7 de junho de 2016

Cristais no breu total


O verde vivente evidente
Nunca está de 'saideira',
Faz nuance nos raios dourados do sol,
Que surgem e somem ao bailar das folhas
E no cair das sementes da jabuticabeira.

Os motores aos ouvidos em dores;
Os odores do carbono a calhar;
O cruzar de mil pernas;
As janelas com visão limitada
A fumaça, o fantasma, o aforismo, a falência
E a empreitada de ser e estar.

O Dono (do livro “Poeteideser”)
(André Anlub - 16/5/10)

Pulando de nuvem em nuvem,
Jogando bola com o sol;
Pintei o arco Iris de preto
E mostrei a língua pro furacão.

Usando um vulcão de privada,
Canal do Panamá de piscina,
Posso estar em qualquer estrada,
Posso dobrar qualquer esquina.

Eu uso a Itália de bota,
Bebo a Via Láctea no café;
Sou Deus que troca Vênus pela Lua
E depois me escondo onde quiser.

Tudo posso e faço
Tudo com minha criação
Poeta da tinta e do espaço
Sou dono da imaginação.

Buscando plenitude e paz no dia a dia,
Nas águas límpidas do saber viver,
Achando sempre muito mais,
É assim que tem que ser.

Choro por muitas vezes sem motivo,
Posso chorar por você!
Estendo a mão a qualquer inimigo,
Simplesmente por não aguentar vê-lo sofrer.

A Lua e o Sol se completam,
Mesmo sem se tocarem;
Faço inimagináveis incógnitas,
Sou vultos por todos os lugares.

Quebro a barreira do som,
Posso fazê-lo ou não,
Mas mostro o poder maior
Que é grande nesse meu dom.

Falo em línguas estranhas,
Olho por todos os ângulos,
Dono de todos os tesouros,
Mestre de todas as façanhas.

O som das ondas é meu grito,
Refugio das manhãs tristes,
Um vulcão que sangra com meu sangue,
Dias mais que felizes.

Deito-me devagar vendo a terra tremer,
Sempre ao levantar, meu suor, orvalho.
Piso na neve para fazer planícies
E com poesia choro chuvas sem querer.

Na escuridão de um fechar de olhos,
Pensamentos voam como falcão,
Vagueiam em um amor que nunca existiu,
Falhas de canyons, rachaduras do coração.

Estar irritado é impossível,
Extinguirá a vida e o mundo;
Sou totalmente previsível,
Nunca serei um moribundo.

Acordei um pouco cansado,
Pensei em apagar o sol;
Dei um sorriso mal humorado,
Fui caminhar dormindo acordado.

Bebi toda água do rio Negro,
Usei uma nuvem como espuma de barbear,
Subi no cume do Everest buscando sossego,
Mas já havia gente por lá.

Com uma pirâmide palitei meu dente,
Usei o lago Ness como espelho d’água,
Fui para o Aconcágua, mas também havia gente,
E lá rio Tâmisa afoguei minhas mágoas.

Posso ser o dono, mas mesmo assim sou gente,
Crio o universo, mas também me enfastio.
Vou já indo para Marte como um indigente,
Gritar feito louco como uma gata no cio.

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Agradecemos pela leitura.

Biografia quase completa






Escritor, locador, vendedor de livros, protético dentário pela SPDERJ, consultor e marketing na Editora Becalete e entusiasta pelas Artes com uma tela no acervo permanente do Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC/BA)

Autor de sete livros solo em papel, um em e-book e coautor em mais de 130 Antologias poéticas

Livros:
• Poeteideser de 2009 (edição do autor)
• O e-book Imaginação Poética 2010 (Beco dos Poetas)
• A trilogia poética Fulano da Silva, Sicrano Barbosa e Beltrano dos Santos de 2014
• Puro Osso – duzentos escritos de paixão (março de 2015)
• Gaveta de Cima – versos seletos, patrocinado pela Editora Darda (Setembro de 2017)
• Absolvido pela Loucura; Absorvido pela Arte
(Janeiro de 2019)

• O livro de duetos: A Luz e o Diamante (Junho 2015)
• O livro em trio: ABC Tríade Poética (Novembro de 2015)

