebendo na vida.
Adaptar-se é
fácil, complexa é a nostalgia
principalmente
das farras em família
das ondas que
vi o mar oferecer.
As paixões
incompletas estressam
surgem, mas
não se deixam ver
ficam cobertas
com o manto da noite
e somem no
mais sutil alvorecer.
André Anlub®
(11/6/13)
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