Despedida parte V
“bucolicozidade”
Sol parou de lascar seu beijo quente no asfalto,
Fim de tarde em mais um dia;
Ônibus passa, crianças voltam a brincar de bola,
Roupas voam nos varais
E levam o cheiro do café e pão frescos;
Pessoas passam com suas sacolas
E o bucólico torna-se culminante.
Viajo no espaço por um instante,
Meu corpo suado – estafado – planeado
Quase que quase atravessa o país;
O cheiro da minha casa penetra o nariz...
Fina flor que invento para a comodidade.
As pernas hoje pediram longa rua,
Queriam andar e ver novos caminhos.
Sons se repetem, as horas ecoam sozinhas,
O tempo estaciona e me açoita nas nádegas.
Meus olhos buscam novos rostos,
Tristes ou alegres, mas novos: olhos e rostos.
Amanhã tomarei coragem e o café bem quente,
Irei à luta, sair novamente, quero rua.
A perpendicularidade do raciocínio
Chega a desafiar a gravidade.
Nem sei a gravidade desse desafio,
Prefiro distrair minhas ideias, escrever.
Amanhã é outro dia, é nova sexta-feira...
O tempo vai ter que mexer e me mexer.
André Anlub®
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Agradecemos pela leitura.