Papo de fim de tarde, ou melhor... Começo
de noite.
(Fim de tarde de 3 de junho de 2015)
Nem posso explicar como é uma tarde
chuvosa e silenciosa; ao cair o abacate levante-me e sambei... Lembrou-me da
piada de Juca Chaves sobre a banda de música que tocava em uma festa, e era tão
ruim, mas tão ruim que quando o garçom deixou cair a bandeja todos se
levantaram e dançaram. Tarde de ventilador ligado e agora pássaros cantando,
tarde bucólica que me fez mergulhar na leitura e ouvir o ensurdecedor som do
silencio por alguns minutos. Agora aquele pão com queijo e presunto, um café
bem quente e já para o banho gelado. Nem os cães latiram para os micos que
passaram na árvore. Hoje uma atípica quarta-feira, véspera de feriado e com
fuça de domingo pós-réveillon. Abro um sorriso para meu cão Van Gogh fazendo
charme com a barriga para cima e a língua caída de lado... Tirei uma foto. Meu
braço tenta tocar o inesperado feixe de luz que desponta pela fresta da porta
da varanda. Queria senti-lo quente, pois agora o sol resolveu dar seu “boa
tarde”. Mas nada de quente, a luz parece até vir fria e sem graça. Vou jogar
uma água na alma e voltar à leitura. Logo mais ver um bom filme e deitar-me
cedo, sonhando acordado e esperando o amanhã. Quem sabe escrevo algo logo mais.
É quase certo, todo noite o faço. Quem sabe preparo uma massa de pão de alho –
deixo-a descansar – e meto-a no forno para o filme da noite. Acho que vou
finalizar esses rabiscos e preparar a massa. Fim de tarde às vezes é assim
quando estou sem nada a fazer. Fim de tarde não tem nada de fim, pois é, a meu
ver, o começo da noite. Sou uma pessoa mais do dia do que da noite. Já fui
notívago, até os 25 anos eu era. Mas mesmo assim acordava cedo. Depois o corpo
foi acalmando e fui procurando a cama mais cedo e acordando um pouco mais
tarde. Nunca fui bom em coordenar minhas horas de acordar e dormir. Se fosse
trabalho ou estudo eu sempre acordava com sono. Sempre querendo ficar mais
tempo debaixo das cobertas. Se fosse surfar ou viagem era um pulo da cama, com
o corpo energizado e renovado de qualquer possível noitada “caliente” na noite anterior.
A gente é assim: quando é assim quer assado; quando é assado quer assim.
André Anlub
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Agradecemos pela leitura.