Finalidade da Arte (André Anlub)
(25/8/11)
Abranjo o pincel como se fosse meu pai,
Chega de despedida, chega de adeus;
A inspiração chegou e a timidez se foi...
Sou Netuno, Odin, Zeus.
Faço um traço e entro em ação,
Cores dimanam do meu pensar;
Encéfalo explode é ogiva nuclear
Arco-íris – cogumelo – refração.
Começam a germinar imagens,
Transpor o que tinha na gaveta da mente;
Minhas passagens e viagens incoerentes
Saem absolutos, imponentes, pelas mãos.
Os "nãos" e os "sins" de outras épocas ou horas
Conspurcam a tela branca; formam uma figura que desbanca a imaginação do artista e sua história.
E pronto, o rebento lindo e bem-vindo,
Ali, à sua frente, imaculado;
Émais uma obra quase do divino...
Da verve, alento, do artista amado.
Gosto de escrever poesia,
De pintar e tocar bateria;
Gosto de viver longe de vida vazia
E faço das artes minha orgia.
Ah, esses namorados, são apaixonados interessantes; seus corações, seus romances (amor compromissado).
Fazem loucuras sem limites, paixões ardentes sem juízo, só aceitam improvisos, não aceitam palpites.
Ah, esses amantes, é sem vergonha essa entrega; dizem que dá náuseas, dizem que dá raiva e quase sempre causa inveja.
Da arte (André Anlub)
(20/3/12)
Primeiro marquei meu horizonte
Em um traço negro em declínio,
Deixo a inspiração fazer domínio
E depois me embriago na fonte.
Pintores são fantoches e fetiches,
Sobem em nuvens, caem em piches;
Respiram a mercê de sua cria,
Bucólicos profetas à revelia.
Tudo podem e nada é temível,
Nem mesmo perderem o dom,
Sabem o quão infinito é o tom.
Seus corações de loucos palpitam
E no cerne que eles habitam
Saem às cores do anseio invisível.
A arte é muito além do coerente, é avesso e infinito, é forma ou desforma; a arte não se envolve com quaisquer opiniões, existirá de qualquer forma.
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