Photo of Sylvia Plath from Gordon Ames Lameyer Papers probably from the Summer of 1953. Courtesy, The Lilly Library, Indiana University, Bloomington, Indiana.
Para Sylvia
Abra a porta e deixe a felicidade entrar
Conte à ela toda sua vida e suas histórias
Fale de suas amarguras e vitórias
Convide-a para um chá, temos pão integral e frutas.
Que tal a deixarmos recitar um poema seu?
Fazer desse momento aquele que nunca se esqueça
Vamos Sylvia, então escolha você...
Assim, de repente, sumimos para além dessa redoma de vidro
Para longe de uma coação em sua cabeça.
Diga em voz alta, exponha o que lhe faz falta
Abram todos, todas as janelas
Se for repressão ou depressão...
Ainda não está fenecida.
Faça as pazes com a vida
Invente que escrever é sua mazela.
Coloque mais um prato na mesa
Mais lenha na lareira e ajeite a cama
A alegria quer ficar.
Sylvia, não se vá...
As letras já estão em prantos.
Todas as pessoas que foram seus sufrágios
Agora estão deitadas em posição fetal
Com olhos encharcados...
Olhando o além, com suas poesias em mãos
Vivenciando o quão a vida é fatal
Descobrindo que nem a morte é em vão.
Presente muitas vezes em meus sonhos
Com a alcunha de Victória
Sempre longa fábula de final feliz
Quimera de uma escritora que também é atriz.
Passeando em pensamento
Sendo lida ao relento
Denotando em aforismos
O seu mundo em fartas folhas
Na cabeceira do surrealismo.
Segue mãe, imponente e linda
Colosso na exposição dos sentimentos
Por dentro estrutura abalável
Sensibilidade inimaginável.
Os rebentos amparados, longe das asas da mãe
O fim já anunciado pelos martírios de viver
Sua escolha foi infindável branca folha
Jamais entenderão o que seria seu bel-prazer.
Trinta anos são tão parcos
Para uma rainha na imortalidade
Temos que carregar os fracassos
Com a incumbência de pisá-los.
O dito “Efeito Sylvia Plath”...
Que muitos poetas carregam no cerne
Não está pertinente a perder
É somar o muito além do que há.
André Anlub®
(2012)
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