Amigos das Letras:
• Membro vitalício da Academia de Artes, Ciências e Letras de Iguaba (RJ) cadeira N° 95
• Membro vitalício da Academia Virtual de Letras, Artes e Cultura da Embaixada da Poesia (RJ)
• Membro vitalício e cofundador da Academia Internacional da União Cultural (RJ) cadeira N° 63
• Membro correspondente da ALB seccionais Bahia, São Paulo (Araraquara), da Academia de Letras de Goiás (ALG) e do Núcleo de Letras e Artes de Lisboa (PT)
• Membro da Academia Internacional De Artes, Letras e Ciências – ALPAS 21 - Patrono: Condorcet Aranha

Trupe Poética:
• Academia Virtual de Escritores Clandestinos
• Elo Escritor da Elos Literários
• Movimento Nacional Elos Literários
• Poste Poesia
• Bar do Escritor
• Pé de Poesia
• Rio Capital da Poesia
• Beco dos Poetas
• Poemas à Flor da Pele
• Tribuna Escrita
• Jornal Delfos/CE
• Colaborador no Portal Cronópios 2015
• Projeto Meu Poemas do Beco dos Poetas

Antologias Virtuais Permanentes:
• Portal CEN (Cá Estamos Nós - Brasil/Portugal)
• Logos do Portal Fénix (Brasil/Portugal)
• Revista eisFluências (Brasil/Portugal)
• Jornal Correio da Palavra (ALPAS 21)

Concursos, Projetos e Afins:
• Menção Honrosa do 2° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Brava Gente Brasileira”.
• Menção Honrosa do 4° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Amor do Tamanho do Brasil”.
• Menção Honrosa do 5° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Quem acredita cresce”.
• Menção Honrosa no I Prêmio Literário Mar de Letras, com poetas de Moçambique, Portugal e Brasil, ficou entre os 46 primeiros e está no livro “Controversos” - E. Sapere
• classificado no Concurso Novos Poetas com poema selecionado para o livro Poetize 2014 (Concurso Nacional Novos Poetas)
• 3° Lugar no Concurso Literário “Confrades do Verso”.
• indicado e outorgado com o título de "Participação Especial" na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas/Salvador (BA).
• indicado e outorgado com o título de "Talento Poético 2015" com duas obras selecionadas para a Antologia As Melhores Poesias em Língua Portuguesa (SP).
• indicado e outorgado com o título de Talento Poético 2016 e 2017 pela Editora Becalete
• indicado e outorgado com o título de "Destaque Especial 2015” na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas VIII
• Revisor, jurado e coautor dos tomos IX e X do projeto Poesias Encantadas
• Teve poemas selecionados e participou da Coletânea de Poesias "Confissões".
• Dois poemas selecionados e participou da Antologia Pablo Neruda e convidados (Lançada em ago./14 no Chile, na 23a Bienal (SP) e em out/14 no Museu do Oriente em Lisboa) - pela Literarte

André Anlub por Ele mesmo: Eu moro em mim, mas costumo fugir de casa; totalmente anárquico nas minhas lucidezes e pragmático nas loucuras, tento quebrar o gelo e gaseificar o fogo; não me vendo ao Sistema, não aceito ser trem e voo; tenho a parcimônia de quem cultiva passiflora e a doce monotonia de quem transpira melatonina; minha candura cascuda e otimista persistiu e venceu uma possível misantropia metediça e movediça; otimista sem utopia, pessimista sem depressão. Me considero um entusiasta pela vida, um quase “poète maudit” e um quase “bon vivant”.

Influências – atual: Neruda, Manoel de Barros, Sylvia Plath, Dostoiévski, China Miéville, Emily Dickinson, Žižek, Ana Cruz Cesar, Drummond
Hobbies: artes plásticas, gastronomia, fotografia, cavalos, escrita, leitura, música e boxe.
Influências – raiz: Secos e Molhados, Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Mutantes, Jorge Amado, Neil Gaiman, gibis, Luiz Melodia entre outros.
Tem paixão pelo Rock, MPB e Samba, Blues e Jazz, café e a escrita. Acredita e carrega algumas verdades corriqueiras como amor, caráter, filosofia, poesia, música e fé.